A capacitação realizada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) sobre o manejo e contenção de animais silvestres em eventos climáticos extremos, como incêndios florestais, contou com a participação de 50 pessoas. Entre elas estão profissionais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) dos estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Distrito Federal, além de Mato Grosso. Foto: Cristiano Antonucci/Secom-MT
O curso começou na segunda-feira (08) e encerrou nesta quarta-feira (10.07), no Batalhão da Polícia Militar de Proteção Ambiental, em Várzea Grande, com a orientação prática.
Os participantes aprenderam a imobilizar serpente e outros animais, usar a caixa de transporte de animais silvestres, manuseio do cambão, projeção de dardo, zarabatana, protocolos de anestésicos para médicos veterinários, e orientação sobre como montar armadilha para captura. Foto: Christiano Antonucci/ Secom – MT
O chefe do Centro de Triagem de Animais Silvestre do Ibama no Rio Grande do Sul, Paulo Guilherme Caniel Wagner, destacou a experiência adquirida.
“Acabamos de passar por uma tragédia ocasionada pela água e precisamos interagir com as diversas histórias e experiências com foco em aprimorar numa situação de necessidade. Saber lidar em situações que envolvam incêndios ou alagamento com qualquer tipo de animal, faz toda a diferença”, reforçou.
A coordenadora de Fauna do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) do Distrito Federal, Juliana Junqueira, que esteve envolvida nas ações emergenciais do ano passado no Pantanal, destacou a importância da iniciativa.
“Foi um trabalho que envolveu muitas mãos, dos fazendeiros na Transpantaneira, da equipe do Governo de Mato Grosso e parceiros. A capacitação é uma iniciativa fantástica que deve ser replicada para ampliar essa rede de parceiros e apoio para estar pronta em qualquer demanda que envolvam emergências ambientais”, explicou. Foto: Sema-MT
O instrutor e representante da Ampara Silvestre, Jorge Salomão, reforçou que a capacitação foi uma troca de experiência que envolveu diversos profissionais capacitados e oportunizou promover diversas situações.
“É preciso entender o melhor momento para o resgate, e, se for fazê-lo, é preciso ser planejado. Nos incêndios florestais, os animais geralmente estão com muita dor e acabam deixando o procedimento mais complexo e difícil. A ideia é montar um padrão de quais animais podem ser resgatados e quando é o melhor momento. A experiência oportunizou toda essa troca de ideias e os melhores equipamentos a serem usados”, disse.
O coordenador de Fauna e Recursos Pesqueiros da Sema, Eder Toledo, explicou que a capacitação é inédita e foi desenvolvida em parceria com o Conselho Regional de Medicina Veterinária.
“Nosso objetivo é dar oportunidade a todos as entidades envolvidas que trabalham com os animais silvestres e iniciar as ações promovidas pelo Governo do Estado para atuar nos resgates de animais, nos possíveis incêndios florestais que possam acontecer no Pantanal ou em qualquer outro local”.
Segundo Eder, todo incêndio, seja ele em menor ou grande proporção, irá afetar a fauna. “Os mais afetados são os anfíbios e répteis por terem dificuldade maior de escapar do fogo, seja um fogo mais veloz ou um fogo mais lento, mas afeta de qualquer forma. Porém, o fogo do Pantanal, mesmo contido, continua queimando a matéria orgânica que fica no solo. Animais, principalmente os mamíferos, sempre queimam as patas e precisam ser resgatados. Por isso, esse resgate precisa ser feito por uma pessoa capacitada”.
De acordo com o coordenador, a orientação para população é não realizar o resgate. Ele precisa acionar a Sema, a Policia Militar ou os Bombeiros. “Em uma manipulação errada do animal pode machucar, ferir e agravar ainda mais o problema, além e colocar a própria vida em risco. Para conter um animal selvagem é preciso expertise”, completou.
“O Estado de Mato Grosso tem feito, em especial nos últimos anos, uma atuação expressiva e significativa na atenção às pessoas egressas do sistema prisional, como a implantação dos Escritórios Sociais, qualificação e composição de equipes”, afirmou a diretora de Cidadania e Políticas Alternativas do Governo Federal, Mayesse Silva Parizi durante o Encontro Nacional da Política Nacional de Atenção à Pessoa Egressa do Sistema Prisional (PNAPE), realizado nesta quinta-feira(07.11), em Cuiabá,
De acordo com Parizi, a escolha de Cuiabá para sediar esse evento foi estratégica, dada a relevância das ações desenvolvidas como parte do Sistema Prisional pelo Governo de Mato Grosso, por intermédio da Secretaria de Estado de Segurança Pública.
Conforme balanço apresentado pela Fundação Nova Chance (Funac), órgão responsável pela assistência e reinserção social de pessoas em privação de liberdade e deixando a prisão, somente em 2024, até o mês de outubro, o Governo intermediou a contratação de cerca de cinco mil pessoas privadas de liberdade e egressos.
Atualmente, existem 266 contratos ativos com cerca de 250 órgãos públicos e empresas privadas mato-grossenses que empregam mão de obra de trabalhadores privados de liberdade e egressos do sistema prisional.
Durante o encontro, o secretário adjunto de Segurança Pública, Coronel PM, Héverton Mourett de Oliveira, lembrou que os resultados alcançados pela atual gestão só foram possíveis a partir da união dos esforços do Poder Executivo com o Judiciário, Ministério Público, Defensoria, prefeituras e outras instituições públicas e privadas.
“Essa melhoria ocorreu porque foi possível compartilhar os desafios e somar esforços com outros órgãos para que pudéssemos enfrentar a questão da reinserção social”, destaca Mourett.
De acordo com o coronel Mourett, para que isso possa acontecer as instituições e os poderes trabalham para criar normativas e novas estruturas que permitem atender melhor aqueles que estão em iminência de deixar a prisão e os que já estão em liberdade e necessitam do suporte do poder público e da sociedade para voltar ao mercado de trabalho e assegurar renda para si e suas famílias.
O secretário adjunto da Administração Penitenciária, Jean Gonçalves, citou os avanços para abertura de mais vagas e modernização das unidades prisionais do Estado, onde começa o processo de ressocialização das pessoas privadas de liberdade.
Conforme dados da Sesp, entre 2029 e 2023, o Governo de Mato Grosso investiu R$ 300 milhões em obras e reforma das unidades prisionais. Como resultado desses investimentos, o levantamento anual do Governo Federal, este ano apresentado em outubro, Mato Grosso possui 12.988 vagas para 12.856 presos em 41 unidades prisionais. O superávit é de 132 vagas. “Houve investimento massivo na construção de vagas em um primeiro momento, para que posteriormente pudéssemos oferecer oportunidade de trabalho, educação, curso profissionalizante”, pontuou.
“Muitos estados fecham as portas para os órgãos fiscalizadores. Aqui fizemos diferentes, nós abrimos as portas para que seja possível buscar solução para os problemas encontrados. Essa é a nossa metodologia em Mato Grosso, nós temos um trabalho coeso entre os poderes, cada um dentro da sua atribuição”, acrescentou Jean Gonçalves.
Nova Chance
Durante o encontro, o presidente da Fundação Nova Chance, Winkler Freitas, instituição responsável pelo atendimento a pessoas egressas e sua família, detalhou a atuação da instituição e fez um balanço dos números alcançados desde o início do ano.
Freitas explicou que em 2020, a partir da união dos Poderes Executivo, Judiciário e outras instituições públicas foram instituídos os Escritórios Sociais, que funcionam como um braço da Funac no atendimento e intermediação da mão de obra de egressos e pré-egressos do Sistema Penitenciário com empresas privadas e órgão públicos.
Desde então, são 10 escritórios funcionando em Cuiabá em cidades como Rondonópolis, Sinop, Barra do Garças, Sorriso, Tangará da Serra e Lucas do Rio Verde.
Encontro Regional
Além de Mato Grosso, o evento reuniu autoridades dos estados de Mato Grosso do Sul, Goiás e de Brasília, que discutiram temas como: a Implementação da PNAPE, Espaço de reintegração social da pessoa egressa e seus familiares; Metodologia de Gestão dos Serviços Especializados e inserção entre gênero e raça, Políticas Públicas para trabalho e inclusão produtiva da pessoa egressa e seus familiares.