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Agronegócio

Deputados denunciam suspeitas de irregularidades no leilão da Conab que comprou arroz

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Surgiram graves suspeitas em torno das empresas vencedoras do recente leilão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), realizado quinta-feira (06.06) que comprou 263,37 mil toneladas de arroz importado, por R$ 5,00 o quilo. O deputado estadual Marcos Vinícius, do Rio Grande do Sul, em pronunciamento na Assembleia gaúcha levantou a suspeita de que tenha havido possíveis irregularidades no processo. “Existem indícios fortes e graves de irregularidades no leilão” (veja vídeo abaixo).

O leilão, com um custo total de R$ 1,3 bilhão para a estatal, revelou uma lista de vencedores que deixou muitos questionando a legitimidade do certame. Entre as empresas arrematantes, figuram a ASR Locação de Veículos e Máquinas Pesadas, de Brasília; a Queijos Minas, uma loja de queijos registrada em Macapá; e a Icefruit, uma processadora de polpas de frutas. Apenas a Zafira Trading, sediada em Florianópolis, possui tradição em comércio exterior.

Um dos casos mais intrigantes é o de Wisley Alves de Souza, proprietário de um mini-mercado (foto) em Macapá, no Amapá, com capital social de apenas 80 mil reais e que arrematou seis lotes, totalizando 147 mil toneladas de arroz, pelo valor de R$ 736 milhões. Souza terá que depositar uma garantia de 5% do valor, cerca de R$ 36,8 milhões, em até cinco dias úteis.

Outras empresas vencedoras, como a ASR Locação de Veículos e Máquinas Pesadas, também levantaram suspeitas. A ASR, que não tem habilitação no Radar da Receita Federal para importação ou exportação, foi a vencedora de um leilão anterior da Conab para a compra de milho. A empresa é liderada por Crispiniano Espíndola Wanderley, ligado ao partido PROS, que afirmou ter pesquisado a aquisição de arroz em diversos países.

O edital da Conab exigia que os participantes fossem “produtores rurais devidamente cadastrados”. As regras da Conab para o leilão dizem que se as empresas vencedoras não depositarem o valor de garantia da operação no prazo estipulado, será aplicada multa de 10% sobre o valor da operação, cuja negociação ficará cancelada. Se a arrematante pagar a garantia, mas não cumprir os trâmites previstos no aviso de compra, é aplicada multa de 10% sobre o valor da operação e a empresa perde a garantia paga.

O presidente da Conab, Edegar Pretto, declarou em entrevista a uma rádio gaúcha que a estatal ainda não tinha “nenhuma informação de quem são cada um dos importadores”. Ele esclareceu que a relação da Conab é com as bolsas de mercadorias cadastradas e habilitadas para representar seus clientes, e que os vencedores do leilão ainda não haviam sido homologados.

DENUNCIA – As revelações sobre o leilão da Conab continuam a gerar controvérsia e apreensão entre os produtores e especialistas do setor agrícola. A investigação das irregularidades alegadas promete ser um processo complexo e crucial para a transparência e credibilidade das operações de compra da estatal.

Nesta sexta-feira (07.06) o deputado federal pelo Rio Grande do Sul, Marcel Van Hattem, denunciou que “há indícios de formação de cartel no leilão da Conab para a compra de quase 300 mil toneladas de arroz importado”. Ele entrou com ação no Tribunal de Contas da União e promete, também, acionar o Conselho Administrativo de Direito Econômico (Cade).

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Deputados mobilizam esforços para evitar criminalização da produção de bioinsumos em propriedades rurais

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A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) está empenhada em resolver um impasse legal que ameaça inviabilizar a produção de bioinsumos diretamente nas propriedades agrícolas a partir de janeiro de 2025. A preocupação dos parlamentares é porque a produção própria de bioinsumos nas propriedades rurais brasileiras pode se tornar ilegal, gerando riscos de punição severa para pequenos agricultores e produtores orgânicos, que dependem dessa prática.

O Decreto nº 6.913/2009 estabelece que, a partir de janeiro de 2025, a produção “on farm” — ou seja, feita nas próprias fazendas — estará proibida, o que pode acarretar multas e penas de prisão, que variam de 3 a 9 anos, para aqueles que desrespeitarem a norma.

Este cenário gerou um conflito jurídico que está sendo acompanhado de perto por parlamentares da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que buscam uma solução legislativa para garantir a continuidade dessa prática e a segurança jurídica dos produtores. Com o apoio da FPA, os Projetos de Lei 658/2021 e 3668/2021, que tramitam atualmente na Câmara dos Deputados, podem ser a chave para reverter esse impasse. As propostas tratam da regulamentação da produção, classificação e uso dos bioinsumos, estabelecendo um marco legal para essa prática agrícola sustentável.

A regulamentação da produção de bioinsumos nas propriedades, como propõem os projetos, representa uma forma de garantir a autonomia dos pequenos produtores, além de reduzir significativamente os custos de produção. De acordo com a FPA, a medida pode reduzir os custos de produção de bioinsumos em até dez vezes, o que, por sua vez, pode impactar positivamente o preço dos alimentos, tornando-os mais acessíveis ao consumidor e aumentando a rentabilidade dos agricultores.

O deputado Sérgio Souza (MDB-PR), membro da FPA, tem se empenhado na elaboração de uma minuta de substitutivo que reflete o resultado de debates com mais de 50 entidades do setor, incluindo órgãos do governo. A proposta visa trazer uma solução rápida para evitar que a legislação de 2009 coloque em risco a sustentabilidade da agricultura familiar e orgânica no Brasil.

Bioinsumos são produtos biológicos utilizados na agricultura, como defensivos naturais e fertilizantes orgânicos, que podem substituir substâncias químicas. São produtos de origem natural, como microrganismos ou extratos vegetais, e oferecem diversas vantagens em relação aos produtos convencionais, como a menor agressão ao meio ambiente e à saúde humana.

A prática “on farm” envolve a multiplicação de microrganismos diretamente na fazenda, como uma forma de controle biológico das culturas e prevenção de pragas. Além de ser uma solução mais sustentável, a produção local também permite que o agricultor tenha maior controle sobre os insumos, promovendo uma produção mais eficiente e com menos custos.

A possibilidade de tornar ilegal a produção de bioinsumos nas propriedades rurais pode afetar principalmente os pequenos agricultores e os produtores orgânicos, que frequentemente dependem dessa prática para garantir a sustentabilidade de suas lavouras. A medida também ameaça prejudicar a autonomia dos produtores e aumentar seus custos, forçando muitos a depender de insumos químicos e a abrir mão de práticas agrícolas sustentáveis.

A regulamentação da produção de bioinsumos “on farm” é, portanto, vista como uma medida fundamental para assegurar que os pequenos agricultores possam continuar utilizando esses recursos de forma legal, sustentável e rentável. A FPA reforça que a aprovação dos projetos de lei em tramitação é essencial para garantir que a produção agrícola brasileira continue a evoluir com qualidade, respeito ao meio ambiente e em conformidade com as exigências do mercado global.

Com a crescente demanda por alimentos sustentáveis e a busca por práticas agrícolas mais verdes, a regulamentação do uso de bioinsumos surge como um passo crucial para o futuro da agricultura brasileira, especialmente para os produtores que se dedicam à agricultura orgânica e de baixo impacto ambiental.

Veja na íntegra, a nota da FPA:

O Brasil é líder mundial no uso de defensivos biológicos, com mais de 23 milhões de hectares tratados em 2023, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil. Mais de 60% dos agricultores brasileiros adotam biopesticidas e biofertilizantes, contra os 33% na Europa. Desta forma, é urgente a votação dos Projetos de Lei 658/2021 e 3668/2021, em análise na Câmara dos Deputados.

Importante ressaltar que a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) trabalha para resolver um conflito de legislação que, por meio do Decreto nº 6.913/2009, só permite a produção própria de bioinsumos até dezembro de 2024. Caso não seja aprovada uma nova lei de bioinsumos ou derrubado o veto presidencial nº 65 da Lei do Autocontrole, a partir de janeiro de 2025 a produção on farm será ilegal, afetando grande parte dos pequenos agricultores e produtores orgânicos. A infração será punida com pena de 3 a 9 anos de prisão e multa.

No sentindo de garantir a produção em biofábricas nas propriedades, sem colocar os pequenos produtores na irregularidade, especialmente de orgânicos, o deputado Sérgio Souza (MDB-PR), integrante da FPA, está trabalhando em uma minuta de substitutivo elaborada a partir do debate com mais de 50 entidades do setor, ouvindo também os órgãos do governo.

Com a medida, os custos podem ser reduzidos em até dez vezes em relação aos atuais, impactando também o valor dos alimentos para o consumidor, com mais qualidade e aumento da rentabilidade para os pequenos. Assim, ressaltamos que regulamentar essa prática é essencial para garantir a segurança, a qualidade e a autonomia dos pequenos produtores brasileiros.

Fonte: Pensar Agro

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