Autoridades de dois países que já atuaram como mediadores nas negociações pelo cessar-fogo em novembro passado entre Israel e Hamas, Qatar e Egito, afirmaram nesta quarta-feira (31) que a morte do líder da facção, Ismail Haniyeh, deve comprometer os esforços para garantir uma nova trégua na região da Faixa de Gaza.
“Assassinatos políticos e o contínuo ataque contra civis em Gaza, enquanto as negociações continuam, nos levam a perguntar: como a mediação pode ter sucesso quando uma parte mata o negociador do outro lado?”, disse o primeiro-ministro do Qatar, Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, em postagem na rede social X (antigo Twitter).
Ele continuou: “A paz precisa de parceiros sérios e de uma postura global contra o desrespeito pela vida humana.” Posteriormente, a autoridade conversou por telefone com Antony Blinken, secretário de Estado dos Estados Unidos, para discutir os impasses de um novo acordo de cessar-fogo.
O Ministério das Relações Exteriores do Egito, por meio de nota, afirmou que uma “perigosa política de escalada israelense” nos últimos dois dias teria prejudicado os esforços para intermediar o fim dos combates em Gaza. As informações são da agência de notícias Reuters.
“A coincidência desta escalada regional com a falta de progresso nas negociações de cessar-fogo em Gaza aumenta a complexidade da situação e indica a ausência de vontade política israelense para acalmá-la”, declarou o comunicado. “Isso mina os esforços intensos feitos pelo Egito e seus parceiros para interromper a guerra na Faixa de Gaza e acabar com o sofrimento humano do povo palestino.”
Os três países, Qatar, Egito e Estados Unidos, continuam tentando fechar um novo acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas, em uma região na qual as forças israelenses teriam matado mais de 39 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde local, controlado pela facção.
Ataques israelenses em Gaza, por sua vez, seriam uma resposta ao mega-atentado terrorista contra israelenses em outubro de 2023, que provocou a morte de aproximadamente 1.200 pessoas.
Há dificuldade para finalizar um acordo que ponha fim aos mais de nove meses de guerra, devido a mudanças solicitadas por Israel, conforme autoridades disseram à Reuters, e ainda não há sinal de progresso nas negociações que estão sendo realizadas em Roma desde o último domingo (28).
Durante uma ligação com seu homólogo norte-americano nesta quarta-feira, Lloyd Austin, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, ressaltou a importância de continuar trabalhando para alcançar um acordo e libertar os mais de cem reféns israelenses e estrangeiros que permanecem em cativeiros em Gaza.
“Durante a discussão, o ministro também destacou que, especialmente nestes tempos, o Estado de Israel está trabalhando para alcançar um quadro para a libertação dos reféns”, disse em nota o escritório de Gallant.
David Mencer, porta-voz do governo israelense, disse em coletiva online que Israel permanece comprometido com as negociações. “Essas conversas estão em andamento, e Israel está comprometido com o sucesso delas”, afirmou ainda o documento.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.