Connect with us

BRASIL

Em SP, Cordão da Mentira desfila pedindo punição para crimes policiais

Publicado

em

Artistas e representantes de movimentos sociais como o Mães de Maio (rede de mães, familiares e amigos de vítimas da violência em São Paulo), o Movimento dos Familiares das Vítimas do Massacre de Paraisópolis, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e um grupo de torcedores antifascistas do Corinthians realizaram hoje (1°), em São Paulo, o 11° Desfile Escracho do Cordão da Mentira.

Com o mote “Genocidas fascistas fardados serão mesmo anistiados?”, o desfile teve como pautas o combate à violência policial e ao encarceramento em massa, além da defesa da democracia.

No início do ato, grupos de teatro fizeram performances e movimentos de mães de jovens assassinados por policiais, em São Paulo e no Rio de Janeiro, tomaram a palavra, para puxar palavras de ordem, prestar homenagens e fazer relatos sobre as ocorrências. Alguns manifestantes também se deitaram no estacionamento da delegacia, com os corpos embrulhados em sacos plásticos pretos, sobre uma tinta vermelha, para simbolizar as mortes provocadas por agentes do Exército e das polícias.

Os manifestantes iniciaram o ato em concentração feita em frente ao antigo DOI-Codi, na Vila Mariana, lugar onde militares torturavam e matavam presos políticos, e seguiu até o Monumento às Bandeiras.

A concentração começou por volta das 10h e o cortejo às 12h. À frente dele, estiveram representantes do Movimento Mães de Maio, empunhando folhas de Espada de São Jorge e faixas com fotos e nomes das vítimas assassinadas pela força policial. Logo atrás, vinha um grupo com pernas-de pau, um carro de som e os demais manifestantes, gritando palavras de ordem, com pinturas corporais, bandeiras, como a indígena de Wiphala (bandeira que representa a diversidade a diversidade das populações que vivem nos Andes), e outras faixas.

No percurso, a marcha passou pelo Comando Militar no Sudeste, onde grupos que apoiavam o ex-presidente da República Jair Bolsonaro e um golpe de Estado estiveram acampados.

Prédio do DOI-Codi ainda é utilizado

No endereço do DOI-Codi ainda hoje funciona o 36° Distrito Policial da Polícia Civil. Para os movimentos, isso é um indicativo de que ainda se naturaliza a violência policial e o apagamento, da história, de casos a ela relacionados.

Atrás da unidade, fica a casa onde viveu, durante a ditadura, Carlos Alberto Brilhante Ustra, coronel do Exército condenado em 2008 pela Justiça como torturador, figura exaltada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

Em entrevista à Agência Brasil, Maurício Monteiro, que se declara como um sobrevivente do massacre da Casa de Detenção de São Paulo, afirmou que, até hoje, o período em que permaneceu na prisão o persegue. Ele, que ficou privado de liberdade por 16 anos, sabe o número de registro que lhe foi atribuído como detento e diz que, mesmo após deixar a unidade prisional, nunca mais se livrou das marcas que o sistema deixou nele, aos olhos da polícia.

“Várias pessoas, aqui, foram mortas, torturadas, e o fato de existir isso aqui [a delegacia que ocupa o lugar do DOI-Codi] é um fato de o Estado mostrar sua presença. Quando a gente pensa ‘o Estado é omisso’, não, o Estado não é omisso, não, nem mesmo nas mortes, ele não traz sua omissão, ele traz sua presença, traz o que ele quer. E estamos aqui para mostrar que nós não concordamos com isso. No mínimo, tinha que desativar ou trazer um museu”, provoca Monteiro.  

Diversas vitimas relataram o que sofreram nos porões da ditadura. Ivan Seixas fez uma fala aos manifestantes, como uma das que foram perseguidas e agredidas em São Paulo. Ele foi torturado junto com sua família no DOI-Codi e ressaltou que, até hoje, permanece, inscrito no chão da entrada da unidade policial, um dizer feito por manifestantes que se opuseram ao autoritarismo e às arbitrariedade da época, muitas das quais têm ainda autores na impunidade. “Uma semana depois que eu fui capturado, um menino de 15 anos foi morto. Não sabemos nem o nome dele”, disse.

Fátima Pinho, integrante do Movimento Mães de Manguinhos, perdeu um filho jovem em um episódio no qual ele questionou policiais que abordaram, de forma truculenta, seu irmão. “Para eles [forças de segurança], não somos nada, quando temos nossos filhos arrancados. Para nós, é muita coisa. Fazer o que fazem e deixar cair no esquecimento é mole, para muitos. Para nós, não, é uma dor eterna, uma saudade eterna”, desabafou ela.

Sobre o Cordão da Mentira

O Cordão da Mentira ocorre sempre na mesma data, que foi quando, em 1964, o então presidente da República, João Goulart, foi deposto, após articulação dos militares para tomar o poder, por meio de um golpe de Estado. Na sequência à derrubada de Jango, o Congresso Nacional declarou vacância da presidência da República e empossou o então presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli. O 1° de abril, como é de conhecimento público, remete ao Dia da Mentira.

Fonte: EBC GERAL

Continue Lendo
Clique para comentar

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado.

BRASIL

Pedro Paulo quer políticas para advogados com deficiência

Publicado

em

Por

Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.

A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.

“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.

A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.

“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.

A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.

 

Fonte: ELEIÇÕES OAB MT

Continue Lendo
WhatsApp Image 2024-03-04 at 16.36.06
queiroz

Publicidade

Câmara de Vereadores de Porto Esperidião elege Mesa Diretora