O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, alertou nesta terça-feira (25) que as Forças Armadas de Kiev necessitam de mais fornecimento de munições, dado que os militares enfrentam risco de escassez.
Em entrevista à CNN, ele afirmou que o nível no estoque de munições está “criticamente baixo”, afirmou armamentos enviados tanto por países europeus como pelos Estados Unidos serão de suma importância para o país na guerra contra a Rússia.
“Eu agradeço por tudo que nos prometeram e entregaram. Mas ainda não é suficiente”, disse. “Especialmente munições. Nós recebemos muito pouco, está criticamente baixo”, complementou.
Dmytro pontuou ainda que a maior necessidade é pelo recebimento de munições do calibre 150 que, de acordo com ele, será importante para avançar sobre as “linhas defensivas” russas instaladas nas cidades ucranianas.
Plano de paz de Lula
O ministro ucraniano também citou o plano de paz proposto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Ucrânia. Kuleba disse que o país está aberto a discutir propostas do tipo com a condição de que elas não impliquem na concessão de territórios aos russos.
“Saudamos todos os esforços de paz, venham de onde vierem, dado que em primeiro lugar, este esforço de paz não implica que a Ucrânia tenha de ceder parte do seu território à Rússia em troca do fim da guerra, porque nunca funcionou e nunca funcionará e, segundo, que esse conflito não seja congelado”, destacou.
“Portanto, qualquer plano de paz que não leve ao congelamento do conflito ou à Ucrânia cedendo território à Rússia, estamos prontos para discutir”, completou. Ele ainda ressaltou que defende a ideia da criação de um grupo de países “que estejam prontos para buscar a paz com total respeito a esses dois princípios”.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.