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Agronegócio

Polêmica em torno do leilão da Conab agita a política, mas mantém o mercado de arroz estável

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A realização do leilão promovido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a importação de 300 mil toneladas de arroz beneficiado, na última quinta-feira (06.06), provocou – ao contrário do que se esperava –  estabilidade no mercado de arroz e a expectativa é de que o cenário que perdure ao longo desta semana.

A operação, que negociou 263,3 mil toneladas, ocorreu em meio a uma intensa disputa jurídica e desde então está cercada de denúncias e suspeitas de favorecimento e outros problemas. Até uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) já foi solicitada para investigar a compra.

Em consequência, especialistas dizem que o mercado atual está “confuso, incerto e desanimado”. A liberação do leilão aumentou as preocupações no setor. Houve cancelamentos de negócios por parte dos vendedores, que esperavam adquirir o produto subsidiado a preços mais baixos, impactando imediatamente a dinâmica de negociação.

Edegar Pretto, presidente da Conab, mencionou a politização do leilão e as ações judiciais que tentaram impedir a operação. Segundo ele, o objetivo do leilão era garantir acesso mais fácil e barato ao arroz para a população. “Aqueles que se opuseram ou não entenderam a iniciativa ou viram uma oportunidade de fazer oposição,” afirmou.

Pretto enfatizou que toda a documentação está em conformidade com a legislação. “Questionaram se a ação era precipitada. Precipitado era o preço subir mais de 19% em um mês, como aconteceu em Santa Catarina. Em algumas regiões, o aumento foi de 100%. O governo precisava agir para garantir a segurança alimentar e combater a fome. Tínhamos plena certeza da legalidade da operação,” justificou.

Apesar das turbulências, a semana registrou preços praticamente estáveis. A média da saca de 50 quilos de arroz no Rio Grande do Sul (com 58/62% de grãos inteiros e pagamento à vista) foi cotada a R$ 120,73 no dia 6, um aumento de 0,06% em relação à semana anterior. Em comparação ao mesmo período do mês passado, houve uma alta de 11,09%, e um aumento de 48,49% em relação ao mesmo período de 2023.

A situação permanece delicada, com o setor aguardando os próximos desdobramentos tanto no mercado quanto nas investigações sobre a operação do leilão da Conab.

NOTA – Nesta segunda-feira (10.06) a Wisley A de Sousa Ltda. uma das empresas participantes do leilão e sobre a qual se levou suspeitas, emitiu nota informando: “Com mais de 17 anos de experiência no comércio atacadista de alimentos, a empresa Wisley A de Sousa Ltda, que foi a maior arrematante de lotes, vai fornecer 147,3 mil toneladas de arroz, dentro do cronograma estabelecido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e cumprindo rigorosamente as normas de controle e qualidade.

A empresa, com sede em Macapá (AP) assumiu este compromisso ciente de que a importação é necessária para reduzir o preço final ao consumidor de um produto essencial na alimentação dos brasileiros.

A Wisley tem solidez e mais de 17 anos de experiência no comércio atacadista, na armazenagem e na distribuição em todo Brasil de produtos alimentícios, com um faturamento mais de R$ 60 milhões apenas no ano passado. Resultado que vem crescendo ano após ano, com a ampliação do leque de marcas alimentícias que a empresa representa e distribui no Norte do país, região que apresenta a maior complexidade de logística do Brasil.

A empresa lamenta que grupos com interesses contrariados estejam tentando afetar sua imagem e deturpar a realidade num momento em que é essencial o país encontrar formas de assegurar o abastecimento de arroz para a população. Por isso, a Wisley está disposta a acelerar a importação de modo que o consumidor final não seja penalizado com o aumento que pode chegar de até 40% no preço do arroz aos brasileiros.

A empresa tem orgulho de sua origem na região Norte do país, e não poupará esforços para apoiar o Brasil em momento crítico, no qual sua experiência, excelência logística e transparência podem fazer a diferença”.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Deputados mobilizam esforços para evitar criminalização da produção de bioinsumos em propriedades rurais

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A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) está empenhada em resolver um impasse legal que ameaça inviabilizar a produção de bioinsumos diretamente nas propriedades agrícolas a partir de janeiro de 2025. A preocupação dos parlamentares é porque a produção própria de bioinsumos nas propriedades rurais brasileiras pode se tornar ilegal, gerando riscos de punição severa para pequenos agricultores e produtores orgânicos, que dependem dessa prática.

O Decreto nº 6.913/2009 estabelece que, a partir de janeiro de 2025, a produção “on farm” — ou seja, feita nas próprias fazendas — estará proibida, o que pode acarretar multas e penas de prisão, que variam de 3 a 9 anos, para aqueles que desrespeitarem a norma.

Este cenário gerou um conflito jurídico que está sendo acompanhado de perto por parlamentares da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que buscam uma solução legislativa para garantir a continuidade dessa prática e a segurança jurídica dos produtores. Com o apoio da FPA, os Projetos de Lei 658/2021 e 3668/2021, que tramitam atualmente na Câmara dos Deputados, podem ser a chave para reverter esse impasse. As propostas tratam da regulamentação da produção, classificação e uso dos bioinsumos, estabelecendo um marco legal para essa prática agrícola sustentável.

A regulamentação da produção de bioinsumos nas propriedades, como propõem os projetos, representa uma forma de garantir a autonomia dos pequenos produtores, além de reduzir significativamente os custos de produção. De acordo com a FPA, a medida pode reduzir os custos de produção de bioinsumos em até dez vezes, o que, por sua vez, pode impactar positivamente o preço dos alimentos, tornando-os mais acessíveis ao consumidor e aumentando a rentabilidade dos agricultores.

O deputado Sérgio Souza (MDB-PR), membro da FPA, tem se empenhado na elaboração de uma minuta de substitutivo que reflete o resultado de debates com mais de 50 entidades do setor, incluindo órgãos do governo. A proposta visa trazer uma solução rápida para evitar que a legislação de 2009 coloque em risco a sustentabilidade da agricultura familiar e orgânica no Brasil.

Bioinsumos são produtos biológicos utilizados na agricultura, como defensivos naturais e fertilizantes orgânicos, que podem substituir substâncias químicas. São produtos de origem natural, como microrganismos ou extratos vegetais, e oferecem diversas vantagens em relação aos produtos convencionais, como a menor agressão ao meio ambiente e à saúde humana.

A prática “on farm” envolve a multiplicação de microrganismos diretamente na fazenda, como uma forma de controle biológico das culturas e prevenção de pragas. Além de ser uma solução mais sustentável, a produção local também permite que o agricultor tenha maior controle sobre os insumos, promovendo uma produção mais eficiente e com menos custos.

A possibilidade de tornar ilegal a produção de bioinsumos nas propriedades rurais pode afetar principalmente os pequenos agricultores e os produtores orgânicos, que frequentemente dependem dessa prática para garantir a sustentabilidade de suas lavouras. A medida também ameaça prejudicar a autonomia dos produtores e aumentar seus custos, forçando muitos a depender de insumos químicos e a abrir mão de práticas agrícolas sustentáveis.

A regulamentação da produção de bioinsumos “on farm” é, portanto, vista como uma medida fundamental para assegurar que os pequenos agricultores possam continuar utilizando esses recursos de forma legal, sustentável e rentável. A FPA reforça que a aprovação dos projetos de lei em tramitação é essencial para garantir que a produção agrícola brasileira continue a evoluir com qualidade, respeito ao meio ambiente e em conformidade com as exigências do mercado global.

Com a crescente demanda por alimentos sustentáveis e a busca por práticas agrícolas mais verdes, a regulamentação do uso de bioinsumos surge como um passo crucial para o futuro da agricultura brasileira, especialmente para os produtores que se dedicam à agricultura orgânica e de baixo impacto ambiental.

Veja na íntegra, a nota da FPA:

O Brasil é líder mundial no uso de defensivos biológicos, com mais de 23 milhões de hectares tratados em 2023, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil. Mais de 60% dos agricultores brasileiros adotam biopesticidas e biofertilizantes, contra os 33% na Europa. Desta forma, é urgente a votação dos Projetos de Lei 658/2021 e 3668/2021, em análise na Câmara dos Deputados.

Importante ressaltar que a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) trabalha para resolver um conflito de legislação que, por meio do Decreto nº 6.913/2009, só permite a produção própria de bioinsumos até dezembro de 2024. Caso não seja aprovada uma nova lei de bioinsumos ou derrubado o veto presidencial nº 65 da Lei do Autocontrole, a partir de janeiro de 2025 a produção on farm será ilegal, afetando grande parte dos pequenos agricultores e produtores orgânicos. A infração será punida com pena de 3 a 9 anos de prisão e multa.

No sentindo de garantir a produção em biofábricas nas propriedades, sem colocar os pequenos produtores na irregularidade, especialmente de orgânicos, o deputado Sérgio Souza (MDB-PR), integrante da FPA, está trabalhando em uma minuta de substitutivo elaborada a partir do debate com mais de 50 entidades do setor, ouvindo também os órgãos do governo.

Com a medida, os custos podem ser reduzidos em até dez vezes em relação aos atuais, impactando também o valor dos alimentos para o consumidor, com mais qualidade e aumento da rentabilidade para os pequenos. Assim, ressaltamos que regulamentar essa prática é essencial para garantir a segurança, a qualidade e a autonomia dos pequenos produtores brasileiros.

Fonte: Pensar Agro

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