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Política Nacional

Lula quer conversar com papa soluções para conflito na Ucrânia

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta segunda-feira (19) que vai discutir com o papa Francisco soluções para a guerra entre Rússia e Ucrânia. Lula embarca para Roma na noite desta segunda-feira (19), onde se encontrará com o pontífice, o presidente da Itália, Sergio Mattarella e o prefeito de Roma, Roberto Gualtieri. 

“Ele está muito interessado em acabar a guerra da Ucrânia e da Rússia e eu também quero conversar com ele sobre essa questão da paz”, afirmou, durante o programa semanal Conversa com presidente.  

A desigualdade pelo mundo também será debatida com o papa Francisco. Segundo Lula, a perspectiva é que seja construída uma campanha mundial para abordar o tema.  

“Quero usar o meu mandato de presidente da República para tentar criar uma consciência mundial de que não é explicável, a de nós não nos indignarmos contra a fome e contra a falta de comida em um planeta que produz mais comida do que consumimos”, disse. “O problema não é de falta de produção, mas de distribuição. É de falta de dinheiro para comprar o alimento”, acrescentou.  

Lula afirmou que convidará o pontífice para participar do Círio de Nazaré, uma das principais festas religiosas do país realizada anualmente, em Belém.  

Agenda internacional 

Na quinta-feira (22), o presidente participará da Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, em Paris. Entre os assuntos na agenda bilateral está a aprovação, na semana passada, pela Assembleia Nacional da França de uma resolução contra a ratificação do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul. 

“Vou almoçar com [Emanuel] Macron [presidente da França]. Quero discutir a questão do parlamento francês que aprovou o endurecimento do acordo entre Mercosul e União Europeia. A União Europeia não pode tentar ameaçar o Mercosul de punir, se o Mercosul não cumprir isso ou aquilo. Se somos parceiros estratégicos, não se tem que fazer ameaças”, afirmou. 

Ainda na capital francesa, Lula fará o discurso de encerramento do evento Power Our Planet, a convite da banda Coldplay. O evento será realizado no Campo de Marte, em frente à torre Eiffel.  

“Vou participar de um evento público, na frente da torre Eiffel, convocado pelo pessoal do Coldplay para fazer um ato público com vários dirigentes políticos, vários artistas. Eu serei o orador final desse encontro para falar da questão ambiental”, explicou. 

Transição energética 

Lula afirmou que pretende chamar atenção do mundo à questão energética e mostrar que, no Brasil, 87% da energia elétrica é renovável.  

“O mundo tem 27% [de energia elétrica renovável]. Da nossa matriz energética como um todo, envolvendo combustível, 50% é limpa e renovável. O restante do mundo só tem 15%. Então, pelo amor de Deus, ao invés de criticar o Brasil, se espelhem no Brasil, porque agora nós vamos fazer muito mais”, disse. 

O presidente afirmou que o país tem potencial de investimentos em novas fontes de energia, como hidrogênio verde, gerado por energia renovável ou por energia de baixo carbono. 

“Vamos investir muito em [energia] eólica, energia solar, vamos continuar investindo em biomassa e agora vamos investir muito em hidrogênio verde porque o mundo está necessitando e o Brasil pode produzir e exportar hidrogênio verde para o mundo inteiro. O país já é o centro do mundo quando se discute a questão da transição energética, de uma nova matriz energética”, afirmou. 

Fonte: EBC Política Nacional

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Política Nacional

Lula demite Silvio Almeida após denúncias de assédio sexual

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu na noite desta sexta-feira (6) demitir o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, depois das denúncias de assédio sexual. 

“O presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual”, informou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em nota.

A Polícia Federal abriu investigação sobre o caso. A Comissão de Ética Pública da Presidência da República também abriu procedimento preliminar para esclarecer os fatos.

“O governo federal reitera seu compromisso com os Direitos Humanos e reafirma que nenhuma forma de violência contra as mulheres será tolerada”, completou a nota. 

Silvio Almeida estava à frente do ministério desde o início de janeiro de 2023. Advogado e professor universitário, ele se projetou como um dos mais importantes intelectuais brasileiros da atualidade ao publicar artigos e livros sobre direito, filosofia, economia política e, principalmente, relações raciais.

Seu livro Racismo Estrutural (2019) foi um dos dez mais vendidos em 2020 e muitos o consideram uma obra imprescindível para se compreender a forma como o racismo está instituído na estrutura social, política e econômica brasileira. Um dos fundadores do Instituto Luiz Gama, Almeida também foi relator, em 2021, da comissão de juristas que a Câmara dos Deputados criou para propor o aperfeiçoamento da legislação de combate ao racismo institucional.

Acusações

As denúncias contra o ministro Silvio Almeida foram tornadas públicas pelo portal de notícias Metrópoles na tarde desta quinta-feira (5) e posteriormente confirmadas pela organização Me Too. Sem revelar nomes ou outros detalhes, a entidade afirma que atendeu a mulheres que asseguram ter sido assediadas sexualmente por Almeida.

“Como ocorre frequentemente em casos de violência sexual envolvendo agressores em posições de poder, essas vítimas enfrentam dificuldades em obter apoio institucional para validação de suas denúncias. Diante disso, autorizaram a confirmação do caso para a imprensa”, explicou a Me Too, em nota.

Segundo o site Metrópoles, entre as supostas vítimas de Almeida estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que ainda não se pronunciou publicamente sobre o assunto.

Horas após as denúncias virem a público, Almeida foi chamado a prestar esclarecimentos ao controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, e ao advogado-geral da União, Jorge Messias. A Comissão de Ética da Presidência da República decidiu abrir procedimento para apurar as denúncias. A Secretaria de Comunicação Social (Secom) informou, em nota, que “o governo federal reconhece a gravidade das denúncias” e que o caso está sendo tratado com o rigor e a celeridade que situações que envolvem possíveis violências contra as mulheres exigem”. A Polícia Federal (PF) informou hoje que vai investigar as denúncias.

Em nota divulgada pela manhã, o Ministério das Mulheres classificou como “graves” as denúncias contra o ministro e manifestou solidariedade a todas as mulheres “que diariamente quebram silêncios e denunciam situações de assédio e violência”. A pasta ainda reafirmou que nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada e destacou que toda denúncia desta natureza precisa ser investigada, “dando devido crédito à palavra das vítimas”.

Pouco depois, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, publicou em sua conta pessoal no Instagram uma foto sua de mãos dadas com Anielle Franco. “Minha solidariedade e apoio a você, minha amiga e colega de Esplanada, neste momento difícil”, escreveu Cida na publicação.

Fonte: EBC Política Nacional

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