A Polícia Militar de Mato Grosso registrou um aumento de 204% no número de apreensão de drogas em setembro deste ano, com relação ao mesmo mês no ano anterior. Em 2024, as forças de segurança do Estado apreenderam quase 900 quilos de entorpecentes. Já em 2023, cerca 300 quilos foram retirados de circulação.
De acordo com o balanço divulgado pela Superintendência de Planejamento Operacional e Estatística da PMMT (Spoe-PMMT), as equipes apreenderam 635,9 quilos de substância análogas à maconha, 75,7 quilos de cocaína, 162,5 quilos de pasta base e 23,1 quilos de skank – conhecida como a supermaconha.
Conforme o subchefe de Estado-Maior da Polícia Militar, coronel José Nildo de Oliveira, esse resultado é bastante expressivo, pois corresponde a um trabalho integrado das unidades especializadas da Polícia Militar, que está presente nos 142 municípios de Mato Grosso, com apoio da Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal e Polícia Judiciária Civil.
“Temos, hoje, um resultado que expressa o empenho, a dedicação e os esforços dos nossos policiais militares no combate ao tráfico ilícito de drogas e no combate às facções criminosas em Mato Grosso. Um trabalho contínuo e diuturnamente muito bem orquestrado da Polícia Militar e demais órgãos de segurança pública. No nosso Estado, não haverá mais espaço para criminalidade e vamos combater todo e qualquer tipo de atividade ilícita, seja na zona rural e urbana”, enfatiza.
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Alexandre Corrêa Mendes, também enalteceu o resultado das apreensões no mês de setembro, destacando os importantes investimentos por parte do Governo do Estado na área da Segurança Pública, como na entrega de viaturas, armamentos e demais equipamentos de última geração.
“Os investimentos na Polícia Militar vão além de bens materiais, são de valores. Tenho orgulho de sermos uma das instituições de segurança pública referência no país pelo trabalho de policiamento ostensivo e tático e isso se deve não apenas ao preparo dos policiais militares, mas também nas condições de trazer um resultado significativo para o Estado”, afirmou coronel Mendes.
Drogas retiradas de circulação
Policiais militares da Força Tática de Várzea Grande apreenderam, no dia 19 de setembro, 330 quilos de entorpecentes, entre maconha e pasta base de cocaína, no bairro Costa Verde. Na ação, um homem foi preso por tráfico e porte ilegal de arma de fogo. Ele possuía passagens policiais por crimes como lesão corporal, receptação, estelionato, ameaça e entre outros. As drogas estavam escondidas em um terreno baldio.
Já no dia 17 daquele mês, equipes do 11º Batalhão de Sinop apreenderam 100 quilos de substância análoga à supermaconha. Nesta apreensão, dois homens e uma mulher foram presos em flagrante por associação para tráfico de drogas. Uma caminhonete também foi apreendida. A apreensão ocorreu em duas ações distintas no município.
Já em Rondonópolis, no dia 26, duas mulheres foram flagradas, por policiais militares do 5ª Batalhão, com 70 quilos de maconha. Elas foram detidas no Terminal Rodoviário e tinham como objetivo levar a carga até o município de Várzea Grande. As drogas estavam escondidas entre bolsas e mochilas. Elas alegaram que os entorpecentes seriam de uma facção criminosa.
A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.
A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.
De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.
A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.
Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.