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Agronegócio

30,3 milhões de trabalhadores rurais no Brasil devem buscar a aposentadoria em 2024

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Mais de 30,3 milhões de trabalhadores rurais no Brasil, de acordo com dados do Ministério da Previdência Social, devem buscar a aposentadoria em 2024.

Apesar das alterações na Previdência, as regras de aposentadoria rural permanecem inalteradas em 2024: para se aposentar, é necessário comprovar 15 anos de trabalho na atividade rural e atingir a idade mínima de 55 anos para mulheres e 60 anos para homens.

Esse foi um dos poucos benefícios previdenciários que não sofreu modificações após a Reforma da Previdência. No entanto, para ter direito à aposentadoria, é  preciso comprovar o tempo de trabalho no campo. Para isso, é necessário apresentar documentos e contar com testemunhas que atestem o período de exercício na atividade rural.

Os interessados podem contar com relatos de colegas de trabalho, antigos empregadores, bem como apresentar documentos como escrituras de terra, declarações do sindicato rural local, bloco de notas de produtor, fotografias do trabalho rural, declarações escolares, entre outros.

Existem quatro categorias de trabalhadores rurais que podem usufruir do benefício da aposentadoria: empregados, contribuintes individuais (diaristas na agricultura, pecuária ou pesca), trabalhadores avulsos e segurados especiais (agricultores, pescadores artesanais, extrativistas vegetais, indígenas e quilombolas).

Entretanto, somente aqueles que efetivamente exerceram a atividade rural em regime de economia familiar têm direito à aposentadoria por idade rural ou podem adicionar o tempo rural à sua aposentadoria.

A aposentadoria por idade para trabalhadores rurais é concedida aos 60 anos para homens e aos 55 anos para mulheres, desde que estejam exercendo a atividade rural ou em período de graça na data do pedido do benefício.

A contagem de tempo de serviço também é considerada para quem atuou em regime de economia familiar durante a infância ou intercalou períodos de atividade rural. É possível solicitar a inclusão desse tempo no processo de aposentadoria, respeitando as regras anteriores à reforma.

Para solicitar o benefício, os trabalhadores podem utilizar o aplicativo Meu INSS, o site oficial do INSS ou ligar para o número 135. Caso necessário, é recomendável contar com o auxílio de um advogado trabalhista. Toda a comunicação sobre o processo de aposentadoria é realizada via e-mail.

As possibilidades e requisitos para aposentadoria rural permanecem em vigor em 2024, oferecendo aos trabalhadores a oportunidade de assegurar seus direitos previdenciários e garantir o acesso à aposentadoria no campo.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Cresce o movimento de boicote ao Carrefour

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Fontes não oficiais dão conta de que o Grupo Carrefour no Brasil já enfrenta uma crise de fornecimento de carnes, resultado direto da decisão anunciada na França de interromper a venda de produtos cárneos oriundos do Mercosul.

A medida, anunciada pelo CEO global da empresa, Alexandre Bompard, na quarta-feira (20.11) gerou uma reação imediata do agronegócio brasileiro, principalmente no setor de carnes.

Neste sábado (23.11) empresas como o JBS, Marfrig e Masterboi anunciaram ter decidido suspender o abastecimento de carne às 150 lojas do grupo no país, abrangendo Carrefour, Sam’s Club e Atacadão. A suspensão, que não configura quebra de contrato por ser baseada em acordos de mercado à vista, foi considerada uma “reação legítima” pela indústria e pelo governo brasileiro.

A suspensão do fornecimento de carne bovina já estaria afetando entre 30% e 40% das gôndolas da rede. A previsão é que, sem uma solução rápida, o desabastecimento total ocorra até amanhã (segunda-feira, 25), considerando que a maioria dos produtos armazenados são resfriados ou congelados e têm estoque limitado.

A interrupção ganhou respaldo do governo brasileiro, que considerou a declaração de Bompard um ataque à soberania e à qualidade dos produtos nacionais. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foram informados sobre a situação e apoiaram a atitude dos frigoríficos.

CRISE DIPLOMÁTICA – O anúncio de Bompard, feito por meio de suas redes sociais, que as lojas do Carrefour na França deixariam de comercializar carnes do Mercosul, pretendia ser uma demonstração de apoio ao setor agrícola francês, que enfrenta dificuldades no contexto das negociações do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul.

Na publicação ele afirmou ainda que esperava inspirar outros setores a adotar medidas similares. Além de abrir uma crise política e diplomática entre Brasil e França. A decisão foi duramente criticada por setores industriais e diplomáticos brasileiros. Interlocutores apontaram que a declaração não passou por análises internas do conselho global da empresa, expondo um possível cálculo equivocado de Bompard quanto às reações do mercado.

Também neste sábado, a Mesa Argentina de Carne Sustentável (Macs) emitiu uma carta se posicionando contra a rede de supermercados francesa. Segundo a carta, assinada pelo presidente da associação, Carlos David Barrios Baron, a atitude prejudica as relações comerciais e enfraquece os esforços globais por uma pecuária mais sustentável.

No documento, a Macs argumenta que a decisão de Bompard sobre a carne bovina representa um retrocesso em relação ao livre comércio, enfatizando que o protecionismo só gera maior isolamento entre os países. A associação alerta que, quando a xenofobia e o protecionismo aumentam, as nações tendem a se fechar, o que resulta em restrições não apenas comerciais, mas também de mobilidade e liberdade, o que reforça os conflitos e diminui o valor da paz mundial.

A crise internacional provocada pelo CEO da empresa representa um desafio tanto no Brasil quanto na França, dois mercados estratégicos para o grupo. Enquanto o Carrefour francês busca fortalecer laços com produtores locais, o impacto da decisão no mercado brasileiro – responsável por metade do lucro operacional global da empresa – pode ser devastador em termos mundiais.

Apesar da interrupção dos fornecimentos, o Carrefour Brasil nega a ocorrência de desabastecimento. Em nota oficial, a rede declarou que “a comercialização do produto ocorre normalmente nas lojas” e classificou as informações de falta de carne como “improcedentes”.

Fonte: Pensar Agro

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