“É um novo agravamento da situação. A ampliação da Otan é um ataque à nossa segurança e aos nossos interesses nacionais”, disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov. “Isso nos obriga a tomar contra-medidas. Vamos acompanhar cuidadosamente o que está acontecendo na Finlândia, como isso nos ameaça. Com base nisso, medidas serão tomadas. Nosso Exército informará quando chegar a hora.”
“A Finlândia nunca foi anti-Rússia e não tivemos nenhuma disputa”, afirmou Peskov. “Sua adesão à Otan afetará a natureza das relações entre Moscou e Helsinque, já que a aliança é uma organização hostil e hostil em relação à Rússia.”
“Há poucos anos, era impensável que a Finlândia se tornasse um membro. Isso demonstra que a Finlândia é um país soberano e independente. Eles tomam suas próprias decisões, e a Otan é uma aliança de democracias com uma porta aberta para nações soberanas democráticas como a Finlândia”, disse Stoltenberg em uma coletiva de imprensa em Bruxelas.
A Suécia também entrou com uma solicitação para integrar a Otan em resposta à investida russa contra os ucranianos no ano passado. O processo, porém, arrastava-se por meses, devido à resistência da Hungria e Turquia — países acusados de defender interesses russos.
Para que um país passe a fazer parte da Otan, é necessário que a candidatura seja confirmada pelas 30 nações que formam o grupo.
“Putin declarou que o objetivo da invasão da Ucrânia era enfraquecer a Otan. Ele queria menos Otan ao longo de suas fronteiras, ele queria fechar a porta da Otan”, continuou Stoltenberg. “Ele está recebendo exatamente o oposto.”
Com a adesão da Finlândia, a fronteira de área de influência da aliança com a Rússia será duplicada e vai ampliar o posicionamento para proteger os aliados da região do Mar Báltico — Estônia, Letônia e Lituânia. O país nórdico compartilha de 1.300 quilômetros com a Rússia, mas Stoltenberg afirmou que as tropas da Otan só estariam estacionadas na Finlândia com o consentimento da nação.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.