Em meio à escalada de tensões na península coreana, a recente declaração de guerra por balões de lixo da República Popular Democrática da Coreia contra a Coreia do Sul está desencadeando um novo capítulo de hostilidades na região. O regime norte-coreano, rotulado pelos aliados sul-coreanos de Washington como uma “provocação” “sem sentido, irracional” e “de baixo nível”, está retaliando décadas de incitações sul-coreanas por meio de balões de propaganda, segundo a agência russa Sputnik.
Segundo o Estado-Maior Conjunto sul-coreano, mais de 700 projéteis repletos de lixo foram descobertos em áreas urbanas, terras agrícolas rurais e presos em árvores em toda a Coreia do Sul. Essa ofensiva beligerante baseada em balões vem após um primeiro ataque de 260 balões norte-coreanos, incluindo esterco misturado entre o lixo, terem sido lançados na quarta-feira.
O governo de Pyongyang justifica sua ação como uma reação direta à “ação provocativa” da Coreia do Sul sobre a soberania do Norte, por meio de drones espiões, exercícios militares e campanhas de panfletagem. O vice-ministro da Defesa norte-coreano, Kim Kang Il, afirmou que a disseminação de panfletos é uma “provocação perigosa” que pode ser utilizada para fins militares específicos.
Enquanto isso, organizações sul-coreanas e desertores patrocinados pelos EUA continuam a inflamar as tensões com campanhas de propaganda através de balões. Essas ações têm sido objeto de críticas da Coreia do Norte, que alega que esses balões podem carregar não apenas panfletos, mas também vírus.
A recente escalada de hostilidades entre as duas Coreias, agora travada através de balões, indica um impasse perigoso na região. Pyongyang ameaça continuar sua campanha de balões de lixo como resposta, enquanto Seul adverte que haverá “consequências insuportáveis” se o Norte não recuar.
Enquanto isso, ambas as nações enfrentam o dilema de como lidar com essa nova forma de conflito, sem recorrer a medidas mais drásticas que possam desencadear uma escalada ainda maior de tensões na península coreana.
Contexto
A Coreia do Norte voltou a enviar balões cheios de lixo para a Coreia do Sul neste sábado (1º), disse o Exército sul-coreano, um dia depois de Seul ter avisado que tomaria medidas.
A Coreia do Norte enviou esta semana cerca de 260 balões com sacos de lixo que incluíam baterias usadas, pontas de cigarro e o que parecia ser esterco, de acordo com o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul.
As autoridades de Seul chamaram-nos de “classe baixa” e o Ministério da Unificação da Coreia do Sul alertou na sexta-feira que o governo tomaria contra-medidas se Pyongyang não parasse com as suas provocações “irracionais”.
A Coreia do Norte está “mais uma vez enviando balões que transportam destroços em direção ao Sul”, disse o Estado-Maior Conjunto em uma mensagem aos repórteres. Também aconselhou as pessoas a não tocarem nos balões caso os vissem e a avisarem as autoridades.
As autoridades da cidade de Seul também enviaram um alerta aos moradores neste sábado, alertando sobre um “objeto não identificado que se acredita serem folhetos de propaganda norte-coreanos”.
Esta semana, a Coreia do Norte disse que estes “presentes sinceros” são uma retaliação aos balões que o Sul envia com propaganda contra o líder norte-coreano Kim Jong Un.
Esses balões são geralmente lançados por ativistas sul-coreanos.
O ministro da Defesa sul-coreano, Shin Won-sik, disse que enviar balões com lixo é um “comportamento inimaginavelmente mesquinho” e que considera os balões enviados ao Norte por ativistas como “ajuda humanitária”.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.