Um dia após o Congresso derrubar uma série de vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva , o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) , disse que o governo precisa “organizar sua base da melhor forma possível” no Legislativo. De acordo com o senador, a sessão conjunta realizada nesta terça-feira, 28, demonstrou “força considerável” da oposição, mas não significa necessariamente um enfraquecimento do Executivo.
Os parlamentares derrubaram os vetos presidenciais à limitação da “saidinha” de presos do regime semiaberto e à proibição de uso de recursos públicos para promover, por exemplo, ações contra a chamada “família tradicional”, uma pauta cara ao bolsonarismo.
“Isso, naturalmente, demonstra uma força considerável da oposição no âmbito do Congresso Nacional”, afirmou Pacheco a jornalistas. “Cada sessão tem uma realidade, para cada tema há uma realidade. Isso não necessariamente demonstra um enfraquecimento do governo”, minimizou.
Segundo Pacheco, não se pode medir a força ou fraqueza do governo por votações pontuais como a análise dos vetos do presidente, mas é preciso que a base esteja alinhada. “Eu não vejo nada de anormal no que aconteceu nessa sessão do Congresso Nacional. Mas é muito importante, tanto quanto a oposição se organizar, é muito importante para a democracia que o governo organize com a melhor forma possível com sua base de apoio na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.”
Em uma tentativa de melhorar a articulação com o Congresso após a derrubada dos vetos, o núcleo político do governo terá uma reunião fixa toda segunda-feira com Lula. A nova estratégia foi confirmada hoje pelo líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP).
Randolfe considera que o governo saiu vitorioso ao conseguir manter o veto ao calendário de pagamento de emendas impositivas (obrigatórias) que tornaria o Orçamento da União ainda mais engessado. O Executivo conseguiu fechar um acordo com os parlamentares após acelerar a liberação desses recursos, cruciais para irrigar bases eleitorais de deputados e senadores em ano de disputa por prefeituras.
Randolfe e os líderes do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e na Câmara, José Guimarães (PT-CE), reuniram-se com Lula nesta manhã para fazer um balanço. O diagnóstico foi de que há uma ofensiva conservadora em curso no País, que encontra eco no Congresso.
“Fizemos esse balanço. Deliberamos, inclusive, uma dinâmica de encontros que vamos passar a ter semanalmente. O núcleo político do governo, o ministro Padilha, além de mim, os líderes Wagner e José Guimarães, conversando com o presidente e quais ministros forem necessários ser chamados”, disse Randolfe, a jornalistas.
Mais cedo, Jaques Wagner já havia dito que Lula queria uma melhora na “organização” da articulação política do Palácio do Planalto com o Congresso. “Toda segunda-feira, vamos passar a ter uma reunião ordinária do núcleo político de governo com o presidente da República”, explicou Randolfe.
Interlocutores de Lula disseram nos bastidores que a manutenção do veto no projeto da saidinha era prioridade para o presidente e estava sendo tratada pelo PT como “questão de honra”, com atuação de ministros como Ricardo Lewandowski (Justiça) na tentativa de sensibilizar os parlamentares.
Faltando apenas 12 dias para as eleições para a seccional de Mato Grosso da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT), a disputa ganha contornos de extrema emoção com o pleito mais disputado da história. É o que aponta pesquisa do instituto Índice Pesquisas, contratada pelo portal de notícias FOLHAMAX, revela que o candidato de oposição lidera a disputa.
Na segunda posição, estão tecnicamente empatadas a atual presidente Gisela Cardoso e a advogada Xênia Guerra, que representa uma divisão do atual grupo que comanda a entidade. A amostra foi realizada proporcionalmente com juristas do Estado.
Na modalidade espontânea, onde os nomes dos candidatos não são apresentados ao eleitor, o advogado Pedro Paulo foi o mais lembrado, com 24%, mas com uma diferença de apenas meio ponto percentual, já que a atual presidente da OAB-MT, Gisela Cardoso, foi apontada por 23,5% dos entrevistados. Xênia Guerra aparece como intenção de voto de 18% dos juristas, enquanto Pedro Henrique teve o nome apontado por 1,5%. Segundo a pesquisa, 32,5% estão indecisos ou não votarão em nenhum e 0,5% citaram outros nomes.
Já na modalidade estimulada, onde os nomes dos postulantes à presidência da OAB-MT são divulgados ao eleitorado, Pedro Paulo abre uma distância maior, com 32,5%, contra 28% de Gisela Cardoso. Xênia Guerra aparece na terceira colocação, com 24%, enquanto Pedro Henrique registrou 3% dos entrevistados e outros 12,5% não souberam responder.
O Índice também projetou os votos válidos. Pelo cálculo, Pedro Paulo tem 37%; Gisela 32%; Xênia 27,5% e Pedro Henrique 3,5%.
O instituto ouviu 836 advogados, entre os dias 30 de setembro e 5 de novembro, por telefone. A pesquisa tem margem de erro de 4 pontos percentuais, para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. Não foi realizada amostragem sobre a rejeição aos candidatos. A eleição da OAB-MT será online, no dia 18 de novembro, das 9h às 17h, no horário de Cuiabá.