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Caminho do Sertão reproduz roteiro de Guimarães Rosa em Minas Gerais

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Quem se agarra à célebre frase do escritor Guimarães Rosa e, como convoca ele, responde à vida com coragem pode se inscrever, até o dia 13 de abril, na 8ª edição do Caminho do Sertão, projeto que se coloca como “sócio-eco-literário”, em que os participantes percorrem territórios por onde andou o autor mineiro. O caminho, a ser percorrido de dias 8 a 16 de julho, tem 192 quilômetros de caminhada e inclui possibilidades de conhecer o Cerrado. O grupo parte do município de Arinos, noroeste mineiro, locomovendo-se sobre as pegadas do jagunço Riobaldo, personagem do romance Grande Sertão: Veredas.

No itinerário, que abrange as regiões norte e noroeste de Minas Gerais, ficam quatro unidades de conservação: o Parque Estadual Sagarana, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Veredas do Acari, o Parque Estadual Serra das Araras e o Parque Nacional Grande Sertão Veredas.

Segundo o idealizador do projeto, Almir Paraca, observa-se que fazem parte do roteiro tanto áreas preservadas por comunidades tradicionais, como Fazenda Menino, Serra das Araras, Morro do Fogo e Vão dos Buracos, quanto outras exploradas pelo agronegócio ou com presença de posseiros. Portanto, a caminhada coloca em questão também, além da obra de Guimarães Rosa, a devastação do bioma, que pode perder até 34% das águas dos rios até 2050 e alternativas que assegurem sustentabilidade ao território, como o turismo de base comunitária e a agroecologia.

“Um dos propósitos, de fato, é sensibilizar o poder público, dar visibilidade às tensões e contradições que existem nesse território, principalmente aquelas de natureza socioambiental e atrair também a atenção de possíveis colaboradores, seja, de organizações individuais, para as diversas frentes de ação comunitária que existem e sobrevivem, com muita dificuldade, no território”, afirma Paraca.

O tema da edição deste ano é Terra em Transe, inspirado no filme homônimo, de Glauber Rocha, um dos expoentes do Cinema Novo. O convite que a temática sugere é o de romper com o individualismo e manter a permeabilidade a novas ideias e ao tempo da natureza.

Para Vitor Galvani, que já fez a caminhada e hoje responde pela comunicação do projeto, o Caminho do Sertão proporcionou contatos em profundidade, consigo e com o exterior. “Não é só o ato de caminhar, mas é todo o contorno que a organização promove, de diálogos, contatos com pessoas que viveram muitos ciclos”, diz.

Galvani conta que a primeira obra de Guimarães Rosa que leu foi a coletânea de contos Primeiras Estórias. Mais especificamente, o conto A Terceira Margem do Rio, um dos mais famosos, que narra a história de um homem que abandona a família e se isola de todos os demais, para viver em uma canoa. Ele classifica a obra do escritor mineiro como uma literatura que toca em temas muito universais e muito atuais.

“Se pudesse resumir em uma palavra, senti um grande abraço do Cerrado. Por um lado é muito seco, o povo com uma história bem difícil de vida, mas, ao mesmo tempo, superacolhedor, aberto. São várias metáforas ao longo do caminho. Uma delas é de que, no Cerrado, o dia a dia é do sol, do clima mais seco. Quando vem a chuva, todo mundo fica muito feliz e aberto para ela. Nós, como visitantes, somos como a chuva para aquele sertão, aquelas pessoas. Então, todos são abertos”, afirma Galvani sobre a experiência da caminhada.

Como participar

Para participar da caminhada, é preciso, primeiro, inscrever-se por meio de um formulário. Nessa etapa, os candidatos podem contribuir com um valor de até R$ 50. Em seguida, devem encaminhar uma carta de intenções, explicando por que desejam fazer a caminhada.

O custo médio é de R$ 2 mil por candidato, mas o projeto oferece bolsas integrais e parciais a pessoas que não podem arcar com o valor, condição que devem sinalizar já no formulário de inscrição. A quantia pode, ainda, chegar a R$ 3 mil, porque, segundo os organizadores, atenderam-se pedidos de participantes que tinham vontade de contribuir com valores maiores do que os estipulados anteriormente. Com isso, alguns participantes acabam garantindo a inscrição de outros, com o montante que pagam.

O edital estabelece como públicos prioritários produtores de agricultura familiar, quilombolas, pesquisadores com estudos relacionados ao uso da terra, a comunidades tradicionais, ao Cerrado ou ao Território do Mosaico do Sertão Veredas-Peruaçu, ativistas culturais e socioambientais, artistas, entre outros.

O edital pode ser consultado pela internet. A equipe do projeto também mantém no ar um perfil no Instagram e o site oficial.

Fonte: EBC GERAL

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BRASIL

Pedro Paulo quer políticas para advogados com deficiência

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Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.

A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.

“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.

A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.

“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.

A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.

 

Fonte: ELEIÇÕES OAB MT

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