Policiais da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa de Cuiabá apreenderam valores em moeda corrente, barras supostamente de ouro e equipamentos eletrônicos durante o cumprimento de buscas contra cinco alvos investigados pelo homicídio do advogado Renato Gomes Nery, ocorrido em julho deste ano, na capital.
Os mandados autorizados pelo Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá (Nipo), após representação dos delegados responsáveis pela investigação, foram cumpridos em endereços residenciais e comerciais em Cuiabá e Primavera do Leste. Os alvos são advogados e empresários.
Foram apreendidos R$ 34 mil, diversas barras que aparentam serem de ouro e dispositivos eletrônicos, como celulares, computadores e notebooks. Os equipamentos passarão agora pela análise de dados da equipe responsável pela investigação. As barras serão submetidas à perícia técnica.
Os fatos apurados pela DHPP apontam a disputa de terra como a motivação para o homicídio de Renato Nery. O inquérito policial apura os crimes de homicídio qualificado e organização criminosa contra o advogado.
O nome da operação faz referência a um escritório do crime criado para a execução do crime.
Crime e diligências
Renato Nery foi morto aos 72 anos. Ele foi atingido por disparos no dia 5 de julho deste ano, quando chegava a seu escritório, localizado na Avenida Fernando Corrêa da Costa, uma das principais vias da capital. O advogado foi socorrido e submetido a uma cirurgia em um hospital privado de Cuiabá, mas foi a óbito horas após o procedimento médico.
Desde a ocorrência do homicídio, a DHPP realizou inúmeras diligências investigativas, com levantamentos técnicos e periciais, a fim de esclarecer a execução do profissional.
No dia 30 de julho, a delegacia especializada cumpriu três mandados de busca e apreensão nas cidades de Guarantã do Norte, Cuiabá e Várzea Grande, com o objetivo de coletar informações que corroboram as investigações.
Em setembro, a DHPP requisitou uma perícia complementar para auxiliar na identificação do executor do crime.
A Delegacia Especializada em Repressão a Roubos e Furtos de Veículos de Cuiabá (Derfva), prendeu, nesta quinta-feira (28.11), quatro investigados por participação em um roubo executado com violência. Os autores do crime foram presos em Cuiabá e Várzea Grande.
O crime ocorreu na Comunidade Quilombola de Mata Cavalo, em Nossa Senhora do Livramento, quando as vítimas foram agredidas, além dos animais de estimação que foram espancados e um decapitado.
De acordo com as investigações, os suspeitos invadiram a residência das vítimas na noite do dia 27 de novembro. Se passando por policiais, os criminosos usaram uniformes falsos, coletes balísticos e armas de fogo para intimidar os moradores. No momento da invasão, cinco pessoas, entre crianças e idosos, estavam na casa.
Sob constante ameaça, as vítimas foram amarradas com lençóis rasgados, agredidas fisicamente e mantidas reféns por horas. Os criminosos ainda decapitaram um papagaio da família e espancaram de um cachorro de estimação.
Além das agressões, os criminosos obrigaram as vítimas a realizar uma transferência bancária no valor de R$ 1.000,00. Os suspeitos também subtraíram diversos pertences da residência, incluindo um veículo utilizado para a fuga.
A investigação
Após o registro do crime, equipes da Derfva iniciaram diligências e analisaram imagens de câmeras de segurança e ouviram testemunhas.
Informações apontaram que o veículo roubado estava em Várzea Grande. Durante as buscas, os policiais prenderam um dos suspeitos em flagrante. Já veículo roubado, com as placas originais, estava estacionado nas proximidades.
Na casa do suspeito foram encontrados materiais relacionados ao crime, incluindo uma maleta com equipamentos de medição.
Após a primeira prisão, a equipe da Derfva identificou os demais membros do grupo. Em diligências subsequentes, outros três suspeitos foram localizados em Cuiabá e Várzea Grande.
Durante as prisões, foram apreendidos coletes balísticos, rádios comunicadores, dinheiro em espécie e outros itens que reforçaram o vínculo dos detidos com o crime. Em depoimentos, o grupo assumiu a participação no roubo e detalhou como o roubo foi planejado e executado.
Os relatos das vítimas demonstraram o desespero vivido dentro da casa. As vítimas relataram a sensação de impotência diante das ameaças dos criminosos, que agiram com frieza durante toda a ação.
O delegado titular da Derfva, Diego Martimiano, destacou o trabalho integrado das equipes policiais diante da gravidade do caso. “Foi um crime de extrema brutalidade, que expôs as vítimas a um sofrimento desumano e envolveu crueldade contra animais. A resposta rápida da Polícia Civil demonstra o nosso compromisso com a segurança da população e a garantia de justiça para as vítimas”, afirmou.
Os autores do roubo permanecem detidos e a delegacia especializada fará a análise do material apreendido com o grupo. Informações preliminares indicam que o grupo pode ter envolvimento em outros crimes na região, o que será apurado na investigação.