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Rio de Janeiro recebe Mostra de Cinema Ecofalante pela primeira vez
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oestenewsO Rio de Janeiro receberá, na próxima quarta-feira (5), a primeira edição carioca da Mostra Ecofalante de Cinema. O evento começa no Dia Mundial do Meio Ambiente e vai até o dia 12, apresentando gratuitamente para o público 24 filmes de temática socioambiental.
Francisco Cesar Filho, um dos curadores do evento, disse à Agência Brasil que a ideia é que a edição carioca da mostra retorne anualmente às salas de cinema locais. A temática é sempre socioambiental.
Cesar Filho informou que parte dos filmes que serão exibidos é inédita no Brasil e só será vista em São Paulo no mês de agosto próximo, quando acontecerá a 13ª Mostra Ecofalante de Cinema. Na primeira edição da mostra carioca, a curadoria privilegiou mais filmes internacionais que brasileiros.
“[Filmes nacionais] têm mais chance de circular no estado de outras maneiras”, disse. Já a grande maioria dos filmes estrangeiros dificilmente serão exibidos em outros festivais no Brasil, afirmou o curador. “A organização social Ecofalante mapeia durante o ano, no circuito internacional, quais os filmes de maior repercussão e maior qualidade que têm temáticas que dialoguem com as questões socioambientais. É uma seleção do que circulou de melhor na safra recente internacional”, acrescentou.
A sessão de abertura acontece no dia 5, às 19h, no Estação Net Rio, com a exibição de “Food, Inc. 2”, continuação de “Food, Inc.” que, em 2008, causou furor ao alertar que as refeições diárias da humanidade têm profundas consequências éticas e ambientais. O filme conquistou o Emmy e foi indicado ao Oscar. Agora, “Food, Inc. 2”, de Robert Kenner e Melissa Robledo, revela que as corporações multinacionais aumentaram ainda mais sua influência, se especializaram no mercado de alimentos ultraprocessados e estão promovendo uma crise internacional de saúde.
A Mostra Ecofalante de Cinema Rio estará na Estação Net Rio, situada em Botafogo, zona sul da capital do estado, e no Cine Arte da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, região metropolitana do Rio. A programação pode ser conferida aqui.
Vitrine sul-americana
Criada em 2012, a Mostra Ecofalante de Cinema é reconhecida como a mais importante vitrine sul-americana para a produção audiovisual ligada às temáticas socioambientais. Além das exibições gratuitas dos filmes selecionados, o público poderá assistir também, na mostra do Rio, debates com especialistas. Um deles acontecerá após a apresentação do filme “TikTok Boom” (EUA, 2022, de Shalini Kantayya), que aborda a questão das redes sociais, reunindo a pró-reitora de Extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ivana Bentes, e a pesquisadora Helena Strecker. O filme foi exibido nos festivais de Sundance, São Francisco, SXSW, CPH:DOX (Dinamarca) e de Zuriqueutro.
Outro debate será sobre restauração e regeneração de ecossistemas e acontecerá após a apresentação do filme Solo Comum, longa-metragem que mostra como se pode ainda salvar a natureza já tão combalida no mundo. O longa foi premiado no Festival de Tribeca (EUA) e explora como a agricultura regenerativa pode ajudar a curar o solo, a nossa saúde e o planeta. A sessão está prevista para o dia 11, às 18h30, no Estação Net Rio, seguida do debate “Restauração e Regeneração dos Ecossistemas: O Que Está Sendo Feito no Brasil”. Participarão Luiz Fernando Duarte de Moraes, pesquisador do Embrapa; Renato Crouzeilles, diretor científico da MOMBAK; e Jerônimo Boelsums, professor do Departamento de Ciências Ambientais da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
Sessões especiais
Haverá também sessões especiais de filmes clássicos e de filmes brasileiros. Entre os nacionais, serão apresentados o média-metragem “Vida Sobre as Águas”, de Danielle Khoury Gregorio e Marcio Isensee e Sá, que celebra a arquitetura única das comunidades ribeirinhas da Amazônia, revelando desde as casas sobre palafitas às moradias flutuantes. Ao final da sessão prevista para sábado (8), às 16h, no Estação Net Rio, haverá bate-papo com a equipe do filme. Já as mulheres indígenas do rio Negro contam sua história no média “Rionegrinas”, dirigido por Fernanda Ligabue e Juliana Radler, destacando a trajetória de lutas e as conquistas dessas mulheres, além da criação do Departamento das Mulheres Indígenas da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (DMIRN-FOIRN).
Outro destaque entre os filmes nacionais é o longa “Não Existe Almoço Grátis”, de Marcos Nepomuceno e Pedro Charbel. O filme acompanha a saga de Socorro, Jurailde e Bizza, moradoras da favela Sol Nascente, de Ceilânia (DF), encarregadas de preparar a alimentação das centenas de pessoas que chegaram a Brasília para assistir à posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2023. As três lideram uma das Cozinhas Solidárias do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Na sessão especial de clássicos, o público terá oportunidade de assistir a série “Tesouros do Lixo”, coprodução entre Senegal e a França de 1989, que reúne cinco filmes curtos do importante documentarista senegalês Samba Félix Ndiaye (1945-2009), chamado de “pai do documentário africano”. Os filmes foram restaurados em 2021.
Da América Latina, será exibido o filme “Amor, Mulheres e Flores”, de 1988, sobre as características sociais dos trabalhadores da plantação de flores. Os realizadores colombianos Jorge Silva (1941-1987) e Marta Rodríguez são referência no documentarismo latino-americano. Sua produção engajada teve início nos anos 1960 e conquistou reconhecimento internacional, tendo acumulado premiações em eventos importantes, como o Festival de Berlim. Na primeira Mostra Ecofalante de Cinema no Rio será exibida a versão restaurada em 4k desse filme clássico.
Educação
Há 13 anos, a organização social Ecofalante desenvolve várias atividades no campo do audiovisual voltadas para a área socioambiental. Uma delas é a plataforma Ecofalante Play de ‘streaming’ (distribuição de conteúdo multimídia através da internet) gratuita que reúne filmes brasileiros e internacionais que tratam de questões socioambientais e é voltada para educadores. “Porque a Ecofalante tem um pé muito forte na questão da educação”, disse Francisco Cesar Filho. A organização promove também o Circuito Ecofalante Universidades, programa de extensão educacional que engloba, atualmente, mais de 100 universidades do Brasil, promovendo projeções e debates sobre temas socioambientais.
Fonte: EBC GERAL
BRASIL
PF cumpre mandado em Cuiabá sobre venda de sentença no Judiciário
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6 dias atrásem
outubro 24, 2024Por
oestenewsPor Fabio Serapião
Da folhapress Brasilia
A Polícia Federal cumpre, na manhã desta quinta (24), mandados de busca e apreensão em uma investigação sobre venda de sentenças que envolve cinco desembargadores do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul.
Cinco desembargadores foram afastados dos cargos. Além das buscas, também há medidas como proibição de acesso às dependências de órgão público, vedação de comunicação entre investigados e uso de tornozeleira eletrônica.
Um mandado de busca e apreensão foi cumprido, na manhã desta quinta-feira (24), em um condomínio de luxo em Cuiabá,
O alvo seria um lobista e as investigações apontam para a ligação com morte do advogado Roberto Zampieri.
A ação foi batizada de Ultima Ratio e investiga os crimes de corrupção em vendas de decisões judiciais, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas no Poder Judiciário.
Os mandados de busca foram expedidos pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) e são cumpridos por cerca de 200 policiais federais em Campo Grande (MS), Brasília (DF), São Paulo (SP) e Cuiabá.
A investigação sobre a comercialização de sentença teve apoio da Receita e é um desdobramento da operação Mineração de Ouro, deflagrada pela PF em 2021.
Na primeira fase, a investigação tinha como foco a suposta participação de integrantes do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul em uma organização criminosa.
O nome da operação teve como origem a descoberta de que a aquisição de direitos de exploração de mineração em determinadas áreas eram utilizadas para lavagem de dinheiro proveniente do esquema.
Esse não é o único caso relacionado a venda de sentença judicial em investigação no âmbito do STJ.
Um ministro do próprio tribunal está na mira da PF sob suspeita de venda de sentença.
CASO ZAMPIERI – As investigações que chegaram às suspeitas sobre o STJ se iniciaram após o homicídio de um advogado em dezembro do ano passado, em Mato Grosso.
O caso levou ao afastamento de dois desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
O advogado Roberto Zampieri foi assassinado com dez tiros em dezembro passado.
Na ocasião, ele estava dentro do carro, em frente ao seu escritório em Cuiabá.
Em seu celular, havia mensagens que levantaram suspeitas de vendas de decisões por gabinetes de quatro ministros do STJ.
As investigações iniciais apontavam como uma das motivações processos de disputas de terras que tramitam no Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
Outro caso de venda de sentenças ainda em andamento é no Tribunal de Justiça da Bahia.
Lá, a operação Faroeste se transformou no maior caso de venda de decisões judiciais do Brasil.
Nos últimos meses, duas desembargadores baianas se tornaram rés (uma delas pela segunda vez) no âmbito da operação, juízes do sul do estado foram afastados sob suspeita de irregularidades em questão fundiária e um magistrado da região oeste disse sofrer ameaças por julgar casos relacionados a grilagem.
No início de julho passado, a Corregedoria Nacional de Justiça decidiu fazer uma investigação diante de nova suspeita de irregularidades no tribunal, com convocação de testemunhas e análise de equipamentos eletrônicos.
Ao mesmo tempo, o corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, determinou uma apuração profunda sobre o tribunal, em decorrência de “gravíssimos achados”.
Entre eles, estão problemas na vara de Salvador encarregada de analisar casos de lavagem de dinheiro e organização criminosa. Há relatos de atrasos dos juízes em audiências, ineficiência e servidores da vara com temor de represálias de magistrados.
Cuiabá é uma das cidades alvo da Operação Ultima Ratio, que investiga supostos crimes de vendas de sentença, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas no Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul. A ação foi deflagrada nesta quinta-feira (24), no estado vizinho.
Segundo a PF, são cumpridos 44 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça em Campo Grande (MS), Brasília (DF), São Paulo (SP) e Cuiabá.
A ação teve o apoio da Receita Federal e é um desdobramento da Operação Mineração de Ouro, deflagrada em 2021, na qual foram apreendidos materiais com indícios da prática dos referidos crimes.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o afastamento do exercício das funções públicas de servidores, a proibição de acesso às dependências de órgão público, a vedação de comunicação com pessoas investigadas e a colocação de equipamento de monitoramento eletrônico.