O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso (CBMMT) certificou 17 novos bombeiros militares, oriundos de seis estados brasileiros, como especialistas em perícia de incêndios florestais. A corporação é amplamente reconhecida por sua expertise e excelência na gestão de incêndios florestais.
Os certificados foram concedidos a bombeiros militares dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, além de Mato Grosso. Esta certificação integra o curso de pós-graduação Lato Sensu em Gestão de Incêndios Florestais, promovido pela corporação em parceria com o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT).
De acordo com o diretor de Ensino, Instrução e Pesquisa do CBMMT, coronel BM Josiel Borges da Silva, a oferta deste curso representa uma oportunidade significativa para que os militares adquiram conhecimentos técnicos sólidos, fundamentais para enfrentar o desafio de lidar com a gestão dos incêndios florestais.
“Este curso é essencial para garantir que esses profissionais estejam devidamente preparados. São iniciativas como esta que precisamos multiplicar. E todos conhecemos a frase ‘o exemplo arrasta’. Agora, os senhores voltarão para suas regiões e servirão de exemplo para outros militares. Dessa forma, nós conseguiremos multiplicar o conhecimento, pois ele não pode ser retido. Tem que ser compartilhado”, afirmou.
O curso oferece aos bombeiros militares uma compreensão aperfeiçoada das peculiaridades dos incêndios florestais, incluindo padrões de propagação, entendimento dos fatores que influenciam o comportamento do fogo, uso de geotecnologia aplicada e o entendimento das evidências que restam após a passagem do fogo.
Além disso, capacita os militares a conduzirem investigações precisas sobre as origens e as causas dos incêndios florestais. Ação que desempenha um papel fundamental na determinação de responsabilidades legais, na implementação de estratégias preventivas e educativas e na mitigação de riscos futuros, de acordo com o coordenador do curso, capitão BM Lucas de Sousa Brito.
“A atualização contínua proporcionada por este curso garante que os peritos estejam preparados com as práticas e tecnologias mais recentes, promovendo uma resposta mais eficaz e coordenada durante as ações de investigação de incêndio”, afirmou.
Representando a Secretaria de Meio Ambiente, o coronel BM Dércio Santos da Silva, secretário Executivo do Comitê Estadual do Fogo, enfatizou a importância de entender as causas dos incêndios para prevenir novas ocorrências de maneira mais eficaz. Destacou também o papel da Secretaria na formulação de políticas públicas para reduzir os riscos de incêndios florestais.
“O Governo de Mato Grosso está investindo, somente neste ano, aproximadamente R$ 74,5 milhões para o combate aos incêndios florestais e desmatamento. Estamos provocando os estados a fazer o mesmo, pois os resultados vêm. Sem investimento, fica difícil falar em resultados. A Sema está atuante e tem buscado recursos para a prevenção e combate ao incêndio florestal”, afirmou.
Excelência – Concludente do curso, o coronel BM Aluisio Metelo Júnior, diretor de Segurança Contra Incêndio e Pânico da Assembleia Legislativa e Assessor Parlamentar do CBMMT, reconheceu que os métodos de combate aos incêndios florestais mudaram significativamente e que o processo atual é bem diferente do passado. Por isso, reforçou a necessidade de se manter em constante formação.
“Ao longo de 20 anos, nós notamos que as situações mudaram drasticamente as formas de combate. Hoje o processo que temos que ter é diferente de 20 anos atrás. E hoje, como concludente do curso, eu vejo como a gente está muito bem representado. O nível de excelência dos nossos instrutores conduzem todo o processo de formação de uma forma espetacular, com um alto nível de conhecimento técnico. Parabéns por replicar o conhecimento. É extremamente importante”, disse o coronel.
Já o comandante Especializado do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, coronel BM Moisés Magalhães de Sousa, explicou que o conhecimento adquirido fortalecerá as ações da corporação de todos os estados participantes do curso. Também destacou a contribuição do estudo da perícia de incêndio para o Estado de Minas Gerais, especialmente neste período em que assumiu uma grande missão de combate a incêndios florestais.
“O assunto relacionado às mudanças climáticas é muito importante e muito atual. Estudarmos o desastre, que é o incêndio florestal, a forma de gestão das operações e de investigação, como vocês tem praticado em Mato Grosso, e poder levar aos demais estados, é algo tem que ser ressaltado. E isso os senhores tem feito com excelência. Tenham a plena consciência que o conteúdo que foi passado é muito denso e vai fortalecer as ações de todos os corpos de bombeiros”, encerrou o coronel.
A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.
A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.
De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.
A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.
Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.