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MATO GROSSO

Controle da pena: Encontro Nacional de Execução Penal traz experiência de palestrante francês

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O segundo dia de palestras do XI Encontro Nacional de Execução Penal trouxe nesta quinta-feira (25 de julho) ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso conteúdos muito ricos a respeito do tema com grandes nomes do Direito de Execução, em âmbito nacional e internacional. 
 
O professor francês Jean-Paul Céré, uma das maiores autoridades criminalistas do país europeu, proferiu uma palestra sobre controle da pena na França. Jean-Paul é professor na Universidade de Pau e Pays de l’Adour, diretor do Centro de Pesquisa em Justiça Criminal e Prisional, diretor do mestrado em Direito de Execução de Sentenças e presidente do Comitê Internacional dos Criminalistas Francófonos. 
 
Ele falou sobre os direitos substanciais dos prisioneiros protegidos, controle preventivo feito pela Corte Europeia de Direitos Humanos, trouxe dados da jurisprudência europeia, dentre outros assuntos. 
 
“Mesmo se no espírito de muitas pessoas a França é o país dos direitos do homem, posso garantir que graças à Corte Europeia de Direitos Humanos a situação evoluiu favoravelmente na França”, afirmou.
  
Ele considera o controle de execução das penas operantes, mas, sobre alguns aspectos, falho.  “Eu penso que o controle sobre a execução de pena ainda é falho”, reiterou.
 
Outro ponto diferente entre o Brasil e a França é que no país europeu, a administração penitenciária deve encarcerar as pessoas em celas individuais, na teoria, mas acaba utilizando celas coletivas, na prática. 
 
O juiz Douglas Melo Martins, do Tribunal de Justiça do Maranhão, presidente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP) do Ministério da Justiça e Segurança Pública, membro do Conselho Penitenciário do Estado do Maranhão e doutor em Sociologia Jurídica pela Universidade de Zaragoza, foi o segundo palestrante da tarde. 
 
Ele falou sobre o Conselho, com um breve histórico, desde sua criação em 1957, passando pela evolução na década de 1980, diretrizes da política criminal, atribuições previstas em lei, decreto de indulto natalino, temas relacionados à legislação que precisam de regulamentação, além de decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).  
 
O palestrante também citou resoluções que foram aprovadas pelo Conselho e debatidas em âmbito nacional, como o uso de câmeras corporais pelas polícias, acolhimento de pessoas LGBTQIA+ em unidades prisionais, monitoração eletrônica para agressores de violência doméstica e assistência socioespiritual e liberdade religiosa. 
 
“Isso é política criminal em um tema de prevenção do crime, que está previsto na Lei de Execuções Penais. A sociedade tem o anseio legítimo da segurança pública e a insegurança é verdadeiramente um problema, as pessoas, sustentadas em um populismo penal, sustentam que o caminho é o encarceramento e apontam sempre alternativos para mais encarceramento e isso tem funcionado, para encarcerar, não para resultar em segurança pública”, refletiu. 
 
O juiz Geraldo Fernandes Fidelis Neto, do TJMT, coordenador do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo de Mato Grosso (GMF/MT), mestre em Direito pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e um dos organizadores do evento, disse que este é o maior evento desse tema realizado em Cuiabá que ele já participou desde que atua na Execução Penal, há 13 anos. 
 
“Tenho muito respeito a todos os presentes nessa sala, principalmente àqueles que nos esbarramos na mesma jornada, na mesma frente de luta. Muita coisa já mudou, mas ainda temos muito chão pela frente, principalmente na área.” 
 
O magistrado abordou a questão do modelo de controle difuso da execução penal, falou sobre a realidade da população carcerária na Europa, em comparação à realidade brasileira, defendendo que é preciso haver um controle concentrado em um órgão central. 
 
#Paratodosverem. Esta matéria possui recursos de texto alternativo para promover a inclusão das pessoas com deficiência visual. Imagem 1: foto horizontal colorida em ângulo aberto do auditório. À frente, no palco, estão sentados os três palestrantes e o mediador. Em primeiro plano está o público, sentado na parte de baixo, de costas para a câmera, e ao centro um telão de fundo azul com dados da palestra do juiz Douglas. Imagem 2: foto horizontal colorida do palestrante Jean-Paul. Ele está em pé, com os braços apoiados em um púlpito de madeira, falando ao microfone com um fone de tradução. Ele é um homem branco, com barba de cabelos grisalhos, veste terno azul, camisa branca e gravata verde. Imagem 3: foto horizontal colorida do juiz Douglas Melo Martins com uma placa com seu nome na bancada. Ele está sentado, fala com um microfone, é um homem branco, veste terno preto, camisa azul clara, gravata azul-marinho, usa óculos, tem cabelo preto sem barba. Imagem 4: foto horizontal colorida da palestra do juiz Geraldo. Ele está em pé diante de um púlpito e um microfone, à esquerda, ao lado dele, estão sentados os outros palestrantes, e ao fundo há uma projeção de tela grande com o nome do evento, o tema do painel e os ícones com nomes e fotos dos palestrantes. 
 
 
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Mylena Petrucelli/Fotos: Ednilson Aguiar 
Coordenadoria de Comunicação Social do TJMT 
imprensa@tjmt.jus.br
 

Fonte: Tribunal de Justiça de MT – MT

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MATO GROSSO

Pagamento de 1/3 de férias de contratados: Governo de MT encontra solução para impasse que durava 40 anos

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O governador Mauro Mendes assinou, nesta quarta-feira (18.09), o Decreto nº 656, que regulariza o pagamento de 1/3 de férias para servidores contratados pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc-MT). Com um investimento de R$ 26 milhões, o Estado põe fim a uma reivindicação que já durava cerca de 40 anos.

Mauro Mendes disse que era um direito conquistado, mas que, infelizmente, foi negligenciado por gestões anteriores gerando inúmeras demandas judiciais, além de uma dívida enorme. O governador destacou que para dar maior celeridade aos processos judiciais em andamento que tratam do pagamento de 1/3 de férias retroativas dos professores temporários da educação básica, assinou o decreto em cooperação com o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).

“Estamos reconhecendo esse direito e aplicando o que é correto. Além de regularizar o pagamento correspondente a 1/3 das férias dos professores temporários, o Governo também implementará uma extensão do decreto para servidores temporários contratados em outras áreas da Seduc. Todos os professores no regime temporário vão ter esse direito reconhecido e pago nas próximas oportunidades”, explicou.

Na avaliação da presidente do TJMT, desembargadora Clarice Claudino, todas as partes estão de parabéns porque não vão mais precisar litigar para receber esse direito. “É muito bom ter um governador que tem essa sensibilidade. Precisamos reconhecer o esforço dos nossos gestores. Dos que fazem o que tem que ser feito. Esses registros ficam na nossa memória para sempre, porque são cerca de 25 mil processos que teremos condição de liquidar positivamente. É momento de celebração”, completou.

A solenidade teve representantes de todos os poderes e o deputado estadual Valmir Moretto falou em nome do Legislativo. “A Assembleia não mediu esforços para contribuir com a solução de um tema tão relevante como esse. Nada mais justo do que atender um pedido dos nossos professores. É com esse trabalho que vamos ficar entre as redes mais bem avaliadas no País. Vamos colocar Mato Grosso no cenário que o Estado realmente merece”, falou o parlamentar.

O secretário de Estado de Educação, Alan Porto, destacou a sensibilidade ao resolver o problema que se arrastava há décadas. “É uma gestão de eficiência que está fazendo uma transformação na educação e garantindo a valorização profissional necessária para que tenhamos ainda mais qualidade no ensino e na aprendizagem. Esse decreto assinado hoje impactou, certamente, na vida dos servidores da educação”.

A Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) contribuiu com o processo de resolução do pagamento aos servidores da Educação, tanto na elaboração do Decreto e do Termo de Cooperação, do sistema que irá gerir os pedidos de quitação de valores, entre outras soluções, como explica o chefe da pasta, Basílio Bezerra.

“Após detectarmos e analisarmos a dimensão da situação e o nível de importância de propor uma solução, trabalhamos em conjunto com os demais órgãos na construção de soluções, para garantir aos servidores o que lhes é de direito. A Superintendência de Tecnologia da Informação da Seplag está finalizando um sistema para que o servidor faça o processo de solicitação do pagamento. Esse sistema estará disponível dentro do Portal do Servidor, garantindo transparência e celeridade ao processo”, ressalta o secretário Basílio.

O presidente da Associação Mato-grossense dos Servidores Públicos da Educação (AMPE), professor Fábio Bernardo da Silva, destacou a atuação no estado em resolver uma demanda que se arrastaa por décadas. “Esse é um marco histórico não só para os profissionais, mas para toda a população que recebe os serviços da Educação”, diz.

Também participaram da solenidade o vice-governador Otaviano Pivetta; o Procurador-geral do Estado, Francisco Lopes; o Corregedor-Geral do TJMT, desembargador Juvenal Pereira da Silva; a desembargadora do Núcleo de Cooperação Judiciária do TJMT, Antônia Siqueira Gonçalves; entre outros.

Fonte: Governo MT – MT

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