Connect with us

Economia

IBGE aponta dificuldades para realização do Censo 2022

Publicado

em

A realização do Censo 2022 passou por diversas barreiras como corte no orçamento e a pandemia de covid-19, além de dificuldades na contratação de recenseadores. Nesse caso, o motivo era o valor do pagamento, considerado baixo e sem atração diante de um mercado de trabalho que naquele momento oferecia salários mais altos. Até as campanhas eleitorais foram empecilho para a contratação. As pessoas em busca de ocupação preferiam os valores pagos nas campanhas.

“O peso do orçamento faz diferença porque acaba pagando pouco e, com isso, fica difícil contratar recenseadores e permanecer com eles em campo, porque o mercado está mais competitivo, por isso o recurso tem peso importante”, disse o presidente interino do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e diretor de pesquisas, Cimar Azeredo, durante entrevista virtual para divulgar os primeiros resultados de População e Domicílios do Censo Demográfico 2022.

Cimar Azeredo associou a falta de contagem da população no meio da década à amplitude da covid-19 no Brasil. “Porque a gente tem que marcar isso com cores fortes? Porque é fundamental que em 2025 a gente faça a contagem da população. Ah, mas acabou de sair o censo, não importa. Temos que fazer uma contagem de população para que a gente não se depare com diferenças grandes em 2010. Isso é fundamental. Acho que a pandemia teria sido muito mais branda se nós tivéssemos uma contagem de população no meio da década. A pandemia pegou o Brasil em um apagão de dados”, alertou.

Segundo o presidente interino, ainda durante a fase de coleta foi preciso enfrentar problemas com chuva e um período conturbado de eleições no país, que passava por uma polarização política refletida no comportamento de moradores a serem pesquisados.

“Mas, cada um dos problemas, nós tentamos solucioná-lo, procuramos contorná-lo ou tentamos de alguma forma minimizá-lo”, afirmou.

Azeredo destacou a estratégia usada para compensar a falta de recursos. Mesmo com o corte nos recursos para a divulgação publicitária e incentivar a população a responder ao questionário do Censo 2022, o trabalho foi feito com o auxílio da imprensa. “Parabéns à imprensa, a cada um dos jornalistas, a cada um dos programas de televisão relacionados à notícia. Foi incrível o trabalho que vocês fizeram tentando convencer a sociedade a participar do censo e a exercer a cidadania”.

Em mais uma forma de contornar o corte de orçamento, o IBGE fez uma parceria com o Ministério da Saúde, que comprou os aparelhos usados pelos recenseadores na coleta de campo. Com o fim do trabalho, os equipamentos serão encaminhados à pasta e poderão ser utilizados nas ações da saúde. “Dessa vez, não gastamos recursos na compra dos equipamentos. Foi feito em parceria com o Ministério da Saúde e, na maior ação de economicidade, vamos repassar esses dispositivos móveis de coleta para o Ministério da Saúde”, disse.

Outro ganho do Censo 2022, de acordo com o presidente, foi poder usar um chip com o qual foi possível transmitir os dados coletados de forma online. “A vantagem disso é que fizemos um censo em tempo real, coletamos as coordenadas do GPS de praticamente todos os domicílios”, revelou.

Para superar a dificuldade de fazer testes dos questionários de coleta de dados em localidades no período de pandemia, o IBGE fechou parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. “Implementamos um teste em Paquetá [ilha-bairro do município do Rio que fica no interior nordeste da Baía de Guanabara], com a ajuda da Secretaria Município, de Saúde, que foi incrível. A gente conseguiu limpar muito os problemas que tinha no questionário”, contou.

Para mobilizar os moradores de comunidades, houve ainda parceria com a Central Única das Favelas (Cufa) para a campanha Favela no Mapa. “É o Censo do Brasil, não é o Censo do IBGE, por isso a gente precisa de parceiros”, afirmou, lembrando também do apoio recebido de agências da Organização das Nações Unidas (ONU) como a que trata de Refugiados (Acnur), que colaborou com a coleta de dados dessa população, e o Fundo Nacional de População (UNFPA).

Diante da dificuldade de atrair a população para responder aos questionários, pela primeira vez o IBGE incluiu a coleta de dados por ligação telefônica com o recenseador. Além disso, houve a alternativa de encaminhar as informações por meio de formulário na internet. Os questionários aplicados de forma presencial foram 68.659.405, o que significou 98,8% do total. O sistema de autopreenchimento na internet representou 362.563, ou 0,52%, e as entrevistas por telefone somaram 412.725, ou 0,59%.

“Essa foi uma modalidade inédita neste censo. No de 2010, só tínhamos a modalidade presencial e o autopreenchimento pela internet. Neste, inovamos com a entrevista por telefone”, afirmou.

Taxa de não resposta

Apesar das alternativas, a taxa média de não resposta, referente a domicílios ocupados, onde não houve entrevistas, ficou em 4,23%. O estado de São Paulo foi o que registrou o maior percentual (8,11%) seguido pelo Rio de Janeiro (4,50%) e Mato Grosso (4,20%).

“O estado de São Paulo foi o que fechou com maior taxa de não resposta, com mais de 8% e uma taxa de recusa de 2,3%. Então, 2,3% dos domicílios do estado de São Paulo se recusaram a prestar informações para o Censo Demográfico. Em último lugar, com o menor número de não resposta, o que alcançou o melhor resultado foi o estado da Paraíba, com apenas 1,6% de não resposta e um pouco mais de 0,5% de recusa”, informou.

Taxa de recusa

Conforme os dados do Censo 2022, em 1.000.667 domicílios os moradores se recusaram a responder ao questionário. “A resistência da população localizada também foi um grande desafio , mas conseguimos encerrar essa operação com apenas 1,4% de recusa. Isso corresponde a 1 milhão de entrevistas que deixaram de ser realizadas, porque as pessoas não quiseram prestar informações para o Censo Demográfico”, revelou o gerente, acrescentando que essa taxa de recusa ficou abaixo da registrada pela Pnad Contínua no terceiro trimestre de 2023, que foi 2,21%.

Fonte: EBC Economia

Continue Lendo

Economia

Brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bi de valores a receber

Publicado

em

Por

Os brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro até o fim de julho, divulgou nesta sexta-feira (6) o Banco Central (BC). Até agora, o Sistema de Valores a Receber (SVR) devolveu R$ 7,67 bilhões, de um total de R$ 16,23 bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras.

As estatísticas do SVR são divulgadas com dois meses de defasagem. Em relação ao número de beneficiários, até o fim de julho, 22.201.251 correntistas haviam resgatado valores. Apesar de a marca ter ultrapassado os 22 milhões, isso representa apenas 32,8% do total de 67.691.066 correntistas incluídos na lista desde o início do programa, em fevereiro de 2022.

Entre os que já retiraram valores, 20.607.621 são pessoas físicas e 1.593.630, pessoas jurídicas. Entre os que ainda não fizeram o resgate, 41.878.403 são pessoas físicas e 3.611.412, pessoas jurídicas.

A maior parte das pessoas e empresas que ainda não fizeram o saque tem direito a pequenas quantias. Os valores a receber de até R$ 10 concentram 63,01% dos beneficiários. Os valores entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 25,32% dos correntistas. As quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam 9,88% dos clientes. Só 1,78% tem direito a receber mais de R$ 1 mil.

Depois de ficar fora do ar por quase um ano, o SVR foi reaberto em março de 2023, com novas fontes de recursos, um novo sistema de agendamento e a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. Em julho, foram retirados R$ 280 milhões, alta em relação ao mês anterior, quando tinham sido resgatados R$ 270 milhões.

Melhorias

A atual fase do SVR tem novidades importantes, como impressão de telas e de protocolos de solicitação para compartilhamento no WhatsApp e inclusão de todos os tipos de valores previstos na norma do SVR. Também haverá uma sala de espera virtual, que permite que todos os usuários façam a consulta no mesmo dia, sem a necessidade de um cronograma por ano de nascimento ou de fundação da empresa.

Além dessas melhorias, há a possibilidade de consulta a valores de pessoa falecida, com acesso para herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal. Assim como nas consultas a pessoas vivas, o sistema informa a instituição responsável pelo valor e a faixa de valor. Também há mais transparência para quem tem conta conjunta. Se um dos titulares pedir o resgate de um valor esquecido, o outro, ao entrar no sistema, conseguirá ver as informações: como valor, data e CPF de quem fez o pedido.

Expansão

Desde a última terça-feira (3), o BC permite que empresas encerradas consultem valores no SVR. O resgate, no entanto, não pode ser feito pelo sistema, com o representante legal da empresa encerrada enviando a documentação necessária para a instituição financeira.

Como a empresa com CNPJ inativo não tem certificado digital, o acesso não era possível antes. Isso porque as consultas ao SVR são feitas exclusivamente por meio da conta Gov.br.

Agora o representante legal pode entrar no SVR com a conta pessoal Gov.br (do tipo ouro ou prata) e assinar um termo de responsabilidade para consultar os valores. A solução aplicada é semelhante ao acesso para a consulta de valores de pessoas falecidas.

Fontes de recursos

No ano passado, foram incluídas fontes de recursos esquecidos que não estavam nos lotes do ano passado. Foram acrescentadas contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas, contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas e outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.

Além dessas fontes, o SVR engloba os seguintes valores, já disponíveis para saques no ano passado. Eles são os seguintes: contas-corrente ou poupança encerradas; cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito; recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados; tarifas cobradas indevidamente; e parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente.

Golpes

O Banco Central aconselha o correntista a ter cuidado com golpes de estelionatários que alegam fazer a intermediação para supostos resgates de valores esquecidos. O órgão ressalta que todos os serviços do Valores a Receber são totalmente gratuitos, que não envia links nem entra em contato para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.

O BC também esclarece que apenas a instituição financeira que aparece na consulta do Sistema de Valores a Receber pode contatar o cidadão. O órgão também pede que nenhum cidadão forneça senhas e esclarece que ninguém está autorizado a fazer tal tipo de pedido.

Fonte: EBC Economia

Continue Lendo
WhatsApp Image 2024-03-04 at 16.36.06
queiroz

Publicidade

Câmara de Vereadores de Porto Esperidião elege Mesa Diretora