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Economia

Meirelles compara governo Lula ao de Dilma e defende juros do BC

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Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda
Antonio Cruz/Agência Brasil

Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda


O ex-ministro da Fazenda no governo Michel Temer, Henrique Meirelles , criticou nesta segunda-feira (27) a política econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e comparou as decisões do petista com o governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Para Meirelles, as promessas de que Lula faria um governo parecido com seus dois primeiros mandatos ainda não foi colocado em prática.

Embora acredita haver problemas na gestão econômica, o ex-ministro disse acreditar que o cenário pode mudar nos próximos anos. Entretanto, a mudança de rumo só acontecerá com a interlocução de Fernando Haddad, atual ministro da Fazenda, e o governo com congressistas e a manutenção de propostas mostradas na campanha.

“O governo federal, ao contrário do que muitos achavam que seria igual ao primeiro e segundo mandato Lula, mas na realidade é um governo que está na linha econômica mais próximo ao da ex-presidente Dilma. É uma mudança muito grande de expectativa. No caso da ex-presidente Dilma, [a política econômica] não deu certo”, disse Meirelles, em entrevista durante o lançamento da biografia de João Doria, ex-governador de São Paulo.

“Agora, o ministro Fernando Haddad tentando fazer uma ponte, então, vamos aguardar em como vai se desenvolver. O caminho começou Aparentemente muito mal, mas acredito que a situação pode terminar em um rumo um pouco melhor do que pareceu pelas declarações iniciais pelo presidente”, concluiu.


Meirelles foi presidente do Banco Central nos dois governos de Lula e apoio o petista na última disputa presidencial. O ex-ministro ainda era um dos principais cotados para assumir o Ministério da Fazenda de Lula, mas foi preterido após uma cobrança do PT por Haddad.

Henrique Meirelles defendeu a manutenção da taxa Selic em 13,75%, mas evitou comentar os ataques de Lula ao presidente do BC, Roberto Campos Neto. O ex- ministro ressaltou a necessidade de ter um crescimento econômico estável e que isso acontecerá mediante a queda da inflação.

“A função principal do Banco Central é combater a inflação. Pior coisa que pode acontecer com a geração de emprego e etc é a inflação alta”, afirmou.

“Então, você sobe os juros, no primeiro momento você vive em instabilidade, a inflação cai e depois o Brasil pode crescer com mais estabilidade nos próximos anos, como aconteceu quando eu estava no Banco Central em 2003 e 2011”, concluiu Meirelles.

Leia mais: Pai do teto de gastos, Meirelles diz ‘estar na hora’ de mexer na regra

Criador do teto de gastos, Meirelles ainda comentou sobre o novo arcabouço fiscal da União. Na visão do ex-ministro, a nova âncora fiscal deverá manter algumas regras já existentes no teto de gastos, como a manutenção do controle de despedas.

“O arcabouço fiscal é fundamental, como o teto foi fundamental. Evidentemente, agora, precisamos ver como será essa âncora fiscal e se ela vai controlar as despesas. Controlando as despesas é o fundamental para o país poder crescer, gerar emprego e renda. Se chamar âncora, teto, se tem algum tipo de cálculo com o PIB, não tem problema, mas precisa ter uma âncora que controle as despesas”, ressaltou Henrique Meirelles.

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Fonte: Economia

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Economia

Brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bi de valores a receber

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Os brasileiros ainda não sacaram R$ 8,56 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro até o fim de julho, divulgou nesta sexta-feira (6) o Banco Central (BC). Até agora, o Sistema de Valores a Receber (SVR) devolveu R$ 7,67 bilhões, de um total de R$ 16,23 bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras.

As estatísticas do SVR são divulgadas com dois meses de defasagem. Em relação ao número de beneficiários, até o fim de julho, 22.201.251 correntistas haviam resgatado valores. Apesar de a marca ter ultrapassado os 22 milhões, isso representa apenas 32,8% do total de 67.691.066 correntistas incluídos na lista desde o início do programa, em fevereiro de 2022.

Entre os que já retiraram valores, 20.607.621 são pessoas físicas e 1.593.630, pessoas jurídicas. Entre os que ainda não fizeram o resgate, 41.878.403 são pessoas físicas e 3.611.412, pessoas jurídicas.

A maior parte das pessoas e empresas que ainda não fizeram o saque tem direito a pequenas quantias. Os valores a receber de até R$ 10 concentram 63,01% dos beneficiários. Os valores entre R$ 10,01 e R$ 100 correspondem a 25,32% dos correntistas. As quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil representam 9,88% dos clientes. Só 1,78% tem direito a receber mais de R$ 1 mil.

Depois de ficar fora do ar por quase um ano, o SVR foi reaberto em março de 2023, com novas fontes de recursos, um novo sistema de agendamento e a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. Em julho, foram retirados R$ 280 milhões, alta em relação ao mês anterior, quando tinham sido resgatados R$ 270 milhões.

Melhorias

A atual fase do SVR tem novidades importantes, como impressão de telas e de protocolos de solicitação para compartilhamento no WhatsApp e inclusão de todos os tipos de valores previstos na norma do SVR. Também haverá uma sala de espera virtual, que permite que todos os usuários façam a consulta no mesmo dia, sem a necessidade de um cronograma por ano de nascimento ou de fundação da empresa.

Além dessas melhorias, há a possibilidade de consulta a valores de pessoa falecida, com acesso para herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal. Assim como nas consultas a pessoas vivas, o sistema informa a instituição responsável pelo valor e a faixa de valor. Também há mais transparência para quem tem conta conjunta. Se um dos titulares pedir o resgate de um valor esquecido, o outro, ao entrar no sistema, conseguirá ver as informações: como valor, data e CPF de quem fez o pedido.

Expansão

Desde a última terça-feira (3), o BC permite que empresas encerradas consultem valores no SVR. O resgate, no entanto, não pode ser feito pelo sistema, com o representante legal da empresa encerrada enviando a documentação necessária para a instituição financeira.

Como a empresa com CNPJ inativo não tem certificado digital, o acesso não era possível antes. Isso porque as consultas ao SVR são feitas exclusivamente por meio da conta Gov.br.

Agora o representante legal pode entrar no SVR com a conta pessoal Gov.br (do tipo ouro ou prata) e assinar um termo de responsabilidade para consultar os valores. A solução aplicada é semelhante ao acesso para a consulta de valores de pessoas falecidas.

Fontes de recursos

No ano passado, foram incluídas fontes de recursos esquecidos que não estavam nos lotes do ano passado. Foram acrescentadas contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas, contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas e outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.

Além dessas fontes, o SVR engloba os seguintes valores, já disponíveis para saques no ano passado. Eles são os seguintes: contas-corrente ou poupança encerradas; cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito; recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados; tarifas cobradas indevidamente; e parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente.

Golpes

O Banco Central aconselha o correntista a ter cuidado com golpes de estelionatários que alegam fazer a intermediação para supostos resgates de valores esquecidos. O órgão ressalta que todos os serviços do Valores a Receber são totalmente gratuitos, que não envia links nem entra em contato para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.

O BC também esclarece que apenas a instituição financeira que aparece na consulta do Sistema de Valores a Receber pode contatar o cidadão. O órgão também pede que nenhum cidadão forneça senhas e esclarece que ninguém está autorizado a fazer tal tipo de pedido.

Fonte: EBC Economia

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