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Agronegócio

Governo adia leilão de arroz após diálogo com produtores e confessa falta de estoque e planejamento

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O governo federal abriu negociações com os produtores de arroz nesta quarta-feira (19.06) e anunciou o adiamento do novo edital de leilão para a compra de arroz importado.

Durante o encontro, o governo reafirmou sua intenção de realizar a importação do cereal através de leilão público, mas concordou em aguardar uma nova reunião com os produtores para considerar sugestões do setor na elaboração das normas do edital.

Agora os produtores têm até o próximo dia 27 para entregar suas propostas. O próximo encontro entre governo e arrozeiros está previsto para ocorrer após o lançamento do Plano Safra 2024/25, provavelmente na quinta-feira, 27. Até lá, o novo edital não será publicado.

AUDIÊNCIA – Também ontem, em Brasília, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, participou de uma audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, em Brasília (conforme o Pensar Agro noticiou), onde anunciou que o edital para a compra pública de arroz importado vai ser reformulado para que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) participe previamente da qualificação das empresas que vão operar no pregão.

Atualmente, essa atribuição é das bolsas de mercadorias, e a estatal só tem conhecimento das arrematantes ao final do certame.”A qualificação passa a ter a participação da Conab anteriormente para não ficar sabendo só depois quem participou e se tem capacidade de entrega”, disse Fávaro .

Isan Rezende                            Imagem: assessoria

SEM ESTOQUE – Durante o encontro com os produtores o ministro explicou que a pressa do governo em adquirir arroz, é para repor os estoque da Conab. “Há tempo o governo brasileiro não adquire arroz para repor seus estoques”, disse Fávaro.

Para o presidente do Instituto do Agronegócio IA), Isan Rezende, a frase de Fàvaro soou como uma confissão. Rezende já havia denunciado em maio (leia aqui) o que chamou de “omissão da Conab na gestão dos estoques de arroz, que resultou na necessidade de importação de um milhão de toneladas”.

“Essa declaração do ministro Fávaro confirma o que vínhamos alertando: a falta de planejamento e gestão da Conab nos trouxe a essa situação crítica. É inaceitável que um país como o Brasil, grande produtor de arroz, precise recorrer à importação de emergência, em detrimento do produtos local, por falta de planejamento do governo. Esse episódio revelou uma falha grave na política agrícola nacional, que precisa ser revisada e aprimorada para evitar que dependamos de medidas emergenciais que prejudicam tanto o setor produtivo quanto a economia do país”, completou Rezende.

NEGOCIAÇÃO – A negociação com os produtores envolveu um pedido do governo para que os produtores apresentem alternativas que possam equilibrar o preço do arroz no mercado interno. Alexandre Velho, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), classificou a reunião como positiva devido à abertura do governo ao diálogo, algo que ainda não havia ocorrido.

“Houve um compromisso do governo de só publicar um eventual novo edital após ouvir propostas alternativas do setor que possam ajudar a equilibrar o preço”, afirmou Velho. Ele destacou que os produtores ganharam alguns dias para apresentar alternativas e evitar possíveis prejuízos decorrentes dos leilões.

Depois da reunião, em nota, o ministro Carlos Fávaro destacou que foram debatidas medidas para estimular a produção de arroz no Brasil e garantir o alimento a preço justo ao consumidor. “Está em fase de finalização a revisão das normas para elaboração de novo edital para a compra de arroz pela Conab”, afirmou Fávaro.

O presidente da Federarroz enfatizou a importância do diálogo aberto pelo governo. “O governo fica ainda com os mecanismos que têm na mão, porém é importante que entenderam os riscos ao setor produtivo e abriram a possibilidade de buscar soluções conjuntas”, explicou Velho.

O diretor jurídico da Federarroz, Anderson Belloli, ressaltou que o plano deverá equacionar dois pontos fundamentais: atender ao produtor e assegurar que o arroz tenha preço acessível para a população, especialmente a mais vulnerável. “Enxergamos como um bom sinal o estabelecimento de um diálogo”, disse Belloli.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Fiagros alcançam R$ 41,7 bilhões e ganham força no mercado de capitais agroindustrial

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Os fundos de investimento nas cadeias produtivas agroindustriais (Fiagros) seguem em ritmo acelerado de crescimento, consolidando-se como uma alternativa promissora para o agronegócio dentro do mercado de capitais. Dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) mostram que, desde a criação dos Fiagros em 2021, o patrimônio desses fundos multiplicou-se quatro vezes, alcançando R$ 41,7 bilhões até agosto de 2024. Apenas neste ano, o setor registrou um aumento de 5,3%, comparado aos R$ 38 bilhões registrados em dezembro de 2023.

Os Fiagros vêm atraindo atenção por permitirem que investidores se exponham ao setor agroindustrial brasileiro, diversificando suas carteiras com potencial de retorno financeiro. Entre agosto de 2023 e agosto de 2024, o número de Fiagros aumentou 58%, chegando a 116 fundos ativos no mercado. Esse avanço reflete a popularidade crescente desses fundos, que são beneficiados por incentivos fiscais e regulamentações favoráveis, fatores que também contribuíram para o fortalecimento do setor desde sua criação.

Além dos Fiagros, outros instrumentos financeiros ligados ao agronegócio também mostram desempenho positivo. As Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) cresceram 6,1%, totalizando R$ 487 bilhões, enquanto as Cédulas de Produto Rural (CPRs) aumentaram expressivos 33,5%, somando R$ 398 bilhões. Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e Certificados de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCAs) também registraram crescimento de 14,9% e 25,8%, respectivamente.

Apesar do cenário promissor, o mercado de Fiagros enfrenta desafios, como a alta taxa de juros e os impactos de eventos climáticos, que afetam o fluxo de caixa dos produtores e elevam o risco de crédito. Outro fator observado é a queda nos dividendos, que hoje se aproximam dos valores de fundos imobiliários tradicionais, com uma diferença de apenas 0,8%, comparada aos 2,2% em 2023.

Fonte: Pensar Agro

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