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MATO GROSSO

Levantamento do TCE-MT aponta inatividade em Conselhos da Pessoa Idosa de 44 municípios

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Crédito: Thiago Bergamasco/TCE-MT
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Reunião para assinatura do termo de anuência para expedição do decreto que instituiu a Renadi-MT. Clique aqui para ampliar.

Levantamento realizado pelo Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT) apontou que, dos 132 Conselhos e Fundos Municipais da Pessoa Idosa existentes em Mato Grosso, em 44 não houve nenhuma atividade em 2024. Apresentado nesta segunda-feira (7), em reunião no Tribunal de Justiça (TJMT) para assinatura do termo de anuência para expedição do decreto que instituiu a Rede Nacional de Proteção e Defesa da Pessoa Idosa (Renadi-MT), o estudo evidenciou ainda que nove municípios sequer possuem lei de criação do conselho.

Os dados foram expostos pelo presidente da Comissão Permanente de Saúde, Previdência e Assistência Social do TCE-MT (COPSPAS), conselheiro Guilherme Antonio Maluf. “Essas são as primeiras informações e elas são importantes para refletirmos sobre as atitudes que serão tomadas de forma transversal, pois não cabe só a saúde tomar iniciativa no cuidado da pessoa idosa. Cabe também à assistência social, à educação, à segurança, a todas as secretarias que executam políticas públicas. Sozinho não se resolve o problema, nós precisamos realmente nos unir e construir uma política pública de qualidade, para que os executivos possam tomar as suas decisões.”

Crédito: Thiago Bergamasco/TCE-MT
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Presidente da Comissão Permanente de Saúde, Previdência e Assistência Social do TCE-MT, conselheiro Guilherme Antonio Maluf. Clique aqui para ampliar.

Na ocisão, Maluf também propôs caminhos para assegurar, de forma emergencial, os direitos básicos de 54 idosos que estão sem abrigo em Cuiabá, como a assinatura de um termo de ajustamento de conduta (TAC) para construção de uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPIs). “Nós temos recursos garantidos por uma emenda federal, a Fundação Abrigo Bom Jesus está colocando seu terreno à disposição para a construção desses lares e temos 54 idosos que precisam de vaga urgentemente. Então, eu defendo que formatemos um TAC com a liberação das licitações, pois isso daria celeridade ao processo.”

À frente das discussões, o desembargador Orlando Perri enalteceu a proposta de Maluf. “Nós temos urgência no abrigamento dessas pessoas que estão abandonadas e algumas literalmente no olho da rua. Diante dessa realidade, eu sou muito favorável a dispensa de licitação, porque os idosos têm mais passado do que futuro, eles têm pressa. Hoje, existem 54 pessoas em filas de espera para abrigamento público e eu ouso afirmar que nós temos muito mais. Então, precisamos começar a implementar as lLPIs em Mato Grosso, pois o problema não está centrado unicamente em Cuiabá, uma vez que muitos prefeitos nos buscam pedindo ajuda no mesmo sentido.”

O desembargador ainda lembrou que o Judiciário já conseguiu a destinação de R$ 21 milhões para a construção das ILPIs, por meio de um acordo de colaboração premiada. “Além desse valor, temos acordado que todos os anos o delator vai depositar R$ 7,5 milhões em juízo e nós pretendemos aplicar esses recursos exclusivamente na criação de novos abrigos públicos para idosos.”

Avanço significativo

Crédito: Thiago Bergamasco/TCE-MT
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Reunião foi realizada no TJMT. Clique aqui para ampliar.

Também participando da reunião, o procurador-geral de Justiça, Deosdete Cruz Junior, salientou a importância do levantamento realizado pelo TCE. “Vimos aqui o primeiro e grande passo, que é o diagnóstico dos municípios, muito bem-feito pelo Tribunal de Contas e que aponta ainda a ausência de alguns conselhos e a inoperância de fundos destinados à pessoa idosa. Acredito que, com a assinatura do decreto pelo governador do Estado, a gente vai ganhar uma nova etapa para realmente concretizar esses fundos e conselhos.”

Para o presidente do Conselho Estadual de Defesa de Direitos da Pessoa Idosa em Mato Grosso (CEDEDIPI-MT), Isandir Rezendes, a proposta de Maluf é um grande avanço nos debates sobre a instalação das ILPIs. “A colocação do conselheiro  foi sem sombra de dúvidas fantástica. Com um TAC, a gente sairia da licitação por uma questão emergencial, não dá mais para esperar. Temos uma fila com mais de 50 idosos esperando por um lar, outros 40 vivendo na rua, se fizermos uma média por baixo, só na Capital devemos ter quase 200 pessoas idosas precisando de um abrigo.”

Conforme o secretário estadual de Saúde (SES), Juliano Silva Melo, a saúde também é uma porta de entrada e ao mesmo tempo de alerta para a situação do idoso em Mato Grosso. Ele explica que existem aqueles que, sem assistência em casa, chegam a situações de desidratação, o que também é fator preocupante para aqueles que vivem em situação de rua. “Aqui temos um complicador que é o calor. É fato constatado que nos períodos de altas temperaturas temos uma procura extremamente aumentada no serviço de atenção especializada de idoso.”

Instalação da Renadi

O presidente do TCE-MT, conselheiro Sérgio Ricardo, tem acompanhado de perto as necessidades da pessoa idosa no estado e parabenizou a iniciativa do desembargador Orlando Perri. “É dever do Tribunal de Contas de Mato Grosso zelar pelas políticas públicas que garantem o envelhecimento ativo e saudável de nossa população e, aqui, merece nossos aplausos, nossa reverência, o desembargador Orlando Perri, que é o grande mentor e criador desse projeto. Foi ele que provocou várias instituições para a instalação da política do idoso em Mato Grosso.”

Frisando a alta demanda por assistência em todos os setores, principalmente na área de saúde e assistência social, o presidente do TCE afirmou que a rede implanta é um importante e necessário avanço para o estado. “Mato Grosso está dando um passo muito importante na criação da Renadi e o Tribunal vai abraçar esse processo todo, incentivando que todas as instituições se esforcem e participem, para garantir os direitos, a proteção e amparo dos idosos.”

A Renadi-MT é composta pelo Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), Tribunal de Justiça (TJMT), Ministério Público (MPMT), Governo do Estado, Defensoria Pública (DPMT), Conselho Estadual de Direito do Idoso, Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) e demais instituições representativas dos idosos.

Secretaria de Comunicação/TCE-MT 
E-mail: imprensa@tce.mt.gov.br
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Fonte: TCE MT – MT

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MATO GROSSO

Penas impostas a réus de 5 vítimas retratadas em mostra somam 107 anos

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A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.

A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.

De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.

A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.

Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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