Mais de 200 pessoas, entre especialistas, engenheiros, universitários, empreendedores e responsáveis técnicos, participam da segunda edição do Simpósio Estadual sobre Segurança de Barragens que começou nesta quarta-feira (16.10). O evento é organizado pelo Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de Mato Grosso (Ibape-MT) em parceria com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) e acontece no auditório da OAB-MT até sexta-feira (18).
Entre as participantes, a engenheira civil da empresa Elera Renováveis, Amanda Lopes Celestino, que trabalha em São Paulo, disse que logo que soube do simpósio se organizou junto a colegas para participar. Da empresa, além dela, mais um colega conseguiu vir. “Os colegas que participaram da primeira edição falaram muito bem e desde então fiquei atenta, e, logo que as inscrições foram abertas, fiz a minha”.
Segundo Amanda, o simpósio é a oportunidade de entender o olhar dos órgãos fiscalizadores e especialistas renomados, além de compartilhar informações com a equipe. “Em Mato Grosso, a empresa atua na usina hidrelétrica em Itiquira e várias outras e em outros Estados. Somos incentivados a participar para agregar conhecimento e aprimorar as relações com as entidades governamentais”.
A secretária adjunta de Licenciamento Ambiental e Recursos Hídricos da Sema, Lilian Ferreira dos Santos destaca que o simpósio surgiu pela necessidade de discutir mais sobre a Lei de Segurança de Barragens.
“Depois dos acidentes de Brumadinho e Mariana, havia uma preocupação, mesmo não havendo esse tipo de barragem no Estado, de entender sobre a classificação das barragens. No primeiro evento, lançamos uma Instrução Normativa que padroniza todos os procedimentos com foco na classificação por conta da segurança”.
A secretária pontua ainda a importância do evento. “Reforçamos o diálogo com os responsáveis técnicos e empreendedores e definimos também procedimentos claros que ajudam no trabalho e a atingir realmente o objetivo que é a priorização da segurança das barragens no Estado de Mato Grosso”. Foto: Karla Silva Sema/MT
Palestras
Estão sendo abordados temas como Projetos, Mudanças Climáticas, Problemas Relacionados às Barragens Existentes, Plano de Segurança de Barragens, Plano de Ação e Emergência, Estudos de Ruptura de Barragens e Ações da Defesa Civil no Estado de Mato Grosso, Fiscalização.
A equipe da Sema, por meio da Gerência de Segurança de Barragens, abriu a programação com o tema “Sala de situação de eventos hidrológicos críticos e o monitoramento de recursos hídricos”, apresentado pelo analista ambiental, Renato Ferreira Paschoal.
“Falamos sobre o monitoramento em todo Estado em pontos que sejam suscetíveis a questões de cheias e secas. São 39 equipamentos em instalações telemétricas. A novidade que apresentei no evento é a ampliação para 79, sendo 40 novos equipamentos, sendo a primeira já instalada na comunidade Coxipó do Ouro, em Cuiabá”, contou.
O curso tem duração de 30 horas. Para a obtenção do certificado de participação, será necessário comprovar a presença em, no mínimo, 75% do evento.
Palestrantes
O evento conta com a participação de palestrantes da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Mato Grosso (Ager/MT), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT), Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso (CBM-MT), Defesa Civil de MT, Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), Comitê Brasileiro de Barragens (CBDB), Agência Nacional de Mineração (ANM), Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), HidroEng Engenharia Hidráulica, , Elera Renováveis, Walm Engenharia, Agro’sDam Segurança de Barragens, Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica (ABMS – Núcleo Centro-Oeste), Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH/UFRGS) e Instituto Militar de Engenharia (IME).
A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.
A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.
De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.
A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.
Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.