Na tradicional Rua Barão de Itapetininga, no centro da capital paulista, e em muitas outras no calçadão, dezenas de estabelecimentos comerciais foram fechados. Por toda a parte, portas abaixadas, placas de “aluga-se”, pouco movimento na rua e comerciantes desanimados.
Proprietário de uma banca de revistas desde 1986, Paolo Pellegrini avalia que este é o pior momento. “Hoje é uma rua com 80% abertos e 20% fechados. É muita coisa num trecho tão curto”, disse à TV Brasil.
O Edifício João Brícola é um prédio icônico do começo do século passado. Ele abrigou a primeira loja de departamentos do Brasil. Outras lojas vieram depois. A última ficou neste mesmo prédio por 19 anos, mas fechou no mês passado.
“Era um comércio muito bom, ocupava quase todos os andares aqui e era muito bom. Procurava de tudo e achava aqui. Parecia um shopping”, relembrou a vigilante Edneide Dias.
Outras ruas importantes do comércio popular de São Paulo seguem na mesma direção. Na Rua José Paulino, tradicional rua de roupas femininas, as lojas continuam abertas, mas o movimento está bem abaixo do que já foi. “Caiu bastante o movimento. Todos aqui estão falando a mesma coisa”, aponta a vendedora Solânia Silva.
Comerciantes da Rua Santa Ifigênia dizem que movimento na região caiu nos últimos anos – Rovena Rosa/Agência Brasil
Outra rua emblemática do comércio é a Rua Santa Ifigênia, voltada para a venda de eletrônicos. Lojas abertas também, mas com bem menos consumidores. “Três anos atrás era 100% do movimento, agora 60%, 70% e olhe lá”, avaliou o vendedor João Carlos Costa.
Assista à reportagem da TV Brasil:
Cenário
Uma das explicações para esse cenário é a grave crise econômica causada pela pandemia que contribuiu para o fechamento de muitas lojas e deixou milhares de pessoas vivendo nas ruas de São Paulo. Hoje, segundo o levantamento da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), são 52 mil pessoas em situação de rua. Outra explicação são os constantes roubos e furtos especialmente de celular nas ruas do centro.
Para o urbanista Aluízio Marino, coordenador do Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade (Labcidade), da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP), outro grande problema são as políticas públicas mal sucedidas voltadas aos dependentes químicos da Cracolândia, que pulverizaram essa população para todo o centro.
“Essa política está sendo permanente. Antes a gente tinha uma dispersão que depois, em algum momento, voltava para algum lugar. Então essa política permanente de manter a dispersão, no caso especificamente desse território da Luz, Santa Ifigênia, Campos Elíseos, tem transformado esse território em um barril de pólvora”, apontou.
Para ele, a solução demanda menos polícia e mais ações para moradia, cuidados e combate ao tráfico.
“Operar o combate ao tráfico em uma escala que não é a escala ali do local ou, pelo menos, não apenas a escala ali do local. E, ali no território, precisa ter uma ação conjunta e forte do Estado para pensar políticas de moradia e de cuidado”, acrescentou.
Plataforma
Na quinta-feira (13), o governo paulista lançou uma plataforma com um diagnóstico das ações de segurança e crimes cometidos na região central da capital paulista, em especial nas áreas de uso de entorpecentes, conhecida como Cracolândia.
A ferramenta já estava em uso desde março pelos agentes de segurança. “O objetivo é facilitar a identificação dos hot spots criminais e a definição de ações para enfrentar a criminalidade para que os resultados obtidos sejam mais assertivos e eficientes”, informou o governo em nota.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) espera que o sistema democratize o acesso a informações na região central, tendo em vista que ela está disponível para toda a população. O diagnóstico será atualizado semanalmente com os registros dos roubos e furtos, além das respectivas ações policiais.
Faltando apenas 12 dias para as eleições para a seccional de Mato Grosso da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT), a disputa ganha contornos de extrema emoção com o pleito mais disputado da história. É o que aponta pesquisa do instituto Índice Pesquisas, contratada pelo portal de notícias FOLHAMAX, revela que o candidato de oposição lidera a disputa.
Na segunda posição, estão tecnicamente empatadas a atual presidente Gisela Cardoso e a advogada Xênia Guerra, que representa uma divisão do atual grupo que comanda a entidade. A amostra foi realizada proporcionalmente com juristas do Estado.
Na modalidade espontânea, onde os nomes dos candidatos não são apresentados ao eleitor, o advogado Pedro Paulo foi o mais lembrado, com 24%, mas com uma diferença de apenas meio ponto percentual, já que a atual presidente da OAB-MT, Gisela Cardoso, foi apontada por 23,5% dos entrevistados. Xênia Guerra aparece como intenção de voto de 18% dos juristas, enquanto Pedro Henrique teve o nome apontado por 1,5%. Segundo a pesquisa, 32,5% estão indecisos ou não votarão em nenhum e 0,5% citaram outros nomes.
Já na modalidade estimulada, onde os nomes dos postulantes à presidência da OAB-MT são divulgados ao eleitorado, Pedro Paulo abre uma distância maior, com 32,5%, contra 28% de Gisela Cardoso. Xênia Guerra aparece na terceira colocação, com 24%, enquanto Pedro Henrique registrou 3% dos entrevistados e outros 12,5% não souberam responder.
O Índice também projetou os votos válidos. Pelo cálculo, Pedro Paulo tem 37%; Gisela 32%; Xênia 27,5% e Pedro Henrique 3,5%.
O instituto ouviu 836 advogados, entre os dias 30 de setembro e 5 de novembro, por telefone. A pesquisa tem margem de erro de 4 pontos percentuais, para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. Não foi realizada amostragem sobre a rejeição aos candidatos. A eleição da OAB-MT será online, no dia 18 de novembro, das 9h às 17h, no horário de Cuiabá.