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MATO GROSSO

Fórum de Chapada dos Guimarães realiza Círculo Colorido da Paz voltado ao Outubro Rosa

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A décima edição de 2024 do projeto “Círculos Coloridos da Saúde” foi realizada nesta terça-feira (22 de outubro) nas instalações do novo Fórum de Chapada dos Guimarães (62 km de Cuiabá) com programação voltada à campanha Outubro Rosa, mês dedicado à conscientização sobre o câncer de mama. O evento, conduzido pelo juiz Leonísio Salles de Abreu Júnior, teve início no plenário do júri e, posteriormente, seguiu para o espaço Ubuntu, quando o magistrado trouxe abordagens sobre a Justiça Restaurativa e a aplicação dos Círculos de Construção da Paz. 
 
A atividade contou com a participação de profissionais de saúde locais, como médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, além da primeira-dama do município, que também se engajou na causa. O objetivo do encontro foi discutir estratégias de encaminhamento de pacientes e fortalecer o acolhimento de pessoas diagnosticadas com câncer de mama. Durante a conversa, os participantes destacaram como o projeto impactou suas percepções sobre o atendimento humanizado. 
 
O juiz enfatizou que o objetivo principal é fortalecer o atendimento e o relacionamento entre profissionais de saúde e pacientes. “Precisamos desenvolver um olhar mais acolhedor, não apenas para o paciente, mas também para seus familiares. É essencial entender que, muitas vezes, o melhor cuidado não é apenas o mais técnico, mas sim o mais próximo, respeitando as vontades e as necessidades de quem enfrenta a doença”, apontou o magistrado. 
 
Além disso, os presentes compartilharam histórias pessoais sobre familiares ou amigos que enfrentaram o câncer de mama. As reflexões foram voltadas para maneiras de melhorar o suporte e a comunicação com pacientes e familiares, priorizando o respeito às necessidades e vontades daqueles que vivem a doença, sobretudo nos momentos mais críticos.  
 
Também foi discutida a importância de um olhar mais acolhedor por parte dos profissionais de saúde, com ênfase no impacto emocional causado pela doença, como a angústia, depressão e as dificuldades sociais enfrentadas após tratamentos invasivos, como a mastectomia. A necessidade de romper tabus e oferecer informações claras e acessíveis à população também foi enaltecida, especialmente para pessoas mais humildes, que ainda têm receios e falta de conhecimento sobre a doença e consequências. 
 
O magistrado falou ainda sobre o papel do novo Fórum de Chapada dos Guimarães como um espaço de cidadania e inclusão. “Queremos que este Fórum seja mais do que um local de soluções jurídicas. Ele deve ser um centro de acolhimento e de alternativas de saúde para a população. Precisamos difundir informações e quebrar barreiras, para que todos se sintam amparados e informados”, finalizou. 
 
Diálogo aberto – Helma Martins da Cunha Bazan, facilitadora de Círculos de Paz em formação pela Núcleo Gestor da Justiça Restaurativa (Nugjur) do Poder Judiciário de Mato Grosso, pontuou sobre o impacto do círculo com os profissionais de saúde, enfatizando a importância da humanização no tratamento e a compreensão mútua entre pacientes e esses profissionais. “O círculo ajudou a sensibilizar os profissionais de saúde para as dificuldades dos pacientes com câncer e a importância de um atendimento mais humano”, disse. “A interação entre pacientes e profissionais permitiu que ambos compreendessem melhor as realidades um do outro, algo difícil de se alcançar na rotina rápida e limitada de recursos dos hospitais. Por isso, acredito que, além de sensibilizar os profissionais de saúde, o círculo também permitiu que os pacientes entendessem melhor as dificuldades que esses profissionais enfrentam. Essa é a beleza da metodologia do Círculo, fazendo com que todos se enxerguem com mais empatia”, acrescentou.
 
A primeira-dama Hélia Mello dividiu sua perspectiva sobre a iniciativa, evidenciando o valor da abordagem trazida por meio do Círculo da Paz no enfrentamento ao câncer de mama. “Cada pessoa pôde expor suas experiências e, através disso, podemos aprimorar nossos conhecimentos e a forma de lidar com a superação e as perdas causadas por essa doença. Precisamos cada vez mais conscientizar as mulheres sobre a importância da prevenção”. 
 
Já o médico clínico-geral Diego Antonini dos Santos, que atua no atendimento à Atenção Básica no município, destacou a relevância do encontro e o impacto positivo do diálogo entre profissionais de diferentes áreas. “Essa reunião é de suma importância para construirmos juntos uma aliança em prol do conhecimento e prevenção do câncer de mama e de colo uterino. Achei muito produtivo e essencial partilhar e construir ideias junto com profissionais de setores diferentes do nosso cotidiano. Deixo aqui minha gratidão e me coloco à disposição em prol do Judiciário e da saúde”. 
 
Para a enfermeira Danielle Fialho, coordenadora da Atenção Primária de Chapada dos Guimarães, além de potencializar a questão do autocuidado, esse Círculo da Paz apresentou-se como uma ferramenta de conscientização, sendo fundamental para ampliar o conhecimento sobre saúde e fortalecer o papel da prevenção. “Incentivar o autocuidado das mulheres deve ser uma prática constante ao longo do ano, mas o mês de outubro reforça ainda mais essa necessidade. A escuta ativa proporcionada pelo círculo nos ajuda a compreender melhor tanto os outros quanto a nós mesmos”. Dani finalizou afirmando que participar do evento é sempre uma experiência enriquecedora e essencial para promover um atendimento mais humanizado no município.
 
#ParaTodosVerem – Esta matéria possui recursos de texto alternativo para promover a inclusão das pessoas com deficiência visual. Foto 1: imagem mostra um círculo colorido no chão, com um pano branco no centro exibindo um laço rosa e várias figuras femininas em rosa, representando a campanha do Outubro Rosa. Ao redor, há palavras positivas como “respeito”, “determinação”, “humildade” e outras, todas destacadas em tiras coloridas. Foto 2: três pessoas vestindo rosa participam de uma roda de conversa do Outubro Rosa; uma delas segura a placa “Perseverança”. Foto 3: participantes sentados em círculo durante uma roda de conversa do Outubro Rosa em uma sala de reuniões. Foto 4: grupo de pessoas posando em frente ao letreiro “Espaço Ubuntu” em um ambiente externo.
 
Talita Ormond
Coordenadoria de Comunicação Social do TJMT
imprensa@tjmt.jus.br
 
 

Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT

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MATO GROSSO

Penas impostas a réus de 5 vítimas retratadas em mostra somam 107 anos

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A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.

A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.

De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.

A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.

Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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