Os índices criminais de roubos e furtos de insumos agrícolas apresentaram redução em Mato Grosso nos nove primeiros meses de 2024, em comparação ao mesmo período do ano passado.
De acordo com dados do Observatório de Segurança Pública, de janeiro a setembro de 2023, foram registrados 22 roubos no estado, enquanto que neste ano, o número caiu para 10, uma redução de 55%.
Em relação aos furtos, foram 40 ocorrências nos primeiros nove meses de 2023, contra 25 no mesmo período de 2024, o que representa uma queda de 38%.
Do total de insumos agrícolas furtados e roubados neste ano, 57% correspondem a defensivos agrícolas, 40% a adubos e fertilizantes, e 3% não foram especificados.
A queda nos índices criminais reflete os investimentos do Governo do Estado na Segurança Pública, possibilitando a intensificação do policiamento ostensivo e preventivo da Polícia Militar, além das investigações realizadas pela Polícia Judiciária Civil.
O secretário de Segurança Pública, coronel César Roveri, destaca a importância do trabalho integrado entre as forças policiais. “A Patrulha Rural atua de forma ostensiva, percorrendo as áreas rurais e mantendo proximidade com os moradores. Aliado ao trabalho investigativo da Polícia Civil, estamos dando à população a resposta necessária, investigando todos os crimes e prendendo os criminosos envolvidos em roubos e furtos de insumos agrícolas”, afirma.
Ações preventivas e investigação
Em Mato Grosso, a Patrulha Rural está presente em todos os municípios e conta com reforço especializado. Somente em 2023, a Patrulha Rural recebeu cerca de R$ 18 milhões em investimentos em viaturas, fardamentos, armamentos e munições, e passou a usar o georreferenciamento no monitoramento das áreas rurais.
Ainda em 2023, os policiais militares da Patrulha fiscalizaram cerca de 240 mil propriedades e percorreram cerca de 620 mil quilômetros por todo território rural mato-grossense. Como parte dos serviços, a Patrulha Rural também coordena um trabalho preventivo com visitações, orientações e cadastramento para o georreferenciamento, promovendo maior aproximação das forças policiais com a população rural.
As investigações da Polícia Civil resultaram na prisão de diversos envolvidos e no desmantelamento de organizações criminosas especializadas em roubos e furtos de insumos agrícolas. Em setembro deste ano, um fazendeiro foi apontado como financiador e colaborador de grupo criminoso. Ele foi alvo da Operação Cerco Verde, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO). Durante a operação, a Justiça decretou mandados de prisão, busca e apreensão, além de sequestro de bens e bloqueio de valores no montante de mais de R$ 1,7 milhão.
Os membros da organização criminosa que atuavam com furtos de defensivos agrícolas em propriedades rurais em diversas regiões de Mato Grosso foram presos em outra fase da operação, deflagrada em agosto deste ano.
A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.
A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.
De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.
A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.
Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.