Três homens, entre eles, um criminoso de alta periculosidade, foragido da Justiça de Rondônia, foram presos em ação conjunta da Polícia Civil e Polícia Militar, na quinta-feira (26.09), que resultou na apreensão de diversas armas de fogo e munições e várias peças de carnes de animais silvestres, em Rondolândia.
Os suspeitos de 19, 35 e 43 anos foram autuados em flagrante por posse ilegal de arma de fogo e munições e crime ambiental de caça ilegal. Além do flagrante, o foragido de Rondônia também foi preso por força do mandado judicial.
As diligências iniciaram após diversas denúncias anônimas de que um foragido da Justiça estava na zona rural de Rondolândia, matando animais silvestres, esquartejando e comercializando no município de Ji-Paraná (RO).
Durante as checagens de informações, os policiais conseguiram identificar o suspeito e verificar o mandado de prisão por recaptura, expedido pela Vara Única de Alvorada (RO) pelos crimes de ameaça, furto, tráfico de drogas, porte ilegal de arma de fogo e induzimento de menor de idade à prostituição.
Com base nas informações, equipes da Polícia Civil e Militar foram até a zonar rural, onde encontraram os três suspeitos em uma casa. Ao avistar a presença dos policiais, dois dos suspeitos empreenderam fuga para uma região de mata, dando início a uma perseguição policial.
Durante as buscas pela mata, um dos suspeitos partiu para cima de um dos policiais militares, ocasião em que foi efetuado um disparo de arma de fogo para cessar a injusta agressão. O suspeito foi atingido na perna e imediatamente socorrido pelos policiais, sendo encontrado com ele um coldre de arma curta e uma munição calibre 32.
Em buscas na residência do investigado, foram encontradas três armas de fogo, tipo espingarda, sendo uma calibre 28, uma calibre 16 e a outra calibre 32, além de nove munições intactas, sendo quatro calibre 16, duas calibre 32 e três munições calibre 28, onze cartuchos deflagrados, além de tubos de pólvora, pote com várias esferas de chumbo.
Na geladeira da casa, foram encontrados vários animais silvestres abatidos, sendo uma paca inteira e duas metades, oito dianteiras e três costelas de porco do mato, duas aves inteiras (jacú) e duas bandas de aves da espécie macuco.
Diante das evidências, todo material ilícito foi apreendido e encaminhado para delegacia para continuidade das investigações. Os presos foram conduzidos para o Centro de Saúde para receber atendimento médico e posteriormente encaminhados à delegacia para lavratura do flagrante.
A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.
A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.
De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.
A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.
Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.