Connect with us

MATO GROSSO

Fórum é contra redução de distância na aplicação de agrotóxico

Publicado

em

O Fórum Mato-Grossense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, composto pelo Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso (MPT-MT), Ministério Público Federal (MPF-MT), Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPE-MT) e Núcleo de Estudos Ambientais e Saúde do Trabalhador da Universidade Federal de Mato Grosso (Neast/UFMT), apresentou, na última sexta-feira (20), manifestação contrária ao Projeto de Lei 1.833/2023, em tramitação na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).

O projeto prevê a redução, para 25 metros, da distância mínima para aplicação de agrotóxicos em locais próximos a povoados, cidades, vilas, bairros, mananciais de captação de água, moradias isoladas e agrupamentos de animais e nascentes, ainda que intermitentes.

Leia a nota na íntegra:

NOTA PÚBLICA

O Fórum Mato-Grossense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, em franco diálogo com a sociedade, apresenta manifestação desfavorável quanto ao Projeto de Lei nº 1.833/2023, em tramitação na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), que reduz a distância mínima para aplicação de agrotóxicos para 25 metros de áreas como povoações, cidades, vilas, bairros, mananciais de captação de água, moradia isolada, agrupamento de animais e nascentes, ainda que intermitentes.

A situação quanto à exposição ao agrotóxico é alarmante no Estado de Mato Grosso, que ocupa o primeiro lugar em volume de uso de agrotóxicos em suas lavouras, sabendo-se que a utilização desses produtos em sistemas abertos (meio ambiente) impossibilita qualquer medida efetiva de controle.

Pesquisas nacionais e internacionais, e em especial da Universidade Federal de Mato Grosso, já concluíram a existência de resíduos de agrotóxicos nos rios, poços artesianos, peixes, água da chuva, sangue e urina de trabalhadores, alunos e professores de escolas próximas às áreas de plantação em que se aplica o veneno, além da contaminação de leite materno, de alimentos provenientes das hortas e das commodities produzidas no estado, como a soja, o algodão e o milho.

Também é comprovada cientificamente a correlação entre exposição a agrotóxicos e diversas doenças crônicas, que aparecem em razão da exposição continuada, por longos períodos, a essas substâncias.

O perfil de adoecimento da população adulta mato-grossense apresenta aumento da incidência de casos de cânceres relacionados à exposição ambiental e ocupacional aos agrotóxicos, tais como câncer de pulmão, leucemias e linfomas. Entre as crianças, a exposição dos pais e morar próximo de lavouras aumenta o risco de cânceres de sistema nervoso central, leucemias e linfomas. É importante ressaltar o aumento dos casos de câncer infanto juvenil nas regiões de maior uso de agrotóxicos em MT. A incidência de malformação fetal e abortos nas regiões que mais utilizam agrotóxicos em MT está entre duas e quatro vezes maior que em outros estados e que a incidência nacional. Estudo nacional coordenado pela FIOCRUZ em 2024 demonstrou que Mato Grosso tem municípios agrícolas com maior risco de mortes fetais e anomalias em bebês.

Estudos nacionais e internacionais associam a exposição aos agrotóxicos ao aumento dos casos de autismo, Doença de Parkinson, Disfunções endócrinas e reprodutivas.

Assim, a redução da distância mínima entre as áreas onde são aplicadas agrotóxicos e locais onde habitam seres humanos e animais, e de onde se extrai água para o consumo humano, debilita ainda mais a proteção da vida e saúde humana e do meio ambiente contra os efeitos nocivos dos agrotóxicos.

É comprovado que a pulverização de agrotóxicos atinge áreas para além da aplicada, o que é agravado pela deriva, sendo que a redução do distanciamento incrementa, nitidamente, o risco de contaminação de seres humanos, inclusive trabalhadores e da água.

Além disso, o PL cita a pulverização nas cidades, mas não cita que a ANVISA proíbe a capina química nas áreas urbanas e que a maioria dos municípios brasileiros proibiram o fumacê por causa da toxicidade humana e ineficácia do combate aos mosquitos transmissores de doenças.

Deste modo, ao reduzir para mínimos 25 metros a distância da aplicação de agrotóxicos e não definir distância mínima para médias e pequenas propriedades, o Projeto de Lei nº 1833/2023 consubstancia providência que ofende direitos humanos e fundamentais, como a vida, a saúde humana e o meio ambiente (art. 5º “caput”, art. 6º “caput”, art. 196 e art. 225 da CF/88).

Fórum Mato-Grossense de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos

Ministério Público do Trabalho

Ministério Público Federal

Ministério Público do Estado de Mato Grosso

Núcleo de Estudos Ambientais e Saúde do Trabalhador – UFMT

Fonte: Ministério Público MT – MT

Continue Lendo

MATO GROSSO

Festa da Primavera celebra um ano de parceria entre Prefeitura e Vara da Infância de Cuiabá

Publicado

em

Por

Para celebrar um ano de parceria entre a 1ª Vara Especializada da Infância e Juventude da Capital e a Secretaria Municipal de Educação de Cuiabá (SME), as crianças acolhidas nas Casas Lares do município participaram da Festa da Primavera, realizada na sexta-feira (20), na sede da Promotoria de Justiça de Defesa da Infância e Juventude, no Complexo Pomeri. Com apresentações de dança e música, o evento teve como objetivo mostrar o desenvolvimento das crianças e o trabalho realizado pelos profissionais envolvidos.
 
Por meio de um termo de cooperação firmado em dezembro de 2023, são oferecidas às crianças acolhidas diversas atividades recreativas, apoio no contraturno escolar e orientações sobre alimentação saudável. A Secretaria Municipal de Educação disponibilizou pedagogos, nutricionista e dois educadores físicos para atender o público nas unidades. Além disso, foram instaladas minibibliotecas nas Casas Lares.
 
Com idades entre 2 e 12 anos, 62 crianças e adolescentes das Casas Cuiabanas 2, 3, 5 e 8 apresentaram canções sobre a estação do ano e recomeços, como “Primavera”, de Tim Maia, e “A Paz”, do grupo Roupa Nova.
 
A juíza da 1ª Vara da Infância e Juventude de Cuiabá, Gleide Bispo Santos, destacou que as apresentações celebram o primeiro ano de uma parceria de sucesso, fundamental para o desenvolvimento das crianças. “Estamos comemorando a chegada da Primavera e, ao mesmo tempo, agradecendo à Secretaria Municipal de Educação pelo trabalho realizado. Este primeiro ano foi um sucesso, estamos felizes e as crianças também. Só temos a agradecer”, declarou.
 
A magistrada ressaltou que as atividades contribuem significativamente para a melhora na qualidade de vida, aprendizado e desenvolvimento social das crianças. “Elas têm novas experiências, estão em movimento, é tudo muito saudável. Algumas chegam com atraso escolar ou no desenvolvimento, e esses profissionais conseguem trabalhar para reduzir essas diferenças. São essenciais no dia a dia das casas”, explicou.
 
A promotora de justiça Ana Luísa Barbosa da Cunha, titular da 14ª Promotoria de Justiça Civil de Cuiabá, lembrou que nem todas as crianças conseguem retornar à família de origem e, às vezes, passam por um longo período de acolhimento até encontrar uma nova família. “Vejo essa parceria como essencial, pois faz parte do direito das crianças e adolescentes acolhidos à convivência familiar e comunitária. Os profissionais interagem entre si, com as coordenações e conosco, em um trabalho conjunto que é muito valioso para os acolhidos que estão sob a tutela do Estado”, afirmou.
 
Camila Cristina Ferreira Ramos, líder do Ensino Fundamental da SME, que representou a secretária Edilene de Souza Machado, destacou que a parceria reforça o que as crianças já aprendem nas escolas municipais. “Além de trabalhar a alfabetização das crianças nas unidades iniciais, são realizadas atividades físicas e multidisciplinares, que potencializam os resultados tanto nas escolas quanto na convivência diária, permitindo que elas aprendam mais sobre os conteúdos e sobre a vida social”, citou.
 
Alice*, de 11 anos, foi uma das crianças mais animadas durante a apresentação. Ela contou que ensaiou com os colegas e está ansiosa por mais momentos como esse. “Eu gosto dessas aulas, fico ansiosa esperando. É divertido, brincamos, nadamos, fazemos esportes e ocupamos o nosso tempo”, lembrou.
 
A juíza auxiliar da Corregedoria-Geral da Justiça de Mato Grosso, Christiane da Costa Marques Neves, responsável por questões relacionadas à adoção, parabenizou a iniciativa e elogiou as apresentações. “As crianças são muito dedicadas, e podemos sentir o carinho e o entusiasmo delas ao se apresentar. Todos os envolvidos estão de parabéns. Faço votos para que essa parceria continue a prosperar e que novas ações floresçam”, concluiu.
 
*Nome fictício para preservar a identidade da personagem.
 
#Paratodosverem – Esta matéria possui recursos de texto alternativo para promover a inclusão de pessoas com deficiência visual. Foto 1: Juíza Gleide Bispo fala aos presentes. Ela está em pé, usando um vestido preto e branco, óculos de grau e um colar de pérolas. Foto 2: Crianças estão sentadas no auditório aguardando as apresentações.
 
 
Gabriele Schimanoski
Assessoria de Comunicação da CGJ-TJMT
 

Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT

Continue Lendo
WhatsApp Image 2024-03-04 at 16.36.06
queiroz

Publicidade

Câmara de Vereadores de Porto Esperidião elege Mesa Diretora