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MATO GROSSO

A Luta por Justiça e Representatividade em Mato Grosso sob o Olhar da Consciência Negra

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Hoje é celebrado no Brasil o Dia da Consciência Negra, uma data que nasceu de um movimento de resistência e valorização da identidade afrodescendente, originado da opressão vivida durante a escravidão. O movimento ganhou força com exemplos de figuras como Zumbi dos Palmares, símbolo da luta pela liberdade, e com os trabalhos de intelectuais como Abdias do Nascimento. Na atualidade, a consciência negra continua sendo uma luta por igualdade, representatividade e pelo reconhecimento da contribuição fundamental dos negros para a formação da sociedade.

Nosso estado tem uma forte identidade com essa data, pois ela está ligada à história da escravidão e à contribuição dos negros na formação da sociedade mato-grossense. As comunidades quilombolas, descendentes dos escravizados que fugiram das senzalas, são um dos maiores símbolos da resistência e da preservação da identidade negra em Mato Grosso.

Em nosso estado, tenho a honra e o privilégio de trabalhar ao lado de um governo comprometido com a transformação da realidade social e com a promoção de políticas públicas que garantem direitos para todas as pessoas, valorizando a cultura e a história do nosso povo.

Desde o início do primeiro mandato do atual governo, em parceria com a Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania e a Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer, temos implementado programas sociais que têm como objetivo primordial o atendimento às necessidades da população, promovendo a igualdade e garantindo o acesso aos serviços essenciais para aqueles que mais precisam, além de promover a sua cultura e história.

Enquanto voluntária na Unidade de Ações Sociais e Atenção à Família, tenho me dedicado pessoalmente a acompanhar e idealizar ações que visam o bem-estar de todas as pessoas de nosso estado. O foco das iniciativas que compõem o programa SER Família é justamente atender à população de forma integral, respeitando a diversidade e a realidade de cada um, para que ninguém seja deixado para trás. Acredito que, para que um estado se desenvolva de maneira justa e equilibrada, é fundamental que as políticas públicas atendam a todos os segmentos da sociedade, especialmente aqueles historicamente marginalizados.

O SER Família não é apenas um programa social; ele é um compromisso com a dignidade e o respeito àqueles que, muitas vezes, se sentem invisíveis nas políticas públicas. Ele engloba diversas ações de assistência social e cidadania, com uma atenção especial às famílias em situação de vulnerabilidade social. Desde a oferta de benefícios de assistência emergencial até a implementação de projetos que buscam garantir o acesso à educação, saúde e formação profissional, esse programa é um marco na construção de uma rede de proteção que visa à inclusão verdadeira.

Sabemos que, para que a inclusão seja real, não basta apenas oferecer oportunidades, mas também promover ações afirmativas que respeitem a individualidade de cada cidadão e que possam superar as barreiras históricas que ainda existem na sociedade.

Sou filha adotiva e cresci em uma família que sempre me ensinou a importância da empatia e da solidariedade. Meus pais eram negros, e tenho muito orgulho de minha origem. Essa vivência pessoal me impulsiona a trabalhar incansavelmente por políticas públicas que combatam o racismo e a desigualdade, promovendo a inclusão de todos os cidadãos, especialmente os negros e as comunidades periféricas, que ainda enfrentam desafios cotidianos em várias áreas.

A minha história é um exemplo de como a diversidade e a inclusão podem ser potentes e transformadoras. Fui criada em um lar que sempre me ensinou o valor da união entre diferentes culturas, crenças e experiências de vida. Isso me fez compreender a importância de um governo que não só reconhece a pluralidade, mas também age para que ela seja respeitada e garantida em suas políticas públicas.

A discriminação racial ainda é uma realidade em muitas partes do Brasil, e Mato Grosso não é exceção. Como primeira-dama de MT, tenho consciência de que é preciso ir além das palavras e investir em ações práticas que garantam a equidade e a justiça social. A luta contra o racismo é uma das prioridades do nosso governo, e temos procurado implementar políticas que combatam a discriminação racial, promovam a igualdade de oportunidades e valorizem a contribuição histórica e cultural da população negra.

Esta não é uma causa de um único dia ou de um único governo, mas sim um compromisso que deve ser contínuo. E eu, enquanto primeira-dama de MT, tenho orgulho de fazer parte desse movimento, contribuindo ativamente para a construção de um Mato Grosso mais inclusivo e igualitário.

Virginia Mendes é economista, primeira-dama de MT e voluntária nas ações de Governo

Fonte: Governo MT – MT

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MATO GROSSO

Entrevistada cobra inclusão e reforça importância de luta antirracista

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Pesquisa do Instituto Datafolha indica que 59% dos brasileiros consideram que a maioria da população do país é racista. O levantamento ouviu 2.004 pessoas com mais de 16 anos, em 113 municípios, incluindo regiões metropolitanas e cidades do interior de todas as regiões do Brasil, entre os dias 5 e 7 de novembro. Nesta quarta-feira (20), em entrevista concedida à Rádio CBN Cuiabá, como parte da campanha do Ministério Público do Estado de Mato Grosso “Atitudes Vencem o Racismo”, a presidente do Instituto de Mulheres Negras de MT, Antonieta Luisa Costa, abordou a importância da luta antirracista.

“Se perguntarmos quem é racista, com certeza ninguém vai levantar a mão. O mais importante é saber quem é antirracista, aquela pessoa que não aceita determinadas atitudes, que mostra o que está errado e que não naturaliza o racismo. Essa é uma causa de todos nós!”, destacou.

Quando questionada se o movimento antirracista tem ganhado força, a entrevistada avaliou como uma “via de mão dupla”: “Se por um lado existe um levante grande em algumas pautas, por outro tem crescido o número de pessoas que se sentem à vontade em discriminar, em excluir”, observou.

“Nieta da Casa das Pretas”, como é mais conhecida em Cuiabá, enfatizou que embora as pessoas negras sejam maioria da população no país, ainda são tratadas como minoria. “Os dados apontam que somos a maioria, mas somos minoria em espaços de poder e na visualização dos espaços públicos. Você não vê os nossos rostos nesses espaços. Não podemos ser apenas número, é necessário que a inclusão seja completa”, cobrou.

A entrevistada reforçou a importância dos espaços de diálogo, a exemplo do que vem sendo proporcionado pela campanha realizada pelo Ministério Público de Mato Grosso. “Usamos muito o discurso da igualdade, mas precisamos colocar em prática todos esses direitos. É necessário compreender que vivemos em um país diverso e que tratar o desigual como igual gera desigualdade”, acrescentou. Assista aqui a íntegra da entrevista.

Campanha – No mês da Consciência Negra, a Campanha Estadual do MPMT de Combate ao Racismo lançou vídeo institucional com a participação do jogador Rony, atacante do Palmeiras, e do promotor de Justiça Wagner Camilo, também homem negro. Ambos compartilham reflexões, estimulam a denúncia de práticas racistas e defendem um comportamento mais respeitoso por parte da sociedade. O vídeo está sendo exibido na TV Centro América e foi viabilizado com o apoio de empresas e instituições parceiras (Assista aqui). A campanha também inclui peças visuais para rede digitais.

A ação contempla também a realização de entrevistas em estúdio na Rádio CBN Cuiabá 95,9 FM, todas as quartas-feiras, com autoridades, lideranças e personalidades sobre a temática.  

Fonte: Ministério Público MT – MT

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