O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso (CBMMT) certificou 32 bombeiros militares de 10 Estados brasileiros como pós-graduados em Gestão de Incêndios Florestais e novos especialistas em perícia de incêndios florestais.
A cerimônia de entrega dos certificados ocorreu na tarde de sexta-feira (24.10), marcando o encerramento do 2º período presencial do curso de pós-graduação Lato Sensu em Gestão de Incêndios Florestais e do 4º Curso de Perícia em Incêndios Florestais, promovido pela corporação em parceria com o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT).
Mato Grosso se destaca como referência nacional no ensino e na atuação nessa área do conhecimento, especialmente no âmbito militar.
Os certificados foram entregues aos bombeiros militares dos Estados de Rondônia, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Goiás, Ceará, São Paulo, Santa Catarina, Pará, Sergipe e Mato Grosso.
O diretor de Ensino, Instrução e Pesquisa do CBMMT, coronel BM Josiel Borges da Silva, destacou que a ampla participação de militares de todo o país reforça a relevância do conteúdo abordado ao longo do curso, bem como o reconhecimento da competência e responsabilidade da corporação mato-grossense na gestão e combate a incêndios florestais.
“Nós, bombeiros militares do Brasil, formamos um corpo que atua para defender a sociedade brasileira. Constantemente, somos desafiados a nos superar e a ir além do que estamos habituados, porque precisamos evoluir e crescer para oferecer o melhor. A expectativa da sociedade é alta”, apontou.
O coronel BM Abadio José da Cunha Junior, concludente do curso e chefe do Núcleo de Gestão Estratégica Para Resultados da Fundação Nova Chance, ressaltou a importância do curso para aprofundar o conhecimento sobre a gestão e a dinâmica dos incêndios florestais, especialmente diante das mudanças climáticas globais. “Nosso trabalho se concentra justamente nesse aspecto, lidando com incêndios que ocorrerão e com os problemas ambientais associados”, afirmou.
O coronel também destacou o papel da tecnologia como uma aliada essencial para aprimorar a atuação dos bombeiros militares na perícia e no combate a incêndios florestais em comparação com o passado.
“No passado, tínhamos muita disposição, mas faltava qualificação, equipamentos e tecnologia. Hoje, podemos contar com essas ferramentas, que serão fundamentais tanto na perícia quanto no combate aos incêndios. Sempre afirmei que somos técnicos, não heróis”, afirmou.
Também concludente do curso, o coronel BM Daniel Sanches Pinheiro, coordenador de Pessoal do Corpo de Bombeiros Militar de Rondônia, destacou a posição estratégica de Mato Grosso como um ponto de convergência dos biomas brasileiros, proporcionando um aprendizado valioso para militares de outros Estados.
“Mato Grosso é a junção de tudo. Qualquer bioma do Brasil tem sua representação aqui. Embora os três principais biomas, que são Pantanal, Cerrado e Amazônia estejam fortemente presentes, a Caatinga se assemelha ao Cerrado, a Mata Atlântica encontra semelhanças com a Floresta Amazônica, e os Pampas Gaúchos guardam semelhança com o Pantanal. Este é, sem dúvida, o melhor lugar para discutirmos, debatermos e aprendermos juntos”, concluiu.
Pós-graduação
Ao todo, o curso possui uma carga horária de 470 horas, sendo 410 horas dedicadas a aulas teóricas e 60 horas a atividades complementares.
As atividades práticas ocorreram em Chapada dos Guimarães e Poconé, incluindo uma visita técnica à Base do Posto de Comando Conjunto da Operação Pantanal.
O curso proporciona aos bombeiros militares uma compreensão aprofundada das peculiaridades dos incêndios florestais, abordando padrões de propagação, os fatores que influenciam o comportamento do fogo, o uso de geotecnologia aplicada e a análise das evidências que permanecem após a passagem do fogo.
Além disso, capacita os militares a conduzirem investigações precisas sobre as origens e causas dos incêndios florestais, ação que desempenha um papel fundamental na determinação de responsabilidades legais, na implementação de estratégias preventivas e educativas, e na mitigação de riscos futuros.
A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.
A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.
De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.
A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.
Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.