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MATO GROSSO

Conselheiro do CNJ conhece modelo de competência híbrida das Varas de Violência Doméstica em Cuiabá

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O conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Márcio Luiz Coelho de Freitas, esteve no Fórum de Cuiabá para conhecer o modelo de competência híbrida (cível-criminal) das Varas Especializadas de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. O Poder Judiciário de Mato Grosso é pioneiro e referência nacional no que diz respeito à aplicação da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06), já que um mês após a promulgação da lei, em 2006, foram instaladas duas varas híbridas Especializadas de Violência Doméstica em Cuiabá, as primeiras no Brasil.
 
Atualmente o Poder Judiciário de Mato Grosso conta com quatro varas especializadas no tema, sendo duas na Capital (com dois magistrados e duas magistradas em cada unidade), uma em Várzea Grande e uma em Rondonópolis.
 
O juiz da Segunda Vara, Jeverson Quintieri fez a apresentação das varas especializadas de violência doméstica e familiar contra a mulher, apresentou o número de ações distribuídas, o acervo atual, bem como a equipe multidisciplinar das unidades judiciais que trabalham no atendimento das vítimas.
 
As juízas Tatiane Colombo (Segunda Vara) e Ana Graziela Vaz de Campos Alves Corrêa (Primeira Vara) também falaram sobre o desenvolvimento dos trabalhos nas unidades. As duas Varas Especializadas de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de Cuiabá estão reunidas em um único lugar localizado no Fórum. As melhorias facilitam o acesso das vítimas, pois antes os quatro gabinetes eram espalhados pelo complexo, que possui mais de 50 mil metros quadrados. O Fórum conta também com sala de acolhimento segura e confortável para as vítimas e todos os juízes da mesma competência estão num mesmo local.
 
O conselheiro, que é supervisor da Política Judiciária Nacional de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, explica que um dos pontos centrais dessa política é avaliar como os estados têm se estruturado para responder a essa grave violação de direitos humanos. “Um dos pontos essenciais que nós estamos buscando compreender é como fazer para que a competência híbrida, que é previsto na lei, seja realmente implementada. O Estado de Mato Grosso é pioneiro e é o único estado onde está efetivamente implantada [varas de competência híbrida]. Então é importante que possamos conhecer essa experiência para ver como pode ser aplicado em outros estados”, afirmou o conselheiro.
 
A presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembargadora Clarice Claudino da Silva falou da satisfação em receber o conselheiro e agradeceu à desembargadora Maria Aparecida Ribeiro, coordenadora da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar Tribunal de Justiça de Mato Grosso (Cemulher-MT), por acompanhá-lo na visita.
 
“É uma grande honra para nós receber o conselheiro, especialmente porque Mato Grosso é o único Estado que cumpre a ritualística da Lei Maria da Penha tal qual está no seu texto, ou seja, a competência das nossas varas é hibridas, comporta tanto a parte criminal quanto a parte cível. Isso chamou atenção positivamente do conselheiro. Ele está bastante satisfeito e contente com o que viu e também ficamos confortáveis em receber, mostrar e fazer toda a dinâmica para que ele pudesse entender como a Lei Maria da Penha está sendo processada no nosso tribunal.”
 
A desembargadora Maria Aparecida Ribeiro reiterou o trabalho desenvolvido em Mato Grosso com objetivo de fortalecer as ações de enfrentamento à violência contra a mulher. “Os magistrados e servidores que atuam nessa área trabalham incansavelmente para que a vítima de violência doméstica seja atendida e acolhida assegurando a garantia de seus direitos. Receber a visita do conselheiro é motivo de honra já que somos exemplo para o país.”
 
Para o juiz da Primeira Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Capital, Jamilson Haddad Campos, a visita do conselheiro demonstra que o Poder Judiciário de Mato Grosso está no caminho certo, com procedimentos inclusive de vanguarda na temática da violência doméstica. “O conselheiro conheceu toda a estrutura que o Tribunal de Justiça disponibiliza para as varas de violência doméstica, como funciona esse sistema de justiça na prevenção e combate à violência doméstica com equipes multidisciplinares específicas, a Cemulher no Tribunal de Justiça com autonomia administrativa e de orientação aos juízes de todo Estado. Isso fortalece o combate à violência contra as mulheres”, ressaltou o magistrado.
 
A juíza auxiliar da Presidência do CNJ, Amini Haddad Campos, acompanha o conselheiro na agenda em Cuiabá.
 
Acolhimento e inclusão – Márcio Luiz Coelho de Freitas também conheceu o Centro de Atendimento às Vítimas de Crimes e Atos Infracionais. O espaço possibilita que os cidadãos e cidadãs, quando estiverem no prédio do Fórum, para audiências ou para outros encaminhamentos do processo que figurem como partes, recebam atendimento humanizado.
 
 
O espaço assegura às mulheres, crianças e homens vítimas de crimes de qualquer natureza, independentemente da idade, que sejam tratados com respeito, igualdade e dignidade no âmbito do Judiciário.
 
Também estavam presentes na visita técnica a juíza auxiliar da Presidência do TJ, Viviane Brito Rebello; a juíza Edleuza Zorgetti Monteiro da Silva, diretora do Fórum de Cuiabá; promotores e promotoras de Justiça, defensores e defensoras públicos(as), equipe da Cemulher-MT e servidores das quatro unidades judiciárias da Capital.
 
 
#Paratodosverem
Esta matéria possui recursos de texto alternativo para promover a inclusão das pessoas com deficiência visual. Primeira imagem: Foto horizontal da sala de audiências onde foi apresentado panorama das Varas Especializadas de Violência Doméstica ao conselheiro. Uma mesa comprida ao centro. Na ponta está o conselheiro e a juíza Tatiane Colombo. No canto esquerdo está o juiz Jerverson Quintieri, em pé. Ao redor da mesa, sentados estão os demais participantes. Segunda imagem: Presidente Clarice ao lado do conselheiro. Ela veste vestido de manga verde claro. O ministro usa terno grafite e gravata cinza. Terceira imagem: magistrados e magistradas em pé, ao lado do conselheiro, na recepção do Centro de Atendimento às Vítimas de Crimes e Atos Infracionais.
 
Dani Cunha (texto e fotos)
Coordenadoria de Comunicação da Presidência do TJMT
imprensa@tjmt.jus.br
 
 
 

Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT

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MATO GROSSO

Penas impostas a réus de 5 vítimas retratadas em mostra somam 107 anos

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A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.

A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.

De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.

A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.

Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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