Um grupo de 17 países em desenvolvimento, incluindo o Brasil, enviou à União Europeia uma carta em que critica a lei aprovada pelo bloco para proibir a importação de produtos provenientes de áreas de desmatamento .
O documento foi encaminhado em 7 de setembro aos presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, do Conselho Europeu, Charles Michel, e do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, e, segundo o Ministério das Relações Exteriores brasileiro, cita “preocupações com o caráter punitivo e discriminatório da normativa” da UE.
A carta também cobra que Bruxelas “mantenha diálogo efetivo com os países produtores, com vistas a evitar rupturas no comércio e ônus excessivo para produtores de bens agrícolas e derivados abrangidos pela medida”, de acordo com o Itamaraty.
Na visão brasileira, a lei antidesmatamento da UE vai de encontro aos “princípios que regem o comércio internacional” e apresenta “equívocos e desequilíbrios nos aspectos econômicos, sociais e ambientais do problema que visa a abordar, de modo incompatível com a efetiva garantia do desenvolvimento sustentável”.
Além do Brasil, assinam o documento Argentina, Bolívia, Colômbia, Costa do Marfim, Equador, Gana, Guatemala, Honduras, Indonésia, Malásia, México, Nigéria, Paraguai, Peru, República Dominicana e Tailândia. O Uruguai, país do Mercosul, que negocia um tratado de livre comércio com a UE, não é signatário.
A normativa entrou em vigor em 29 de junho de 2023 e, de acordo com a carta dos países emergentes, “desconsidera as circunstâncias e as capacidades locais, as legislações nacionais e os mecanismos de certificação dos países produtores em desenvolvimento, bem como seus esforços para combater o desmatamento e os compromissos assumidos em foros multilaterais”.
“Além disso, estabelece um sistema unilateral de avaliação de risco que é intrinsecamente discriminatório e punitivo, o que pode ser inconsistente com as obrigações perante a OMC [Organização Mundial do Comércio]”, afirma o texto.
Os países emergentes acrescentam que a UE “deveria trabalhar para corrigir a legislação ou, no mínimo, buscar mitigar seus impactos mais prejudiciais por meio de diretrizes de implementação que valorizem adequadamente as práticas sustentáveis locais nas cadeias de valor agrícola”.
A carta também acusa Bruxelas de inflexibilidade e diz que a legislação “não terá impacto positivo nas taxas de desmatamento”, podendo até mesmo “produzir outros efeitos adversos, como aumento da pobreza”.
Segundo os emergentes, os requisitos de geolocalização, rastreabilidade, certificação e controle alfandegário podem excluir até mesmo pequenos produtores que não desmatam, em função dos altos custos envolvidos nesses processos.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou nesta quinta-feira (12) que receberá seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Kazan, no próximo mês de outubro, por ocasião da cúpula dos Brics.
O anúncio foi feito pelo mandatário russo durante encontro com o ministro das Relações Exteriores de Pequin, Wang Yi, em São Petersburgo, segundo a agência Interfax.
De acordo com Putin, as relações entre a China e a Rússia continuam a desenvolver-se “com muito sucesso em todas as direções”, incluindo a “coordenação no cenário internacional”.
Em imagens divulgadas pela mídia russa, Wang destacou que “o presidente Xi está muito feliz em aceitar o convite”.
“Nessa ocasião os dois chefes de Estado terão novas discussões estratégicas”, acrescentou o chanceler, destacando que ambos os líderes “estabeleceram uma confiança mútua sólida e uma amizade profunda”.
O ministro chinês chegou a São Petersburgo para participar da cúpula de altos funcionários e conselheiros de segurança nacional do bloco Brics. Sua visita também foi vista como uma oportunidade para lançar as bases do encontro presencial entre os líderes dos dois países.
A reunião dos Brics está marcada para acontecer entre 22 e 24 de outubro, na cidade russa de Kazan, e será o terceiro encontro presencial de 2024 entre Xi e Putin, poucas semanas antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos, em novembro.
Formado inicialmente por Brasil, China, Índia e Rússia em 2009, o bloco foi ampliado com a adesão da África do Sul em 2010 e este ano incluiu vários outros países emergentes, como Egito e Irã. No início de setembro, a Turquia também apresentou um pedido de adesão ao bloco.