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Livro O Segundo Sexo, de Simone de Beuvoir, completa 75 anos

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O programa de rádio Viva Maria, transmitido pelas emissoras da Rádio Nacional, comemora nesta sexta-feira (24) os 75 anos da primeira edição do livro O Segundo Sexo, da escritora, intelectual, filósofa e ativista política francesa Simone de Beauvoir (1908-1986). Desde maio de 1949, o livro influencia discussões sobre gênero, feminismo, libertação sexual, opressão e empoderamento.

Apresentadora do Viva Maria, a jornalista Mara Régia entrevistou a socióloga Jacqueline Pitanguy, uma das coordenadoras da organização não governamental (ONG) Cepia [Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação] e autora do livro Feminismo no Brasil: Memórias de Quem Fez Acontecer, em parceria com a também feminista Branca Moreira Alves, que resgata a história dos movimentos e articulações feministas no país.

Na entrevista, a socióloga avalia o legado do livro de Simone de Beauvoir. 

“Simone aponta algo fundamental: ela vai fazer análises de mitos a nível de literatura, de cultura e vai ser muito influenciada pelo movimento existencialista, em que seu companheiro Jean Paul Sartre diz que o fundamental é o material, a existência e que combate essa ideia de uma essência que colocaria a mulher nessa posição de alteridade e de subalternidade”, frisou a socióloga.

A obra apresenta a célebre frase: não se nasce mulher: torna-se mulher. O pensamento conceitua o feminino como algo estabelecido culturalmente, e não ligado ao sexo biológico ao nascer. Sobre a frase, Jacqueline entende que pode ter sido a origem do conceito de gênero das pessoas. “Cito que nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade. Na realidade é o conjunto da civilização que elabora esse produto, que qualifica o feminino. Então, Simone de Beauvoir estava claramente dizendo que essa ideia do feminino é uma fabricação”.

Em entrevista à Agência Brasil, a doutora em filosofia pela Universidade Federal de São Paulo Thaís Rodrigues de Souza também fez uma análise sobre a mesma obra. Ela considera O Segundo Sexo um marco importante para a teoria feminista porque expõe a forma que as mulheres são percebidas na sociedade. “Elas [as mulheres] são relegadas a um lugar de não existência, em detrimento dos homens que possuem uma cidadania plena.”

Thais considera que a publicação faz um apanhado considerável do modo como as mulheres são inferiorizadas ao longo da história partindo, a princípio, da biologia e, depois, faz uma revisão bibliográfica de como isso foi tratado na filosofia, na psicologia, psicanálise e, também, na teoria marxista, bastante em voga naquele período.”

Crítica

Ao longo das décadas, O Segundo Sexo também foi alvo de críticas por ser a base do feminismo branco, na década de 1980. As contestações partiram de feministas negras e as chamadas feministas de cor, sobretudo, de regiões dos Estados Unidos e da América do Sul, como relembra Thaís Souza.

“O segundo sexo trata das questões de gênero de uma maneira satisfatória, entretanto, deixa de pensar as distinções, as nuances importantes quando se correlaciona a questão de gênero às questões étnico-raciais”, diz a doutora em filosofia.

Thaís destaca que as feministas das chamadas terceira e quarta ondas criticam a ausência de debates das questões étnico-raciais dentro das discussões de gênero. Trazendo para os dias atuais, Thaís Souza considera que as feministas contemporâneas acrescentam ao debate sobre feminismo questões de várias ordens consideradas relevantes ao legado de Simone de Beauvoir. “A teoria conformada a outros feminismos, em especial, os interseccionais, os abolicionistas, que vão apontar a centralidade da questão raça e, também, soluções para a opressão das mulheres que vivem na intersecção de opressões de gênero e de raça e de outras ordens, como as relacionadas à sexualidade, etnia e território.”, explicou a estudiosa.

Viva Maria

No ar há mais de 42 anos, o Viva Maria, em formato de programete, é veiculado de segunda a sexta-feira no programa Tarde Nacional, que pode ser ouvido nas rádios Nacional do Alto Solimões, Nacional da Amazônia, Nacional do Rio de Janeiro e Nacional de Brasília.

A edição radiofônica que trata dos 75 anos do livro O Segundo Sexo, de Simone de Beauvoir, está disponível no site da EBC.

Fonte: EBC GERAL

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BRASIL

Pedro Paulo quer políticas para advogados com deficiência

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Uma das propostas da Chapa 2 – “Nova OAB” para fortalecer a inclusão dentro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) é a criação de uma Comissão de Inclusão e Acessibilidade. De acordo com o candidato à presidência Pedro Paulo, o projeto visa garantir que advogados e advogadas que enfrentam dificuldades por conta de alguma deficiência encontrem portas abertas e todo suporte necessário dentro da entidade.

A ideia da implantação da comissão surgiu após sugestão da advogada Franciele Rahmeier, diagnosticada com transtorno do espectro autista. A jurista, que é candidata à secretária-geral da subseção de Primavera do Leste, declarou seu apoio a Pedro Paulo. Para ele, a Seccional mato-grossense precisa estar sempre aberta a ouvir, debater e criar medidas que garantam equidade também dentro da advocacia.

“Inclusão é conscientização. É ouvir, colocar-se no lugar do outro e permitir que cada um possa contribuir da melhor forma, com as suas experiências. Essa proposta vai auxiliar outros advogados e advogadas, que enfrentam as mesmas dificuldades da Drª Franciele, e assegurar a participação nas discussões sobre o tema em diversas esferas da política. Agradeço a ela por nos abrir os olhos para essa questão”, argumenta Pedro Paulo.

A advogada recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano, mas relata que desde antes tem enfrentado muitas dificuldades. Segundo ela, a principal é o julgamento preconceituoso que, muitas vezes, classifica essas pessoas como incapazes. Ainda conforme Franciele, dentro da própria OAB há esses obstáculos, principalmente quando se procura amparo para o desenvolvimento tranquilo da profissão.

“A gente precisa incluir para igualar essas classes. Tem muita gente que pergunta ‘cadê a OAB?’. A OAB, infelizmente, parece que tem medo de dar a cara a tapa em relação aos direitos que são nossos. O Pedro Paulo deu atenção a essa proposta não com teor político, mas com teor de acolhimento, no sentido de propor a mudança dessa realidade que temos hoje. Estávamos esquecidos e agora estamos sendo ouvidos”, afirma Franciele Rahmeier.

A chapa liderada por Pedro Paulo tem como vice-presidente a Drª Luciana Castrequini, como secretário-geral o Drº Daniel Paulo Maia Teixeira, a secretária-adjunta Drª Adriana Cardoso Sales de Oliveira e como tesoureiro o Drº Rodolpho Augusto Souza Vasconcellos Dias. O grupo, formado ainda por conselheiros titulares e suplentes, reúne membros da Capital e também de subseções do interior.

 

Fonte: ELEIÇÕES OAB MT

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