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MATO GROSSO

Palestra aborda papel dos profissionais da saúde no atendimento à vítima

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Como parte da mobilização do “Agosto Lilás”, o Ministério Público do Estado de Mato Grosso, por meio das promotorias de Justiça que atuam no Núcleo da Violência Doméstica de Cuiabá, está realizando uma série de palestras sobre a temática em escolas, unidades de saúde, entre outros locais. Nesta quarta-feira (27), por exemplo, a promotora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela esteve no Hospital Amecor discutindo o assunto com profissionais que atuam na unidade.

Durante o bate-papo, a promotora de Justiça falou sobre o papel dos profissionais de saúde no atendimento à mulher vítima de violência doméstica. Destacou a importância da identificação dos sinais e sintomas desse tipo de violência, da orientação, do acolhimento humanizado e do registro da notificação. Ao todo, 65 profissionais participaram da discussão.

“Além do reconhecimento dos sinais, é extremamente importante que os profissionais informem a vítima sobre os seus direitos, ofereça apoio psicológico e também registrem e notifiquem os casos de violência para as autoridades competentes”, destacou.

A promotora de Justiça abordou ainda aspectos relacionados aos protocolos e fluxos de atendimento. Os participantes também foram esclarecidos sobre os diversos tipos de violência contra a mulher, os principais sinais do agressor que comete abuso psicológico, o ciclo da violência e os impactos dela na saúde mental dos profissionais da área da saúde. 

A gerente de Recursos Humanos da Amecor, Gleiciane Moreira, destacou que a intenção da unidade hospitalar é ir além da disponibilização do acesso à informação. “Buscamos promover um ambiente onde todos se sintam apoiados e capacitados para agir em prol da conscientização e prevenção da violência doméstica. Acreditamos que, trabalhando juntos, podemos fazer a diferença e contribuir para um ambiente mais seguro e acolhedor para todos”, afirmou.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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MATO GROSSO

Penas impostas a réus de 5 vítimas retratadas em mostra somam 107 anos

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A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.

A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.

De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.

A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.

Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.

Fonte: Ministério Público MT – MT

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