O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso (CBM-MT) enviou, nesta sexta-feira (19.07), mais uma equipe para continuidade ao apoio às operações de buscas e resgate nas cidades atingidas pelo desastre natural no Rio Grande do Sul. Esta é a terceira equipe de bombeiros militares mato-grossenses a ser enviada para dar apoio na missão no RS.
A nova equipe é composta por nove bombeiros e três cães farejadores (Bela, Nalah e Sky) e conta com o apoio de três viaturas do tipo AR (Auto Resgate) e Abresc (Auto Busca, Resgate e Salvamento com Cães), equipadas com materiais como serrotes, enxadas e picaretas, além de materiais de salvamento e equipamentos de uso individual.
Os militares enviados são dos Batalhões Bombeiro Militar de Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Sinop, além da 1ª Companhia Independente Bombeiro Militar de Barra do Garças, e do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA).
De acordo com o comandante-geral adjunto e Chefe do Estado Maior, coronel BM Rony Robson Cruz Barros, o envio de mais uma equipe evidencia não somente a capacidade técnica da tropa e a estrutura operacional da corporação, mas reforça o trabalho já realizado pelos bombeiros militares do Sul.
“É um trabalho que já está ocorrendo há mais de 60 dias, para dar continuidade ao trabalho desenvolvido pelos irmãos de farda do Rio Grande do Sul. Todos sabemos sobre a tragédia que assolou o estado e o Corpo de Bombeiro Militar de Mato Grosso tem prestado serviço dentro de um planejamento maior, onde a presença e o trabalho dos nossos militares e cães são essenciais”, afirmou o coronel.
O capitão BM Álvaro Guilherme Oliveira dos Santos explicou que a equipe de militares deverá atuar nas atividades de busca e resgate de desaparecidos na região de Lajeado, onde foi o local mais atingido pelo desastre e que ainda apresenta um grande número de desaparecidos.
“Temos militares extremamente capacitados na área de salvamento e resgate e todos se sensibilizam com o que aconteceu. Então, quando são empenhados neste tipo de missão, se dedicam ao máximo para dar um pouco mais de conforto às famílias e aos cidadãos da região que foram atingidos por essa calamidade de tamanha severidade”, afirmou o capitão.
O soldado BM Francisco Jorge do Nascimento, que já atuou em missões anteriores no RS, ressaltou a importância do apoio humanitário, especialmente para as famílias que ainda aguardam notícias de desaparecidos.
Indo pela terceira vez para essa missão, o soldado BM Francisco Jorge do Nasicmento pontuou que atuar neste tipo de ocorrência é uma grande experiência profissional, ao mesmo tempo em que tem uma grande importância, especialmente às famílias que ainda aguardam notícias de seus entes queridos.
“Vou na condição de binômio, com a Bela. Infelizmente estamos indo lá para resgatar corpos, mas é necessário para dar um alento às famílias. No local, a Bela faz um trabalho de varredura de área. Identifica nos escombros, através da mudança de comportamento e do latido, e auxilia na localização de possíveis vítimas. Portanto esse trabalho em conjunto com ela é de extrema importância”, declarou.
Apoio em buscas, combate e salvamento
O Corpo de Bombeiros de Mato Grosso (CBMMT) tem prestado assistência em diversas operações de resgate e combate a emergências, tanto dentro como fora do Estado.
Em 2023, o CBMMT enviou equipes especializadas para auxiliar nas buscas e resgates de pessoas desaparecidas no Rio Grande do Sul, após um forte ciclone extratropical atingir a região. No mesmo ano, o CBMMT destacou um grupo de bombeiros para colaborar no combate aos incêndios florestais no Canadá.
Anteriormente, em 2022, o CBMMT deslocou reforços para apoiar as operações após os deslizamentos de terra ocorridos em Petrópolis, no Rio de Janeiro.
As equipes de Mato Grosso também participou, em 2019, das operações de resposta ao rompimento da barragem em Brumadinho, Minas Gerais, onde as equipes atuaram nas ações de busca e salvamento.
A edição 2024 dos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” chegou à Sede das Promotorias de Justiça da Capital promovendo a conscientização sobre os diferentes tipos de agressão contra meninas e mulheres por meio da 1ª Mostra Fotográfica das Vítimas de Feminicídio em Cuiabá. Com apoio do Ministério Público, a exposição itinerante da Prefeitura Municipal de Cuiabá é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher e ficará em cartaz no local até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Dos 11 réus autores dos feminicídios cometidos contra as vítimas retratadas na exposição fotográfica, cinco já foram submetidos a julgamento. Somadas, as penas aplicadas totalizam 107 anos de prisão. Entre os seis réus que ainda não foram julgados, somente Gilson Castelan de Souza, autor do feminicídio cometido contra Silbene Duroure da Guia, está foragido.
A mãe de uma das vítimas, Antônia Maria da Guia, que é avó de quatro netos e bisavó de uma menina de 9 anos, participou da solenidade de abertura da exposição fotográfica realizada nesta quinta-feira, 21 de novembro. Emocionada, a auxiliar judiciária clamou por justiça e lembrou do relacionamento conturbado da filha. “Foram cinco anos de relacionamento entre idas e vindas. Ela esperava que ele mudasse, mas isso não aconteceu. Então eu peço para as mulheres que, em qualquer sinal de violência, denunciem, busquem ajuda, não fiquem caladas. Precisamos parar com essa tragédia. Nenhuma mulher merece morrer”, disse.
De acordo com a procuradora de Justiça Elisamara Sigles Vodonós Portela, o estado de Mato Grosso registrou, em 2024, a morte de 40 mulheres, e cerca de 70 crianças entraram na estatística de órfãos do feminicídio. “Esta exposição é para apresentar quem são essas vítimas, quem são essas mulheres, mães, avós, filhas e o resultado do que aconteceu com esses assassinos. O Ministério Público tem se empenhado para a completa aplicação da Lei Maria da Penha. Hoje, com a alteração significativa no Código Penal, a punição mais severa na legislação brasileira é para o crime de feminicídio, e nós esperamos que isso possa causar impacto na redução desses números”.
A primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, reforçou a importância da visibilidade ao tema, destacando que a prevenção começa com debate, informação e ações que promovam segurança, justiça e igualdade. “Infelizmente, as marcas do feminicídio continuam a assombrar nossa sociedade. Vidas preciosas foram interrompidas pela brutalidade e pela misoginia. Quanto mais falamos, mais aprendemos, menos tememos e mais avançamos no fortalecimento da rede de enfrentamento à violência”, disse.
Para a secretária-adjunta da Mulher de Cuiabá, Elis Prates, ações de conscientização são essenciais: “É um momento de fortalecimento na luta pelo fim da violência contra a mulher, porque só assim conseguimos mudar essa realidade por uma sociedade mais justa, mais igualitária, para que todas possam fazer uso dos seus direitos como cidadãs brasileiras”, pontuou.