As competições do Campeonato Mundial Profissional de Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos) continuam, porém, parte da equipe de paratletas e atletas da inclusão reversa retornaram a Mato Grosso nesta segunda-feira (11.11). No Aeroporto Internacional Marechal Rondon, os medalhistas mundiais foram recebidos pela equipe da Unidade de Ações Sociais e Atenção à Família (Unaf), sob a gestão voluntária da primeira-dama de Mato Grosso, Virginia Mendes, também madrinha nacional e embaixadora mundial de Parajiu-jitsu.
Os paratletas competiram na Grécia e em Abu Dhabi com o apoio do Governo do Estado, articulado pela primeira-dama Virginia Mendes por meio do programa SER Família Inclusivo e recursos da Secretaria de Esporte, Cultura e Lazer (Secel).
Nas competições, a delegação mato-grossense, composta por 16 integrantes entre equipe técnica, inclusão reversa e paratletas, já conquistou 22 medalhas, sendo 8 de ouro, 8 de prata e 6 de bronze. O torneio em Abu Dhabi termina no próximo domingo (17.11). Os competidores chegaram acompanhados pela assessora jurídica e atleta da inclusão reversa, Laís Magalhães.
“Todo nosso agradecimento, pois esse apoio não inclui somente o esporte para pessoas com deficiência, mas também resgata e salva vidas. Por meio do esporte, com o apoio do Governo do Estado, a invisibilidade das pessoas com deficiência está sendo quebrada. Isso tudo é graças ao olhar da nossa primeira-dama, Virginia Mendes, que, além de ser madrinha nacional e embaixadora mundial, agora garantiu o selo da inclusão internacional. Esse esporte transforma vidas, inclusive a minha”, declarou Laís Magalhães.
O presidente da Associação Mato-grossense de Jiu-jitsu Paradesportivo (AMJJP), Antônio Vitor Lopes Godoy, de Barra do Garças, conquistou duas medalhas: uma de bronze em Heraklion, na Grécia, e uma de prata nos Emirados Árabes. Ele agradeceu o apoio do Governo do Estado e todo o suporte da primeira-dama de Mato Grosso, Virginia Mendes, que também é madrinha nacional e embaixadora mundial do Parajiu-jitsu.
“Essa parceria nos elevou de uma forma espetacular. Treino Jiu-jitsu há cerca de quatro anos, e este mundial era um sonho até então. Não tínhamos noção de que iríamos com uma delegação inteira. O fato de termos a nossa madrinha nacional e embaixadora mundial, primeira-dama Virginia Mendes, e o governador Mauro Mendes nos acompanhando de perto foi algo surpreendente, porque não é somente sobre o apoio financeiro, mas eles se envolvem de verdade, e isso é extraordinário”, disse Antônio Vitor.
Marcus Aurelius Madruga, que participa do paratletismo na categoria PCD, já era campeão brasileiro e, nas competições na Grécia e em Abu Dhabi, conquistou medalhas de ouro. “Foi minha primeira viagem internacional. Treinei muito para essas conquistas. Quando vi a nossa madrinha, Virginia Mendes, e o governador Mauro Mendes torcendo por nós, foi algo sensacional. Fui lá, ganhei e fiz o que tinha que ser feito. Desde que entrei no Jiu-jitsu, queria ser campeão mundial e agora sou campeão mundial duas vezes”, contou Marcus Aurelius.
O paratleta João Pedro, nascido em Manaus, filho adotivo e diagnosticado com paralisia cerebral, encontrou no Parajiu-jitsu seu caminho. Na Grécia, conquistou medalha de bronze, mas não ficou totalmente satisfeito, e foi nesse momento que contou com a motivação da primeira-dama Virginia Mendes. Em Abu Dhabi, chegou determinado e cravou a conquista do ouro.
“Não tem como explicar, porque é uma coisa única o que a gente viveu. Daqui pra frente, é só treinar para mais conquistas”, ratificou.
Na inclusão reversa, Isabela Ladislau falou sobre sua participação e como é competir na categoria. “É uma sensação inexplicável conviver com os paratletas, entender o que eles passam, principalmente na hora da luta, porque, devido às limitações deles, eu também preciso me delimitar dentro e fora do tatame. Viajei com o João, cuidei muito dele, nós exercitamos a empatia. Na Grécia, lutei com uma paratleta de Israel com deficiência auditiva, então tive que lutar sem o apoio do meu treinador. Essa experiência, junto com nossa Embaixadora Mundial Virginia Mendes, ultrapassou nossas expectativas”, expressou Isabela.
Suiany Linhares, paratleta com lesão medular, classe K, comemorou as conquistas na Grécia, com a medalha de prata, e em Abu Dhabi, com o ouro. “Nosso sonho agora é realidade. Ver a primeira-dama Virginia Mendes assistindo nossas lutas foi algo incrível, e ter a presença do governador Mauro Mendes foi algo especial também. Nossa missão é essa, ajudar outras vidas, porque tivemos uma chance de salvar as nossas vidas por meio do esporte e queremos impactar outras vidas também”, destacou.
A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.
A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.
De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.
A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.
Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.