“Você não conseguir fazer aquilo que ama é a morte! Para um artista, o reconhecimento e o aplauso é o que se espera. E, quando tiram isso de você, acaba tudo, dá até vontade de morrer”, desabafa a humorista em entrevista ao R7. “Mas estou feliz e realizada, pois tenho um grande legado como comediante”, resume ela, que tem 33 anos de carreira, na sequência.
Em 2000, Claudia Rodrigues foi diagnosticada com a chamada esclerose múltipla doença que ataca o sistema nervoso central e pode prejudicar a visão, a fala e a coordenação motora. Estudos mostram que há entre 2 milhões e 2,5 milhões de pessoas com a doença no mundo. Ela atinge mais as mulheres e não tem cura, embora o paciente possa manter uma vida normal.
“Foi péssimo [quando descobri]. Eu fiquei na m****! Senti muita raiva”, afirma Claudia. “Não tinha noção, nem sabia o que era a doença. Percebi quando ia gravar e não lembrava o texto e comecei a ter dificuldades para realizar pequenas coisas, como amarrar o tênis. Foi terrível, eu me senti a pior pessoa. Nunca imaginei que isso pudesse acontecer comigo.”
Após o diagnóstico e os primeiros efeitos da doença, a atriz conta que sentiu o preconceito na pele e que as pessoas começaram a tratá-la “como uma doente que não podia fazer mais nada”. “Quando eu chegava no aeroporto, as pessoas cochichavam: ‘Olha… não é aquela comediante?’ Nossa, coitadinha, que dó!’. Isso me matava!”, relembra. “Mas teve um dia em especial que fiquei bem chateada: estava em um torneio de pôquer em São Paulo, e uma pessoa pegou na minha mão e disse: ‘Claudinha, fulano aqui!’. Como se eu não soubesse quem era ele. Eu tenho esclerose, não estava inválida ou vegetando. Foi muito marcante para mim.”