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MATO GROSSO

Auditoria sobre violência doméstica avança para fase de execução após debate com especialistas

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Crédito: Thiago Bergamasco/TCE-MT
Ilustração
Especialistas debatem estratégia de planejamento do TCE-MT para auditoria sobre violência contra a mulher.

O Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT) concluiu a etapa de planejamento da auditoria que vai traçar um panorama sobre a violência contra a mulher no estado. A estratégia foi debatida com especialistas de instituições diretamente ligadas à temática, que deram sinal verde para a fase de execução do trabalho. 

A partir de agora, o órgão vai enviar questionários, entrevistar gestores e colher dados in loco nos 142 municípios para identificar fragilidades que fizeram o estado liderar o ranking de feminicídios no país em 2023, com 2,5 mortes para cada grupo de 100 mil mulheres, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Anunciada em março deste ano pelo presidente do TCE-MT, conselheiro Sérgio Ricardo, a auditoria considera os altos índices de feminicídios no estado. “É com informação que se faz política pública. Vamos orientar todos os agentes públicos para que ajam, para que venham para o processo e se comprometam”, pontuou à época.

A fiscalização será conduzida pela 2ª Secretaria de Controle Externo (Secex), com apoio da Comissão Permanente de Segurança Pública, presidida pelo conselheiro Waldir Teis, que também é o relator do processo. “Temos diretrizes já definidas para acompanhar o assunto e vamos focar na implementação dessas políticas públicas da melhor forma possível”, disse. 

Para tanto, o planejamento de auditoria agregou sugestões de representantes da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT), Secretaria de Estado de Assistência Social (Setasc), Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Defensoria Pública (DPMT), Ministério Público (MPMT), Secretaria Municipal de Mulher, dentre outros. 

“A intenção é fortalecer essas políticas públicas e apontar melhorias para que elas realmente alcancem a eficácia, eficiência e aí efetividade”, explicou a auditora pública-externa Simony Jin, que conduziu a reunião desta segunda-feira. 

A auditoria está dividida em três eixos, sendo o primeiro referente à infraestrutura, incluindo a análise dos recursos financeiros e humanos. Já o segundo, diz respeito à institucionalização do combate à violência de gênero, que vai considerar se os processos estão bem delineados e se os atendimentos têm sido adequados em cada instituição.

No terceiro eixo, de acordo com Simony, será avaliada a governança. “Vamos trabalhar a estabilidade das políticas públicas, se elas estão oficializadas, se elas estão previstas em atos normativos e se permitem a continuidade dessas ações independentemente de quem estiver à frente da gestão”, afirmou.

Com a conclusão do processo, as instituições poderão usar os dados para subsidiar pedidos de recursos e direcionar iniciativas. Neste contexto, a defensora pública Rosana Leite avalia que a fiscalização vai dar efetividade a toda estrutura que envolve os direitos humanos das mulheres. 

“Ninguém melhor do que o Tribunal de Contas para entender essa necessidade, também da Defensoria. Hoje, nós já estamos presentes em todas as comarcas, mas precisamos que o orçamento se estenda para que também possamos estar em todos esses lugares com atendimento especializado às mulheres”, defendeu ela.

Para a titular da Setasc, Grasielle Paes Silva Bugalho, a atuação do Tribunal também é fundamental para o engajamento dos gestores municipais e deve incentivar, por exemplo, a solicitação de recursos federais para o setor. “A gestão começa a entender que precisa participar disso ou terá problemas no orçamento e depois para prestar contas.”

A secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Regina Prates, por sua vez, pontuou que os resultados darão um norte ao trabalho de acolhimento social, jurídico e psicológico às vítimas, já prestado pela Pasta. “Poderemos verificar se o trabalho está, de fato, indo ao encontro das necessidades das vítimas, e saberemos onde melhorar”, concluiu.

Secretaria de Comunicação/TCE-MT 
E-mail: imprensa@tce.mt.gov.br
Flickr: clique aqui

Fonte: TCE MT – MT

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MATO GROSSO

‘Justiça em Estações Terapêuticas e Preventivas’ garante tratamento humanizado a dependente químico

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Criado em 2013, o programa ‘Justiça em Estações Terapêuticas e Preventivas’, desenvolvido pelo Jecrim de Várzea Grande e parceiros, serviu de inspiração para o Conselho de Supervisão dos Juizados Especiais, criar a portaria n.º 3/2024. O regulamento prevê um protocolo de atendimento humanizado a quem portar cannabis sativa para consumo pessoal. O objetivo é acolher quem usa a substância e também seus familiares, conforme as necessidades apresentadas.  
 
A medida atende ao Tema 506 do Supremo Tribunal Federal (STF), que orienta para a aplicação de advertência e/ou medidas educativas, a quem estiver de posse de até 40g ou 06 plantas fêmeas de cannabis sativa. 
 
“O Justiça em Estações Terapêuticas e Preventivas foi catalogado exatamente nesse sentido. É exatamente pensar todo o sistema de atendimento, não só a pessoa dependente química, mas aos familiares. Sabemos haver um impacto direto na vida da família em decorrência da dependência química”, explica a juíza Amini Haddad Campos, idealizadora do programa. 
 
A partir da portaria n.º 3/2024, o modelo iniciado em Várzea Grande poderá ser replicado em todo o Estado. Uma estrutura que estará no escopo das opções de decisão para os magistrados dos juizados especiais criminais poderão trabalhar.  
 
“Por determinação do STF, os juizados especiais criminais serão os responsáveis pelo julgamento das condutas classificadas com porte de drogas sem autorização para consumo. No entanto, não tínhamos um procedimento regulamentado em lei, então propomos criamos um roteiro, conforme as diretrizes apontadas na decisão do STF: um atendimento acolhedor e humanizado”, recorda o juiz Hugo José Freitas da Silva, do Juizado Especial Criminal de Várzea Grande (Jecrim). O magistrado e o juiz Agamenon Alcântara Moreno Júnior são autores da proposta que deu origem à portaria.  
 
A normativa dá caminhos aos magistrados que poderão recomendar encaminhamentos à saúde pública; cursos de capacitação para reinserção ao mercado de trabalho, dentre outros. 
  
Em Várzea Grande, após as audiências, os usuários são encaminhados ao Núcleo Psicossocial Atendimento Humanizado.   “Caso essa pessoa compareça, terá todo acolhimento necessário e isso inclui seus familiares. São várias as situações: pode ser uma mãe que está usando droga e os filhos estão um pouco a mercê, precisamos pensar em quem cuidará dessas crianças e tratar essa mãe. Pode ser um pai desempregado, que será encaminhado para algum curso profissionalizante e inserido no mercado de trabalho. A partir dai entram as parcerias e programas”, descreve o juiz Hugo Silva.  
 
Uma dos programas é o ‘Estações Terapêuticas e Preventivas, que nasceu da parceria entre o juizado Especial Criminal do Município, o próprio Município e o Centro Universitário Univag. “É uma satisfação saber que um projeto como esse que ampara vidas, familiares, que sofrem em decorrência de uma condição de dependência química, poderá ser replicado conforme a realidade de cada município. A partir desses perfis, surgem as parcerias e seja construída uma rede pensada para a assistência e atendimento familiar.  Esta é uma abordagem benéfica para toda a comunidade”. 
 
Priscilla Silva 
Coordenadoria de Comunicação Social do TJMT 
imprensa@tjmt.jus.br
 

Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT

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