Andriy Yermak, chefe do gabinete da presidência ucraniana, afirmou que irá convidar o Brasil para participar de uma reunião de cúpula para discutir o fim da guerra. Sobre a data do encontro, ele afirmou que será em “em breve” e em local neutro.
“Em nome do presidente, eu e o nosso Ministério das Relações Exteriores estamos trabalhando na organização da 1ª Cúpula Internacional da Paz para discutir a fórmula proposta pelo presidente [Volodymyr] Zelensky”, afirmou em entrevista à CNN Brasil.
“E nós acreditamos que a cúpula não estará completa sem a participação dos países do Sul Global”, disse Yermak, citando Brasil, Índia, China, Arábia Saudita e países da África.
O chefe de gabinete da presidência da Ucrânia disse que quer “ver o Brasil como um dos líderes da implementação do plano de paz”.
“A Ucrânia está muito interessada no desenvolvimento de suas relações com o Brasil. A Ucrânia quer muito uma parceria estratégica com o Brasil. E estamos prontos para fazer tudo o que depende de nós para atingir esse objetivo”, declarou.
Em conversa com a Folha e o jornal O Globo, Amorim disse que o encontro foi positivo para estreitar laços e avançar na tentativa de criar um ‘clube da paz’, um desejo do presidente brasileiro para liderar um acordo entre ucranianos e russos. Entretanto, Celso Amorim reafirmou a necessidade de Ucrânia e Rússia cederem para se chegar a um acordo.
“Não será fácil chegar a uma confluência. Será necessário que os 2 lados cheguem à conclusão de que o custo da guerra é maior do que o custo de certas concessões”, disse Amorim.
O assessor teve como missão minimizar as recentes declarações do petista sobre a guerra e mostrar que o presidente brasileiro discorda da invasão russa no território da Ucrânia. As falas de Lula provocaram reações negativas na comunidade internacional.
“Eu penso que a construção da guerra foi mais fácil do que será a saída da guerra, porque a decisão da guerra foi tomada por dois países”, afirmou Lula durante coletiva de imprensa durante viagem oficial à Abu Dhabi.
Quando estava em Pequim, em 15 de abril, Lula ainda pediu para que os Estados Unidos país pare de “incentivar a guerra e comece a falar em paz”.
“Eu acho que a China tem um papel muito importante, possivelmente seja o papel mais importante (em relação à guerra entre Rússia e Ucrânia). Agora, outro país importante são os Estados Unidos. Ou seja, é preciso que os EUA parem de incentivar a guerra e comecem a falar em paz, para a gente convencer o Putin e o Zelenski de que a paz interessa a todo mundo. A guerra só está interessando, por enquanto, aos dois”, apontou o presidente brasileiro.
“Nós nunca pedimos para que a Europa e os Estados Unidos tivessem outro comportamento. O que nós queremos é que eles também comecem a falar em paz”, afirmou.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.