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Agronegócio

Agronegócio brasileiro enfrenta cenário de incertezas diante da “Lei Antidesmatamento” da União Europeia

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O agronegócio brasileiro enfrenta um cenário de incertezas com a iminente implementação da chamada “Lei Antidesmatamento” pela União Europeia – aqui mais conhecida como “moratória da soja” -, prevista para entrar em vigor em 1º de janeiro de 2025.

A nova legislação proibirá a importação de produtos como soja, gado, café, madeira, borracha e cacau oriundos de áreas desmatadas após 2020, o que poderá afetar diretamente as exportações do Brasil, especialmente em setores cruciais como o da soja.

A avaliação é de que o prejuízo para a balança comercial seja de algo em torno de R$ 20 bilhões em 2025, se nada for feito.

SAIBA MAIS: Mapa avalia que 31,8% das exportações brasileiras para a Europa podem ser afetadas pela “moratória”

O ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, junto com outros representantes do setor, já se posicionou contra a medida, destacando que a legislação europeia não considera o desmatamento legal previsto no Código Florestal brasileiro.

Essa distinção entre desmatamento legal e ilegal é um ponto central da crítica do Brasil, que pede a revisão ou flexibilização das regras para evitar impactos negativos na economia agropecuária do país.

De acordo com o Itamaraty, a legislação europeia tem o potencial de bloquear até 30% das exportações brasileiras, gerando preocupação entre os produtores. O Brasil, reconhecido como um dos maiores exportadores globais de alimentos, corre o risco de ver sua participação no mercado internacional ameaçada, caso as novas regras sejam aplicadas rigidamente.

Para especialistas, as motivações por trás da Lei Anti desmatamento são mais comerciais do que ambientais. A medida visaria proteger os produtores europeus que enfrentam dificuldades econômicas e não têm mais recursos para subsidiar suas produções.

Os analistas também apontam para a incoerência de países como Alemanha e França, grandes emissores de gases de efeito estufa, que recentemente retomaram o uso de carvão para geração de energia, o que contradiz as próprias políticas climáticas que defendem. Diante desse cenário, acredita-se que, apesar da pressão europeia, a legislação poderá ser flexibilizada devido à crescente demanda global por alimentos, exacerbada pelos desafios climáticos.

Posicionamento – O tema também foi discutido na 79ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas ao descumprimento de acordos climáticos e destacou a vulnerabilidade do Brasil diante dos eventos climáticos extremos. Em seu discurso, Lula lembrou das enchentes no Rio Grande do Sul, das secas históricas na Amazônia e do avanço de incêndios florestais no país, reforçando a urgência de ações globais coordenadas para mitigar os impactos climáticos.

A participação de Lula na Assembleia Geral e sua reunião bilateral com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, evidenciam a importância estratégica das negociações entre o Mercosul e a União Europeia.

O presidente brasileiro salientou que o mundo já não pode mais esperar para cobrar ações efetivas contra as mudanças climáticas, e o Brasil, como um dos principais produtores agrícolas do mundo, tem um papel crucial nesse cenário.

A expectativa agora gira em torno das próximas rodadas de negociação entre o governo brasileiro e a União Europeia, com a esperança de que um acordo mais equilibrado seja alcançado, levando em consideração tanto a necessidade de proteção ambiental quanto a importância da agropecuária para a economia global.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Mato Grosso do Sul avança na pecuária sustentável com novilhos precoces

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No ano passado, mais de 3,5 milhões de bovinos foram abatidos em Mato Grosso do Sul, sendo 40% desse total, ou cerca de 1,3 milhões de cabeças, de novilhos precoces. Esses animais mais jovens se destacam por apresentarem melhor acabamento de carcaça e alta qualidade.

Esse resultado é fruto de um esforço contínuo de modernização da pecuária local, com o uso de tecnologias avançadas pelos produtores e a implementação do programa Precoce MS. Criado pelo Governo do Estado, através da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), o programa premia pecuaristas tanto pela qualidade do acabamento dos animais quanto pelo uso de práticas sustentáveis nas fazendas. Recentemente, o programa passou por uma reformulação que equiparou esses critérios, incentivando o uso de técnicas sustentáveis no manejo da pecuária.

Desde a atualização, em abril de 2024, o Precoce MS já conta com 521 técnicos habilitados, que monitoram 2.250 propriedades rurais cadastradas. Nos últimos cinco meses, foram abatidos 657.224 animais em 26 frigoríficos participantes, com um total de R$ 43.113.303,00 em incentivos distribuídos.

O estado de Mato Grosso do Sul, já conhecido pela qualidade da carne que produz, caminha para ser reconhecido também pela excelência no processo produtivo. Esses números foram apresentados durante o Fórum Precoce MS, realizado recentemente, que teve como objetivo atualizar os responsáveis técnicos sobre as novas diretrizes do programa. Em parceria com a Associação dos Produtores de Novilho Precoce, o evento reuniu 180 profissionais para discutir as mudanças e adequações.

Durante a abertura, Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, destacou a importância da pecuária para a economia local. “Mesmo com resultados já bastante positivos, conseguimos reduzir o tempo médio de abate em 17 meses. Agora, nosso foco é aprimorar ainda mais o programa e trazê-lo para um patamar mais moderno”, afirmou.

Rafael Gratão, presidente da Associação Novilho Precoce, apontou que o programa está transformando a pecuária do estado. “Nosso objetivo é fortalecer uma pecuária mais eficiente, capaz de conquistar mercados que pagam melhor, como o europeu, onde há exigências rigorosas de certificação”, comentou.

Frederico Stella, diretor-tesoureiro da Famasul, reforçou a credibilidade do Precoce MS. “A reformulação do programa naturalmente gera questionamentos, e este fórum é o espaço ideal para esclarecê-los. É importante que os responsáveis técnicos compreendam essas mudanças, pois eles serão essenciais para o sucesso da pecuária no estado”, afirmou, também destacando a necessidade de ajustes para garantir a continuidade do programa, ameaçado por possíveis mudanças na reforma tributária que pode impactar seu funcionamento até 2032.

Verruck também destacou os avanços tecnológicos da pecuária sul-mato-grossense. “Nos últimos anos, a pecuária reduziu sua área de atuação, mas aumentou a produção de carne de qualidade. Isso demonstra a eficiência e o progresso tecnológico do setor no estado, que continua sendo essencial para o desenvolvimento econômico”, concluiu.

Durante o fórum, a gestora do Precoce MS, Gladys Espindola, apresentou os resultados desde a criação do programa, em 2017. “Mais de R$ 600 milhões já foram repassados aos produtores que atingiram os objetivos de produzir novilhos precoces”, ressaltou.

Rogério Beretta, secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico-Sustentável, também destacou a importância do evento para aprimorar o trabalho dos técnicos responsáveis por acompanhar o programa no campo. “Queremos que todas as propriedades envolvidas melhorem sua eficiência produtiva, e esse evento é crucial para alcançar essa meta”, finalizou.

Fonte: Pensar Agro

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