Na noite deste sábado (7), o governo de Nicolás Maduro anunciou que Edmundo González, candidato da oposição à presidência da Venezuela, deixou o país e solicitou asilo na Espanha. O anúncio foi feito através de um comunicado nas redes sociais. As autoridades espanholas confirmaram a saída de González, que era alvo de uma ordem de prisão emitida pelo regime venezuelano.
O processo de fuga do opositor começou dias antes e envolveu a mediação discreta de José Luiz Zapatero, ex-presidente da Espanha. Durante as negociações, um avião oficial do governo espanhol permaneceu na República Dominicana aguardando a conclusão do acordo com Caracas. Neste sábado, após o acordo ser finalizado, o avião pousou na capital venezuelana para transportar González para fora do país.
A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, explicou que Edmundo González havia buscado refúgio na embaixada da Espanha em Caracas e foi autorizado a deixar o local sem ser preso, após negociações entre os dois governos. Ela afirmou que a Venezuela concedeu um salvo-conduto em conformidade com o direito internacional, visando a paz e a estabilidade política do país.
O governo espanhol detalhou que González foi transportado para a Espanha a bordo de um avião da Força Aérea Espanhola. A Espanha garantiu que forneceu os meios diplomáticos e materiais necessários para a transferência, que ocorreu a pedido do próprio opositor. O governo de Madri reafirmou seu compromisso com os direitos políticos e a integridade física de todos os venezuelanos, especialmente dos líderes políticos.
José Manuel Álvarez, chefe da diplomacia espanhola, indicou que a viagem foi solicitada pelo próprio Edmundo González e garantiu sua proteção. No entanto, a saída do candidato pode complicar o processo de mediação, uma vez que ele não estará mais no país para interagir diretamente com o regime venezuelano.
A ordem de prisão contra González, anunciada na semana passada pela Procuradoria-Geral de Caracas, marcou um ponto de inflexão na mediação liderada pelo Brasil. O pedido de prisão, que incluía acusações de conspiração e sabotagem, foi rapidamente acatado por um tribunal de primeira instância. Essa decisão aumentou a pressão da comunidade internacional sobre o governo de Nicolás Maduro, especialmente após a denúncia de Maria Corina Machado, líder da oposição, que criticou o governo por sua postura repressiva.
O pedido de prisão de Edmundo González foi motivado por investigações relacionadas à disseminação de informações sobre as eleições, conduzidas pelo site “Resultados com VZLA”. O governo de Maduro declarou-se vencedor das eleições, mas nunca divulgou as atas das sessões eleitorais, enquanto González alegou também ter vencido.
A ausência de González às convocações judiciais e a falta de respeito a essas ordens contribuíram para o pedido de prisão, que inclui acusações graves como usurpação de funções e falsificação de documentos públicos. A ONU e a União Europeia reconheceram as atas obtidas pela oposição como verídicas, o que levou a um cenário de crescente tensão e incerteza política na Venezuela.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.