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Economia

Campos Neto alogia regra fiscal, mas critica ‘ruído’ em troca da meta

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Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, discursando
Raphael Ribeiro/BCB – 24/09/2020

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, discursando

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto , elogiou nesta quinta-feira (19) o novo arcabouço fiscal , mas afirmou que “ruídos” em torno de uma eventual mudança na meta de inflação é um dos motivos para a piora nas expectativas para os próximos anos.

Campos Neto disse que ainda não tinha lido a nova âncora fiscal “nos detalhes”, mas que parece estar conforme o esperado.

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“Acabamos de ter o novo marco fiscal, o texto saiu ontem. Não tive tempo de olhar cada detalhe de tudo. Parece mais ou menos de acordo com o que eu tinha visto antes. Acho que foi uma boa indicação de que estamos avançando na direção certa. Acho que remove o ‘risco de cauda’ de algumas das projeções que eu tinha visto”, disse Campos Neto, que participou de reunião com investidores, organizada pelo European Economics & Financial Centre (EEFC), em Londres.

“Acho que parte da explicação tem a ver com a questão fiscal [a PEC da Transição e expectativa de maiores gastos acima da receita] e parte tem a ver com o governo falando em mudar a meta de inflação, dado que o governo escolhe a meta, e o Banco Central tem que executar. Acho que isso também criou alguma incerteza”, completrou.

Em meio a cobranças para redução dos juros, ele voltou a afirmar que a inflação seguirá persistente e não indicou queda da Selic. O Boletim Focus, produzido por mais de cem economistas do mercado financeiro, vem elevando as expectativas de inflação para 2024 e 2025 em quase 1% desde dezembro.

O IPCA fechou março em alta de 0,71% e acumulado de 4,65% em 12 meses, o menor desde 2021. As projeções do Banco Central estimam uma taxa de 5,8% para 2023, 3,6% para 2024, e 3,2% para 2025.

“São números bons, embora ainda estejam longe dos nossos alvos”, disse Campos Neto. A meta de inflação para este ano é de 3,25%, com teto de 4,75%. Para os próximos dois anos a meta é de 3%, com teto de 4,5%.

Segundo Campos Neto, a queda da taxa geral de inflação não justifica, por si só, a redução da Selic.

“Quando olhamos para a inflação no Brasil, hoje, nós vemos o número cheio [a taxa total] sendo reduzido. O núcleo de inflação, contudo, ainda é muito resiliente. Está sendo reduzido, mas em um caminho mais lento. O que provavelmente significa que o trabalho não está finalizado e que precisamos ser persistentes”, diz.

Atualmente a taxa Selic está em 13,75%, maior patamar desde novembro de 2016, tornando o Brasil o país com o maior juro real do mundo.

Fonte: Economia

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Economia

Brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bi de valores a receber

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Os brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro até o fim de julho, divulgou nesta sexta-feira (6) o Banco Central (BC). Até agora, o Sistema de Valores a Receber (SVR) devolveu R$ 7,67 bilhões, de um total de R$ 16,23 bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras.

As estatísticas do SVR são divulgadas com dois meses de defasagem. Em relação ao número de beneficiários, até o fim de julho, 22.201.251 correntistas haviam resgatado valores. Apesar de a marca ter ultrapassado os 22 milhões, isso representa apenas 32,8% do total de 67.691.066 correntistas incluídos na lista desde o início do programa, em fevereiro de 2022.

Entre os que já retiraram valores, 20.607.621 são pessoas físicas e 1.593.630, pessoas jurídicas. Entre os que ainda não fizeram o resgate, 41.878.403 são pessoas físicas e 3.611.412, pessoas jurídicas.

A maior parte das pessoas e empresas que ainda não fizeram o saque tem direito a pequenas quantias. Os valores a receber de até R$ 10 concentram 63,01% dos beneficiários. Os valores entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 25,32% dos correntistas. As quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam 9,88% dos clientes. Só 1,78% tem direito a receber mais de R$ 1 mil.

Depois de ficar fora do ar por quase um ano, o SVR foi reaberto em março de 2023, com novas fontes de recursos, um novo sistema de agendamento e a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. Em julho, foram retirados R$ 280 milhões, alta em relação ao mês anterior, quando tinham sido resgatados R$ 270 milhões.

Melhorias

A atual fase do SVR tem novidades importantes, como impressão de telas e de protocolos de solicitação para compartilhamento no WhatsApp e inclusão de todos os tipos de valores previstos na norma do SVR. Também haverá uma sala de espera virtual, que permite que todos os usuários façam a consulta no mesmo dia, sem a necessidade de um cronograma por ano de nascimento ou de fundação da empresa.

Além dessas melhorias, há a possibilidade de consulta a valores de pessoa falecida, com acesso para herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal. Assim como nas consultas a pessoas vivas, o sistema informa a instituição responsável pelo valor e a faixa de valor. Também há mais transparência para quem tem conta conjunta. Se um dos titulares pedir o resgate de um valor esquecido, o outro, ao entrar no sistema, conseguirá ver as informações: como valor, data e CPF de quem fez o pedido.

Expansão

Desde a última terça-feira (3), o BC permite que empresas encerradas consultem valores no SVR. O resgate, no entanto, não pode ser feito pelo sistema, com o representante legal da empresa encerrada enviando a documentação necessária para a instituição financeira.

Como a empresa com CNPJ inativo não tem certificado digital, o acesso não era possível antes. Isso porque as consultas ao SVR são feitas exclusivamente por meio da conta Gov.br.

Agora o representante legal pode entrar no SVR com a conta pessoal Gov.br (do tipo ouro ou prata) e assinar um termo de responsabilidade para consultar os valores. A solução aplicada é semelhante ao acesso para a consulta de valores de pessoas falecidas.

Fontes de recursos

No ano passado, foram incluídas fontes de recursos esquecidos que não estavam nos lotes do ano passado. Foram acrescentadas contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas, contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas e outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.

Além dessas fontes, o SVR engloba os seguintes valores, já disponíveis para saques no ano passado. Eles são os seguintes: contas-corrente ou poupança encerradas; cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito; recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados; tarifas cobradas indevidamente; e parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente.

Golpes

O Banco Central aconselha o correntista a ter cuidado com golpes de estelionatários que alegam fazer a intermediação para supostos resgates de valores esquecidos. O órgão ressalta que todos os serviços do Valores a Receber são totalmente gratuitos, que não envia links nem entra em contato para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.

O BC também esclarece que apenas a instituição financeira que aparece na consulta do Sistema de Valores a Receber pode contatar o cidadão. O órgão também pede que nenhum cidadão forneça senhas e esclarece que ninguém está autorizado a fazer tal tipo de pedido.

Fonte: EBC Economia

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