O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky , foi à cidade holandesa de Haia , onde fica o Tribunal Penal Internacional (TPI), nesta quinta-feira (4) e disse esperar que seu homólogo russo, Vladimir Putin, e a Rússia sejam condenados pelos ” crimes de guerra ” cometidos em seu país.
“Venceremos e não venceremos só no campo de batalha. Todos os países estão unidos para ajudar os ucranianos a se defender e estamos falando de uma guerra de agressão de alguém que está habituado a total impunidade. Quem começa uma guerra e depois não responde – e por isso pedimos que a Rússia receba uma sentença por parte da justiça. E deve ser a justiça que respeita o valor da liberdade porque é aquilo que temos necessidade agora”, afirmou.
Aos presentes, Zelensky disse que “queremos todos ver aqui um outro Vladimir, o Vladimir Putin, que merece ser condenado por ações criminosas aqui em Haia, a capital do direito internacional”.
Segundo o mandatário, o que aconteceu após a Segunda Guerra Mundial, com a criação do Tribunal de Nuremberg sobre os crimes nazistas, deveria ser “uma regra operacional”. E é por isso que Kiev tanto pleiteia que seja instituído uma “corte especial” para julgar os autores da invasão russa.
“Só uma instituição assim é capaz de responder ao crime original, o da agressão. Um tribunal, não algo híbrido, não um compromisso que permita aos políticos dizer que ‘o caso é presumivelmente cometido’. Mas, um verdadeiro tribunal a pleno título para uma verdadeira e total justiça. […] É injusto deixar para as próximas gerações os problemas que não resolvemos agora. É errado ter medo em dar plena força à justiça. Não queríamos essa guerra e espero que seja a última”, ressaltou Zelensky.
Citando os números levantados por Kiev, o mandatário ainda ressaltou que já foram contabilizados “mais de seis mil crimes de guerra só em abril, que levaram a morte 207 civis ucranianos, entre os quais, 11 crianças”.
Contraofensiva
O presidente ucraniano ainda abordou a questão das armas e dos caças e disse que Kiev está esperando as aeronaves prometidas e que “não há motivos para adiar isso”.
Também rechaçou as acusações do Kremlin de que a Ucrânia faz ataques na Rússia, reforçando que seu país está apenas fazendo ações dentro de seu território. Sobre a prometida contraofensiva nas terras atualmente controladas por militares russos, o mandatário falou em “sucesso”.
“Acreditamos no sucesso da nossa contraofensiva e não achamos que não conseguiremos. Sabemos qual é o objetivo. Mas, vitória não é a palavra certa porque, mesmo vencedores, vamos perder vidas humanas”, pontuou.
Zelensky ainda disse que seu país já é um membro ativo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), mesmo que isso não seja formal, e que não teme as ameaças de mortes vindas de expoentes do governo russo.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.