A Central Estadual de Transplantes da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) realizou, neste sábado (21.12), uma captação de órgãos no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC). Graças à solidariedade da família doadora, cinco pacientes de três Estados do Brasil terão novas chances de vida.
A captação teve início às 22h e foi realizada com o apoio de equipes do Distrito Federal; o procedimento possibilitou a doação de um fígado, dois rins e duas córneas.
A ação foi coordenada pelas equipes de Mato Grosso e a logística para a execução do procedimento teve o apoio da Força Aérea Brasileira (FAB).
O secretário de Estado de Saúde de Mato Grosso, Gilberto Figueiredo, parabenizou a dedicação dos profissionais envolvidos na força-tarefa da captação de órgãos.
“Sabemos que esse procedimento de captação de órgãos é complexo e parabenizo o empenho e a dedicação das dezenas de profissionais envolvidos na ação, seja em Mato Grosso ou em outros Estados. Uma família escolheu salvar vidas e somos muito gratos por esse gesto”, declarou.
A secretária adjunta de Regulação da SES, Fabiana Bardi, reforçou o reconhecimento à família doadora. Ela explica que as equipes técnicas da Central Estadual de Transplantes trabalham na conscientização sobre a doação de órgãos.
“Em um momento difícil, essa família escolheu doar órgãos e salvar vidas. Esse gesto precisa ser reconhecido e enaltecido. As equipes da Central Estadual de Transplantes trabalham na conscientização sobre o processo de doação de órgãos, na medida em que investem na criação das Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes dentro dos hospitais públicos e privados do Estado”, acresentou.
Essas ações visam a ampliação do número de captações de órgãos no Estado. A coordenadora da Central Estadual de Transplantes, Anita Ricarda da Silva, informou que Mato Grosso já realizou 13 captações de órgãos em 2024, número consideravelmente maior ao registrado em 2023, que obteve sete captações.
“Com a ação deste sábado, podemos dizer que realizamos 13 captações em 2024 e trabalharemos para que esse número seja ainda mais expressivo em 2025. Temos nos dedicado na conscientização dos profissionais da saúde e de familiares que podem fazer a escolha pela doação. Às famílias doadoras, nossos profundos sentimentos de gratidão e respeito”, concluiu.
Transplantes em Mato Grosso
Atualmente, Mato Grosso realiza transplantes de córneas e tecidos. Os pacientes que precisam de transplante de órgãos são encaminhados pelo serviço de Tratamento Fora Domicílio (TFD) para outros Estados. Os gastos com locomoção e a ajuda de custo para estadia e alimentação do paciente e acompanhante são pagos pela SES-MT.
O Estado também realiza o processo de retomada dos transplantes de rim, após o credenciamento do Hospital São Mateus, em Cuiabá. Em breve, o transplante renal voltará a ser realizado em Mato Grosso.
Estudantes da Escola Técnica Estadual (ETEC) de Campo Verde desenvolveram um tijolo feito à base de resíduos de algodão, que pode reduzir a temperatura dos ambientes e valor das obras, além de ajudar o meio ambiente. O projeto foi elaborado no curso Técnico em Têxtil da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Seciteci).
Chamado de “EcoTijolo”, o projeto teve início com a coleta dos resíduos sólidos gerados no beneficiamento do algodão, uma das principais culturas agrícolas de Campo Verde. Foram usados caroços, fibras residuais e partículas, que foram então secados ao sol para remoção de umidade e triturados.
De acordo com os alunos, o uso dos resíduos (fibrilha) reduz o custo de produção, o que deixa o produto mais atrativo economicamente. Posteriormente, o material foi misturado com proporções específicas de areia e cimento, passando depois por testes laboratoriais que comprovaram uma resistência similar a dos tijolos convencionais.
Participaram do trabalho os estudantes: Evandro Carlos Almeida de Aguiar, João Gabriel de Oliveira Mello, João Kelwin Nunes Pereira, Karllos Henrik de Azevedo Alves e Victor Gabriel dos Santos.
A orientadora do projeto, Manoela Lara Dias, afirma que esse é mais do que um exemplo de inovação tecnológica. Segundo ela, é uma solução prática que une o setor agrícola, educacional e social em prol de um futuro mais sustentável e inclusivo.
“Ideias como essa colocam a Escola Técnica de Campo Verde como referência em sustentabilidade, enquanto transforma os resíduos em possibilidades”, avalia a professora.
Manoela também destacou o potencial do projeto em fortalecer laços entre a Escola Técnica e a comunidade.
“A utilização de EcoTijolos em obras locais, como escolas, centros comunitários e residências, reforça o impacto social do projeto. Os alunos envolvidos ganharam novas habilidades práticas e uma visão empreendedora, formando uma geração de profissionais comprometidos com soluções criativas e sustentáveis para os desafios atuais”.
Os resultados da fabricação do Ecotijolo com resíduos de algodão demonstraram alta viabilidade técnica e ambiental. Isso porque, além de reduzir o desperdício gerado pela cultura do algodão, contribui para a preservação ambiental ao minimizar a extração de recursos naturais e a emissão de carbono. Também alia economia circular e eficiência energética, promovendo construções mais ecológicas e acessíveis. Chama atenção ainda o fato desse tipo de material deixar as construções mais frescas.
O estudante Evandro Carlos ressalta que o apoio da escola foi importante para o desenvolvimento do projeto, principalmente por parte da professora orientadora. Cita ainda que o desenvolvimento do trabalho contribui com o processo de aprendizagem.
A Seciteci conta atualmente com 15 escolas técnicas. Em 2025, serão 17 unidades ofertando cursos vocacionados para demandas de cada região de Mato Grosso, como Agronegócio, Agricultura, Enfermagem, Meio Ambiente, Saúde Bucal, entre outros.