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Banqueiro dos pobres: quem é Muhammad Yunus que assume governo interino de Bangladesh

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Muhammad Yunus assume governo interino de Bangladesh nesta quinta-feira (8)
Reprodução: commons

Muhammad Yunus assume governo interino de Bangladesh nesta quinta-feira (8)

O economista e ganhador do Prêmio Nobel da Paz, Muhammad Yunus, de 84 anos, foi escolhido para assumir o governo interino de Bangladesh após a derrubada da ex-primeira-ministra Sheikh Hasina e a dissolução do parlamento após semanas de violentos protestos antigovernamentais.

Yunus, conhecido como o “banqueiro dos mais pobres dos pobres” e um crítico de longa data da ex-primeira-ministra, deve assumir como premiê nesta quinta-feira (8) até a realização de um novo pleito.

O economista foi escolhido após uma reunião na noite de terça (6) com líderes do movimento estudantil, líderes empresariais, chefes militares e membros da sociedade civil.

Quem é Muhammad Yunus?

Nascido em em 1940 em Chittagong, uma cidade portuária no sudeste de Bangladesh, Yunus estudou na Universidade de Dhaka até receber a prestigiosa bolsa Fulbright para cursar a Universidade Vanderbilt nos Estados Unidos, onde recebeu um Ph.D. em economia.

Em 1972, ele voltou a dar aulas na Universidade de Chittagong. Dois anos depois, a população de Bangladesh matou cerca de 1,5 milhão de pessoas.

“Achei difícil ensinar teorias elegantes de economia na sala de aula da universidade, no cenário de uma terrível fome em Bangladesh. De repente, senti o vazio dessas teorias diante da fome e da pobreza esmagadoras”, disse Yunus em sua palestra do Nobel de 2006 após receber o prêmio.

Ele ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2006, pelo seu trabalho em microfinanças que contribuiu para o alívio da pobreza em Bangladesh e foi amplamente adotado em todo o mundo. É dessa conquista que surgiu o apelido “banqueiro dos mais pobres dos pobres”.

“Eu queria fazer algo imediato para ajudar as pessoas ao meu redor, mesmo que fosse apenas um ser humano, a passar por mais um dia com um pouco mais de facilidade”, disse ele.

Nesse contexto, ele passou a fornecer pequenos empréstimos do próprio bolso para os moradores mais pobres de sua comunidade. Eventualmente, a prática o levou a fundar o Grameen Bank em 1983, que se tornaria um líder mundial no alívio da pobreza por meio de microcrédito.

Não demorou para que o banco fosse notado e tivesse seu sistema reproduzido por todo o mundo. Com isso, Yunus e o Grameen Bank receberam o Prêmio Nobel da Paz em 2006, após emprestar um total aproximado de US$ 6 bilhões para moradia, estudantes e microempresas, e em especial em apoio às mulheres de Bangladesh.

O comitê do Prêmio Nobel da Paz deu crédito a Yunus e seu Grameen Bank “por seus esforços para criar desenvolvimento econômico e social de baixo para cima”.

Ele também é o fundador do Yunus Centre, um projeto de empreendedorismo social sediado em Dhaka que investe no desenvolvimento de novos programas sociais.

Por que ele vai assumir o governo interino de Bangladesh?

Após um longo período de manifestações contra um sistema de cotas para alocação de empregos governamentais, a ex-primeira-ministra Sheikh Hasina renunciou ao cargo e fugiu de Bangladesh nesta segunda-feira (5).

Ela comandou o país do sul da Ásia por 15 anos e, ao longo do seu mandato, conseguiu garantir a ascensão econômica do país, ao mesmo tempo em que adotava um caráter cada vez mais autoritário.

O fim abrupto do mandato de Hasina levou Bangladesh a uma crise política, com o exército assumindo o controle de forma temporária. Entretanto, após a dissolução do parlamento, os caminhos para uma nova eleição foram abertos.

Após a renúncia de Hasina e antes de ser nomeado como premiê, Yunus disse à CNN que queria ver o exército entregar o controle do país a um governo civi. Ele também criticou a ex-primeira-ministra, dizendo que ela “nos torturou, ela tornou este país inabitável para as pessoas”.

“As pessoas estão comemorando nas ruas e milhões e milhões de pessoas em Bangladesh [estão] comemorando como se este fosse o dia da nossa libertação”, ele disse.

Os líderes estudantis que organizaram os protestos queriam que Yunus liderasse um governo interino. Ele estava em Paris para as Olimpíadas como conselheiro dos organizadores e já faz sua viagem de volta para Bangladesh.

Ele não pôde ser imediatamente contatado para comentar, mas o principal líder estudantil Nahid Islam afirmou que Yunus concordou em intervir durante uma discussão com eles.

Yunus chamou sua renúncia de “segundo dia de libertação” do país. Certa vez, ela o chamou de “sugador de sangue”.

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Fonte: Internacional

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MUNDO

Putin confirma encontro com Xi Jinping na Rússia em outubro

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Foto da agência russa Sputnik mostra o presidente russo Vladimir Putin e o homólogo chinês Xi Jinping em Astana, em 3 de julho
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Foto da agência russa Sputnik mostra o presidente russo Vladimir Putin e o homólogo chinês Xi Jinping em Astana, em 3 de julho


O presidente da Rússia, Vladimir Putin,  confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.

O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.

De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.

Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.

“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.

O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.

A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.

Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.

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Fonte: Internacional

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