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Agronegócio

CPR-Verde impulsiona mercado e produtor rural passa a ganhar dinheiro por preservar meio ambiente

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Nos últimos anos, o Brasil vem tendo crescimento significativo de mecanismos de financiamento voltados para produtores rurais e proprietários de terras, com o objetivo de promover a preservação do meio ambiente. Essa tendência reflete um maior interesse e engajamento tanto por parte dos governos, empresas e da sociedade em relação às questões ambientais.

Na ponta dessas novas modalidades de financiamento está a Cédula de Produto Rural (CPR) relacionada às atividades de conservação e recuperação de florestas nativas e de seus biomas, a chamada “CPR VERDE (CPR-V)”, criada pela conhecida “Lei do Agro”, ao alterar o art. 1º da Lei nº 8.929/94.

A CPR-V é um título que materializa um acordo para que os produtores rurais comercializem “serviços ambientais”, ou seja, produtos associados à atividade de conservação ou formação de florestas nativas e seus biomas através de uma CPR própria.

Com um olhar cada vez mais atento às preocupações com o meio ambiente, várias iniciativas têm surgido para incentivar práticas sustentáveis e a conservação dos recursos naturais. Esses mecanismos de financiamento funcionam como estímulos, oferecendo apoio financeiro para produtores rurais e proprietários de terras que adotam medidas voltadas à preservação ambiental em suas atividades.

A proposta dessas iniciativas é estimular práticas que vão além do cumprimento das leis ambientais vigentes. Os financiamentos podem ser direcionados para a implementação de sistemas de manejo sustentável, recuperação de áreas degradadas, conservação de nascentes, proteção de florestas nativas, entre outras ações que promovam a sustentabilidade.

Em 2022 a Bolsa de Valores de São Paulo, registrou a 1ª CPR Verde e desde então essas cédulas já movimentaram cerca de R$ 5 bilhões em negócios.

Essas cédulas (CPRs Verdes) são compradas por empresas que têm interesses em compensar as emissões de gases de efeito estufa e também reforçar o posicionamento na questão ambiental.

O produtor rural José Soares, 65 anos, relata que já recebe dinheiro anualmente por preservar cerca de 40% de sua terra. Médio empresário, Soares saiu do Rio Grande do Sul na década de 90 para plantar grãos e criar gado em Santa Cruz do Xingu, na região Norte do Mato Grosso, onde residem cerca de 3 mil habitantes.

Soares conta que, pela legislação, pode produzir em 60% da fazenda (de 403 hectares). E vem tendo ganhos acima de R$ 300 mil por ano com colheitas e criação de animais. Porém, sempre buscou uma forma de rentabilizar a outra parte de sua terra.

O empresário disse que os governos (inclusive os internacionais) tiveram por muito tempo um olhar crítico aqueles que produzem alimentos entre o bioma amazônico e o Cerrado. Afirmou que a parte preservada é relevante.

Há um custo para evitar queimadas, invasões e quitar tributos, como o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural. Porém, nunca havia recebido nada pelo trabalho ambiental pela área preservada por ele. Afirmou que isso está mudando.

Em 2022, José faturou R$ 8.770 por meio das unidades de crédito de sustentabilidade (UCS) emitidas por ele. A sigla UCS é utilizada para definir uma “commoditie ambiental” que lastreia áreas de floresta nativa, de proteção permanente, reservas legais e outros.

De um lado, o produtor rural produz várias UCS por ano. Do outro, uma empresa que quer compensar a emissão de carbono, compra o título. Uma UCS vale atualmente R$ 144,34 no mercado financeiro.

Soares calcula que, se todas as UCS produzidas por ele forem comercializadas, o faturamento de sua fazenda pode atingir R$ 5 milhões por ano. Mas o mercado ainda está incipiente: “Se meus filhos e netos colherem o que eu estou plantando, estarei satisfeito”, afirmou.

Ele conta que muitos de seus vizinhos ainda não investem na produção de créditos por acreditarem que não vale a pena financeiramente: “Nem todos aderiram. Aqui é tipo São Tomé: é preciso ver para crer”.

Pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista) foram os responsáveis por desenhar a metodologia científica que calcula o inventário da biodiversidade nas áreas de preservação. Se uma região tem árvores maiores e animais de diferentes espécies, o valor agregado é computado no sistema. Na Amazônia, o hectare tende a render mais créditos que o Cerrado, por exemplo.

Soares contou que teve que fazer um investimento relevante para saber os valores dos créditos de suas terras. Mas já recuperou 100% disso. O que vem agora é lucro. Ele aguarda uma nova medição para saber quantos créditos tem as terras dele.

“Aqui eu consegui ampliar as apps (áreas de preservação permanente) e as árvores estão ‘mais grossas’. Meu crédito vai aumentar. Ninguém mais desmatou a partir do momento em que virou crédito. Todos apostaram em aguardar um resultado definitivo nas negociações”, afirma.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Preço competitivo faz carne de frango ganhar espaço frente à suína e bovina

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A carne de frango está no nível mais competitivo frente à suína em quatro anos, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Até o dia 19 de novembro, o frango inteiro era vendido, em média, por R$ 6,68 a menos por quilo do que a carcaça especial suína. Esta diferença é 14,4% maior do que a registrada em outubro, destacando o aumento da competitividade do frango.

Os pesquisadores do Cepea apontam que essa competitividade crescente ocorre principalmente porque os preços da carne suína têm subido de forma mais acentuada do que os da proteína avícola. Este movimento reflete um cenário de encarecimento dos custos de produção da carne suína, que acabam sendo repassados ao consumidor final.

O frango também leva vantagem quando comparado à carne bovina. Em novembro, a carne bovina apresentou valorizações significativas, tornando o frango uma opção mais acessível aos consumidores. O aumento dos preços da carne bovina reforça a preferência do consumidor pelo frango, uma alternativa mais econômica em tempos de alta nas outras proteínas.

Este cenário destaca a relevância da carne de frango no mercado nacional. Além de ser uma opção mais econômica, o frango se mantém competitivo e é frequentemente escolhido por consumidores que buscam equilíbrio entre qualidade e preço. A acessibilidade e o valor nutricional do frango continuam a impulsionar sua demanda, especialmente em um momento em que outras proteínas estão mais caras.

A crescente competitividade do frango reflete não apenas uma mudança nos hábitos de consumo, mas também uma adaptação das cadeias produtivas às novas realidades econômicas. A eficiência na produção de frango, aliada a custos de produção relativamente menores, possibilita que essa proteína seja oferecida a preços mais competitivos no mercado.

Em resumo, a carne de frango se consolida como uma alternativa econômica e de alta demanda no Brasil, mantendo-se à frente das carnes suína e bovina em termos de preço e acessibilidade. Este cenário é reforçado pelos dados do Cepea, que indicam uma tendência contínua de valorização do frango, tornando-o um componente essencial da dieta dos brasileiros e uma peça chave na economia nacional.

Fonte: Pensar Agro

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