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BRASIL

Show de dança mostra cultura Iorubá e força da mulher negra

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Nove mulheres negras protagonizam o espetáculo de dança Iyamesan, que estreou hoje (18) no Sesc Copacabana, no Rio de Janeiro. O nome é inspirado em uma lenda da cultura Iorubá, em que uma orixá foi cortada em nove partes e se tornou mãe de nove filhos e de nove céus. No palco, as bailarinas movimentam corpos e palavras em um ritmo harmônico: coreografias são entrelaçadas com narrativas de histórias pessoais.

A proposta é que as diferentes individualidades sejam representativas de experiências coletivas de mulheres negras no país. O espetáculo vai até o dia 28 de maio, com oito dias de apresentações.

“A gente está trazendo as nossas histórias, que têm a ver com o fato de sermos mulheres negras e de como conseguimos nos reinventar a partir da arte. Nesse sentido, é um espetáculo extremamente político”, conta Aline Valentin, uma das nove bailarinas. “Eu sou a mais velha desse elenco. Estou nessa trajetória há 20 anos, sou professora de dança afro, pesquisadora, criadora. Para mim é uma oportunidade linda estar aqui com uma nova geração de bailarinas, com diferentes linguagens de dança negra”.

A bailarina e bacharel em dança Bellas da Silveira traz para o palco as experiências e os desafios que vive como mulher trans.

Tradições Afro-brasileiras

“Os meus movimentos no palco dizem muito sobre mim. E eu falo um pouco do meu processo de transição como artista, como mulher trans e preta, que não tem um corpo padrão. É um corpo de transição para o feminino, ainda andrógino. E no palco eu trago os meus desconfortos. É basicamente um grito de liberdade”.

O espetáculo é dirigido por Luna Leal, pesquisadora de dança afro e produtora cultural. Ela explica que a ideia do espetáculo surgiu de uma roda de conversa sobre o poder feminino nas tradições afro-brasileiras.

“Tudo nasce a partir do que elas partilharam comigo lá atrás e da reflexão sobre como as histórias delas se conectam. É um espetáculo que tem muita verdade. Como elas trazem experiências delas e não de outros personagens, a emoção vai tomar conta”, diz Luna. “É sobre a gente poder ser protagonista da nossa própria história, construir as nossas próprias narrativas, quebrar algumas expectativas padrões que as pessoas têm de um espetáculo de dança afro. Também é sobre a gente conseguir ocupar espaços de poder”.

O espetáculo foi contemplado no edital Pulsar Sesc RJ e integra a terceira edição do projeto O Corpo Negro, voltado para a valorização de artistas negros do país. A programação inclui uma variedade de eventos culturais ao longo do mês de maio e passa por outras unidades do Sesc no estado: Petrópolis, Niterói, Nova Friburgo e Nova Iguaçu.

Diretora e bailarinas do Iyamesan reforçam a necessidade de iniciativas e editais como esse para que o talento de homens e mulheres negros sejam reconhecidos, e possam alcançar públicos cada vez maiores.

“É muito importante pensar que nós nunca éramos contempladas em outras oportunidades. Tem companhia de teatro que ganha o mesmo edital há anos. Pensar em ações afirmativa é o mínimo. A gente precisa falar de democracia e igualdade também dentro da cultura”, diz a diretora Luna Leal.

Rio de Janeiro (RJ), 17/05/2023 - A bailarina Aline Valentim no ensaio de Iyamesan,  em cartaz no festival de dança O Corpo Negro, no Sesc Copacabana. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil Rio de Janeiro (RJ), 17/05/2023 - A bailarina Aline Valentim no ensaio de Iyamesan,  em cartaz no festival de dança O Corpo Negro, no Sesc Copacabana. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Bailarina Aline Valentim no ensaio de Iyamesan – Fernando Frazão/Agência Brasil

“O Corpo Negro virou um edital permanente e isso é muito importante porque, infelizmente, ainda somos sub-representadas dentro das diferentes esferas artísticas e nos editais. E nós somos a maioria da população brasileira. Temos muito a criar e a mostrar. É super importante ter editais como esse e esperamos que ele continue com toda força”, diz a bailarina Aline Valentin.

“A gente precisa dançar, precisa questionar. Os editais precisam melhorar muito ainda. Mas pelo menos estamos em um caminho melhor. Editais como esse são uma reparação histórica dos nossos corpos em cena. Vamos estar no palco, sim, e vamos fazer uma arte de qualidade”, afirma Bellas da Silveira.

Serviço

Data: entre os dias 18 e 28 de maio, de quinta a domingo

Horário: 19h

Local: Arena do Sesc Copacabana. Multiuso do Sesc Copacabana

Endereço: Rua Domingos Ferreira, 160, Copacabana, Rio de Janeiro – RJ

Ingressos: gratuito

Bilheteria: funcionamento de terça a sexta (de 9h às 20h); sábados, domingos e feriados (de 14h às 20h)

Classificação indicativa: livre

Duração: 60 minutos

Informações: (21) 2547-0156

Fonte: EBC GERAL

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BRASIL

Pedro Paulo quer políticas para advogados com deficiência

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Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.

A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.

“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.

A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.

“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.

A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.

 

Fonte: ELEIÇÕES OAB MT

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