O programa Vigia Mais Motorista, criado pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), vai trazer mais sensação de segurança para os profissionais durante as corridas. É o que afirma a motorista por aplicativo Karine da Silva Rodrigues, de 38 anos.
“É um canal direto de comunicação com a polícia. Entendemos que, através desse botão, vamos estar sendo monitorados no momento em que for acionado. É um grande avanço do Governo e de todos os envolvidos o aprimoramento dessa plataforma. Acredito que vai trazer mais respaldo para nós e inibir quem for querer fazer qualquer coisa”, disse.
O Vigia Mais Motorista busca aumentar a segurança dos condutores de motocicletas, carros e caminhões que atuam profissionalmente. A iniciativa conecta esses motoristas ao Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) e ao Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) por meio de um botão do pânico, sem custo para o usuário.
Motorista por aplicativo há cerca de cinco anos, Karine contou que a sensação de insegurança é presente no dia a dia do trabalho. As corridas são a sua única fonte de renda atualmente.
“São pessoas totalmente diferentes que entram a todo momento no nosso veículo, mas não deixo essa sensação me dominar. Acaba que nos acostumamos dentro do trabalho. Se sentimos que estamos indo pegar um passageiro em um local que não é legal, não vamos. Em determinados horários, por exemplo, eu não vou para certos bairros”, pontuou.
A motorista disse que os únicos recursos de segurança, antes do botão, eram aqueles disponibilizados pela própria plataforma, ou criados em conjunto com os demais colegas condutores, como compartilhar a localização em tempo real e manter contato por um aplicativo que simula rádio comunicadores.
“Antes do botão, se pegássemos uma corrida considerada suspeita, pedíamos para os demais do grupo ficar antenados e acompanhar a localização em tempo real. Fomos procurando esses recursos até chegar o botão”, disse.
O botão está disponível em forma aplicativo, para sistemas iOS e Android, e permite chamadas pelo botão de emergência e chat para comunicação com o operador.
Após o acionamento do botão, o motorista tem cinco segundos para cancelar, em caso de engano. Após esse tempo, uma viatura é acionada para o local.
Outra opção é um botão de pânico semelhante ao utilizado por mulheres vítimas de violência sob proteção judicial e nas escolas da Rede Estadual de Ensino. Além disso, a Sesp irá implementar o comando de voz à plataforma, com cadastramento do usuário e uma palavra-chave individual, que terá a mesma função do botão de emergência.
Cadastro online
Para aderir ao programa, o motorista precisa se cadastrar online. Os interessados precisam preencher um formulário com dados pessoais e do veículo, e assinar um termo de responsabilidade. Acesse AQUI.
Somente após o cadastro online, os condutores poderão realizar o treinamento e, assim, se tornar aptos a utilizar a ferramenta.
Dúvidas sobre o programa Vigia Mais Motorista podem ser esclarecidas pelo número (65) 98145-0434, das 8h às 12 e das 14h às 18h, de segunda a sexta-feira.
A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.
A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.
De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.
A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.
Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.